Ao quinto dia chegou a montanha, mesmo que ainda não tenha vindo para ficar. O que não impede que a amarela tenha chegado ao seu destino natural: isso mesmo, à primeira montanha voou direitinha para o tronco de Froome, como seria suposto.
Lá no alto, na estância de ski com o sugestivo nome de Planche des Belles Filles, o italiano Fabio Aru impôs-se à concorrência e ganhou a etapa, com 16 segundos de vantagem sobre o irlandês Daniel Martin e vinte sobre Froome que, mesmo terceiro, não só chegou à liderança como ganhou mais uns segundos aos crónicos mais directos adversários, incluindo aqui Quintana e Contador.
Se Froome foi de terceiro na etapa para pimerio na geral, Fábio Aru fez ao contrário: de primeiro na etapa para terceiro na geral. E disse que também conta para as contas do Tour!
Das Comissões Parlamentares de Inquérito espera-se tudo. Ou seja: nada. Dos seus relatórios espera-se sempre ainda mais. Do relatório preliminar da comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos não se poderia esperar melhor conclusão: não ficou demonstrado pressões dos diferentes governos para a concessão de crédito, o que não quer dizer que não as tenha havido.
Pode haver melhor. Mais redondo não há de certeza!
Mas, atenção: é preliminar. Na versão final já será tudo mais a sério... E consequente.
O quarto dia do Tour, o primeiro integralmente corrido em solo francês, volta a ser dia de más notícias. Más notícias - mais dois nomes grandes que ficam pelo caminho - pelas piores razões: Sagan por um comportamento inaceitável e impróprio de um campeão, e Cavendish com uma clavícula fracturada.
Peter Sagan, o eslovaco bicampeão de mundo e um dos nomes maiors do Tour, tinha ganho na véspera, numa etapa que terminava à sua medida, num sprint depois de um a ligeira subida. Esta chegada à estância termal de Vittel era diferente, mais dirigida aos mais puros dos sprinters. Boa parte deles tinha ficado fora do momento de decisão, numa queda na última curva - que atingiu também o camisola amarela, Geraint Thomas - e Sagan já só praticamente teria que se haver com Mark Cavendish, ainda o maior dos maiores sprinters do Tour.
Propositadamente ou não - nunca se saberá - resolveu a coisa com uma cotovelada que mandou o britânico contra a vedação e daí para o hospital. Ficaria em segundo - ganhou o francês Arnaud Demare - mas por pouco tempo. Foi desclassificado e expulso.
Tudo normal na Taça das Confederações. A Alemanha ganhou, o Chile - do bravo guarda-redes que é o guarda-redes Bravo, que ensombrou os jogadores portugueses - ficou em segundo e Portugal, ressuscitado por um penalti depois de morto nos penaltis, em terceiro. Na geografia do futebol, um pódio natural: campeão do mundo, campeão sul-americano e campeão da Europa.
Mesmo que o campeão do mundo se tivesse feito representar pela equipa B, a trazer de volta à actualidade a mais famosa exressão de Gary Lineker:"são onze contra onze e no fim ganha a Alemanha". Que está de novo a ganhar tudo o que há para ganhar. Até o Europeu de sub 21, que ganhou à armada invencível de Espanha que, por sua vez, tinha vencido a invencível (seis anos sem perder, que não renderam qualquer título) selecção portuguesa.
Na Rússia, a selecção nacional, provavelmente a principal favorita, andou sempre pelo meio da ponte, sem saber bem se deveria prosseguir, e atravessá-la, se voltar para trás. Sem nunca saber muito bem se deveria puxar dos galões de campeão da Europa, e assumir-se como uma equipa dominadora, capaz de mandar no jogo, se como equipa retraída, manietada pelo primado do equilíbrio defensivo que faz a imagem de marca de Fernando Santos.
Fica sempre a ideia que os jogadores dão para muito mais do que aquilo que a selecção dá. Nunca foi exuberante, nunca apresentou um futebol capaz de nos entusiasmar. Mas também nunca foi inferior a qualquer adversário, nem mesmo, à excepção do caricato na marcação das grandes penalidades, na meia-final com o Chile.
"São onze contra o onze, e no fim ganha a Alemanha". Mas também se pode dizer que "são onze contra o onze" e, no fim, Portugal não perde... A diferença entre ganhar e não perder é que é muito grande...
Aí está a maior competição mundial do ciclismo. O 104º Tour de France deu hoje as primeira pedaladas, em Dusselforf, na Alemanha, com o prólogo, um contra relógio de 14 quilómetros.
Um tanto ou quanto surpreendentemente - o favorito, o alemão Tony Martin, foi apenas quarto classificado - ganho pelo britânico Geraint Thomas, da também britânica Sky, que classificou quatro ciclistas no top ten, entre os quais Chris Froome, de novo o principal candidato à vitória final, em sexto, e já com ganhos significativos para os principais concorrentes.
Apesar da novidade no primeiro maillot jaune, a principal nota deste prólogo marcado pela chuva, sempre um dos maiores adversários dos ciclistas, é uma péssima notícia para a competição: o espanhol Alejandro Valverde, uma das grandes figuras do ciclismo mundial e sempre um dos maiores animadores da prova, encontrou a meta no hospital, vítima da chuva e de uma queda com tanto de aparatosa quanto de grave.
Dificilmente, no plano desportivo, o Tour poderia começar pior. Esperemos que se recomponha mas, sem Valverde, já não é a mesma coisa. Para nós, portugueses, sem Rui Costa - presença habitual e galharda dos últimos anos - também não!
Como é habitual, e já um clássico, o Quinta Emenda irá dando notícias do que se for passando ao longo das próximas três semanas, neste que é um dos maiores acontecimentos desportivos do mundo.