Ontem, dizia aqui, com a venda do Novo Banco, era o dia de começar a fazer contas. Começamos, a jeito de início de conversa, pelos 7 mil milhões de euros já conhecidos.
Hoje, o ministro das finanças vai apresentar os pormenores e, certamente, abrir pistas para continuarmos a fazer contas. Ainda antes dos pormenores que Mário Centeno nos trará, já muita coisa por aí corre. Por exemplo, que não é verdade que os 25% (de responsabilidades) que ficam no Estado tenham substituído a garantia que a Lone Star sempre exigiu. E que vamos mesmo ter que pagar todos os riscos que o comprador corra. Até aos 4 mil milhões de euros, é connosco!
Entretanto, só em acessorias para vender o Banco, foram gastos 25 milhões de euros. Sem contar com o vencimento daquele senhor que veio do governo de Passos Coelho, que vendia tudo e de que já ninguém fala. Esse... o Sérgio Monteiro, que ganha tanto como a exorbitância que António Domingues exigiu para presidir à Caixa...
Com ou sem passagem pelo Parlamento - e sabe-se que se lá chegar a operação será chumbada - está para ser fechada a venda do Novo Banco. De 75% do capital, porque os restantes 25% permanecem nas mãos do Estado, sem valerem nada. Nem para nada que não sejam obrigações. Todas!
Diz-se que a Lone Star compra o banco por mil milhões de euros. É mentira, não paga nada. Isso não é para comprar o banco, isso é o que, depois de o adquirir, investe no banco. Uma coisa é comprar, outra é investir para fazer o que se quiser do que se comprou. E o que este Fundo, que não percebe nada de bancos - seria suposto perceber? - quer fazer com o Novo Banco é vendê-lo com mais valias. Quantas mais, melhor!
Para trás, às nossas costas, ficam mais 7 mil milhões de euros. Assim, de repente - logo se vê o que ainda nos estará reservado - com uma simples conta de somar: 4,9 mil milhões metidos no banco no acto da resolução - que não tinha custos para o contribuinte, mesmo que o fundo estivesse nu e que, agora, os bancos tenham 30 anos para lá pôr o dinheiro, sem juros - mais 2 mil milhões de obrigações seniores que o Banco de Portugal de lá passou, mais de um ano depois, para o BES, banco mau. E que, como hoje se sabe, deram cabo da confiança no sistema financeiro português, e das taxas de juro da nossa dívida pública. Que nada têm a ver com o diabo...
Não. Não foi a gestão do Novo Banco, não foi nenhuma das suas duas administrações, que destruiu todo este valor que agora temos à perna. Os responsáveis são o Banco de Portugal e a administração de Ricardo Salgado. Esta pelo que destruiu directamente, o Banco de Portugal pelo que lhe permitiu que destruísse, e pela destruição que quis esconder.
Depois de 9 meses de gestação o Brexit ganha hoje vida em forma de carta. A carta, assinada por Theresa May, segue com data de hoje, e é hoje mesmo entregue ao Presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk. Invoca pela primeira vez o artigo 50º do Tratado de Lisboa e traduz-se no primeiro abandono da União Europeia.
A nós - em particular os da minha geração -. habituados ao logo da vida a só ver gente a querer entrar, soa-nos a estranho ver gente a querer sair. Tão estranho que tivemos muitas dúvidas que os britânicos quisessem mesmo sair - pareceu-nos sempre que depois do referendo ainda haveria espaço para uma reviravolta qualquer.
Não houve, e hoje resta-nos a ideia que, se o referendo se repetisse, o resultado seria o contrário. E a certeza que os danos só a partir de agora começam a ser avaliados... E a quase certeza que muito mais coisas vão mudar no Reino Unido nos 18 meses de negociações que se seguem, antes do abandono definitivo, daqui a dois anos. Muito provavelmente até a sua própria configuração!
A EDP lançou uma OPA para adquirir a totalidade do capital da EDP Renováveis e retirá-la de Bolsa. Oferece 6,8 euros por acção e, evidentemente, as pessoas terão que vender.
Terão que vender à EDP, por 6,8 euros, as acções que lhe compraram há 9 anos por oito. É assim que todos fazem: quando precisam de capital, abrem-no em Bolsa ao preço que querem; quando já não precisam retiram-no de Bolsa. E devolvem aquilo que querem!
Entretanto os chineses levam os dividendos que nos confortavam o défice. E o Mexia põe toda a gente a fazer contas ao que ganha por minuto. É assim. É a vida, como dizia o outro...
Parece que o Estado vai ficar com 25% do Novo Banco. Um quarto dos deveres mas nenhum dos direitos. Um quarto das responsabilidades, mais o dever de as assacar todas sem direito a piar...
Surreal? Não. São as novas golden shares... Agora é assim!
Ao assinalar os 60 anos da assinatura do Tratado de Roma, e o nascimento da Europa, os líderes europeus descobriram que, agora, as coisas passarão a andar á vontade do freguês.
Quem quer, vai. Quem não quiser ir, vai andando...Ou não, simplesmente manda ir os outros: "vão, vão indo... que a gente já lá vai ter!"
Também é capaz de ser assim que não se vai a lado nenhum...
A selecção nacional deu esta noite, na Luz, mais um passo a caminho da Rússia. Do Mundial na Rússia, no próximo ano, porque ainda lá estará este ano, em Junho, na condição de campeã europeia a disputar a Taça das Confederações. A Suíça é que também não desarma: com mais ou menos sorte - com mais, mesmo com muita, nos dois jogos mais complicados com que teve de se haver, com a nossa selecção, e com esta mesma Hungria - segue na frente só com vitórias.
Foi uma vitória clara, e de certa forma gorda - três a zero - com uma exibição agradável, aqui e ali com excelentes pedaços de futebol. A verdade é que na primeira meia hora as coisas não correram nada bem, e só o prmeiro golo - então contra a corrente do jogo - o jogo se alterou definitivamente. Aconteceu aos 32 minutos, numa bela jogada de ataque rápido. Quatro minutos depois chegou o segundo, e a partir daí só deu Portugal. Mesmo que só tivesse dado mais um golo!
Fernando Santos voltou a confirmar o seu conservadorismo. Não é novidade que è avesso a inovações, mas também se percebe: uma equipa de selecção não é a mesma coisa que uma equipa de clube, que trabalha junta todos os dias. E os resultados dão-lhe razão.
A selecção da Hungria apenas surpreendeu por apresentar um jogador de pele mais escurinha. Ficamos sem perceber que muro terá saltado para chegar ao país... e à selecção nacional de futebol que o representa. Ou será que quem souber jogar à bola não terá problemas em entrar na Hungria?
Assinalam-se hoje os 60 anos do Tratado de Roma, que criou a CEE, com a tal ideia da Europa Unida. Assinala-se a coisa, não creio que se comemore coisa nenhuma.
Até porque esta Europa é hoje uma sexagenária muito pouco cuidada. Caiu de repente. Ainda há pouco era uma jóvem tão atraente...
Acho que foi de tantos lhe deitarem a mão. Tantos e tão maus...
Começaram por ser 6. Hoje são 28. Destes todos, há sessenta anos, apenas 12 eram democracias. E é bem possível que, bem vistas as coisas, hoje sejam ainda menos...
O défice ficou em 2,1%. Definitivamente. Nunca, em democracia, tinha sido assim...
Quem ficou muito irritado com isto foi Passos e a sua rapaziada. É só habilidades, dizem eles.
Devem ter razão. Só podem ter razão. O governo atingiu este défice revertendo as medidas com que eles o garantiam baixar ... sem nunca o terem conseguido. Com medidas que diziam incomportáveis. Para o défice e para os amigos que tinham deixado em Bruxelas...
Andaram quatro longos anos a vender tudo o que havia para vender, a aumentar impostos aos portugueses, a cortar-lhes salários, pensões, direitos e serviços, para cumprir défices que reviam a cada mês, com orçamentos rectifcativos, uns atrás dos outros. Todos os anos orçamentos,tinham de ser rectificados ...E todos eram inconstitucionais. E nem assim, lá chegaram. Nunca!
Empobreceram o país como nunca, mas chegaram a dizer que estava melhor; os portugueses, que humilharam, como agora humilhou o coiso holandês, é que não. E continuaram sem nunca lá chegar...
O défice é este, e o país hoje está melhor. E os portugueses também. Nota-se-lhes na cara...
Têm razão, Passos e os seus rapazes e raparigas. Há aqui muita habilidade. Eles é que não tiveram habilidade para nada.