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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Uma greve difícil de perceber. Ou talvez não...

 

 

A Autoeuropa está parada. Os trabalhadores estão em greve.

A Autoeuropa é uma parte significativa da economia nacional. O novo modelo que vai produzir - lembram-se do que foi feito para assegurar a sua produção na fábrica portuguesa? - representa 24% das exportações de um ano.

Tivéssemos no país 10 "Autoeuropas" e Portugal seria uma das grandes economias mundiais e uma das mais competitivas. Mas seria também um país mais desenvolvido, e uma sociedade mais equilibrada. A Autoeuropa promove mais riqueza, mais competitividade e melhor emprego. Emprego de qualidade.

Imagino que trabalhar na Autoeuropa seja um motivo de orgulho para os seus trabalhadores. Foi sempre essa a ideia que o carismático líder da Comissão de Trabalhadores da empresa, António Chora, nos deixou. Os trabalhadores gostam de ser reconhecidos, mas também gostam de ser produtivos, e de perceber a dimensão da sua participação no colectivo que somos. 

Não quer isto dizer que a Autoeuropa seja imune a qualquer espécie de conflitualidade laboral. Houve dificuldades em muitas ocasiões, mas nunca deixou de ser um exemplo de paz laboral e diálogo social.

Não percebo esta greve. Não fosse ela acontecer logo depois da saída para a reforma do presidente da Comissão de Trabalhadores, não fosse ela surgir num contexto de alteração da relação de poder entre os sindicatos e aquele orgão de representação dos trabalhadores, diria que é imitação minha. Assim,  talvez não...  

Coisas da paternidade

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Kim Jong-Un, o líder norte-coreano, foi pai. Pela terceira vez, dizem as notícias

O nascimento de um filho festeja-se com o poucas outras coisas. Uns embebedam-se com os amigos, outros deitam foguetes. E outros lançam mísseis...

Não há nada a temer. Keep calm, Trump: isto é só para festejar o nascimento de um filho...

E os outros também. Atrasaram-se um bocado, porque ainda estavam sob encomenda quando nasceram os dois primeiros. E o extremoso e babado pai não fazia ideia que aqueles brinquedos pudessem ter prazos de entrega tão grandes...

 

"É o costume"

 

 

Resultado de imagem para afixação de resultados das mesas eleitorais em angola

 

 

Os resultados das eleições em Angola na semana passada estão a ser contestados pelas forças políticas da oposição. Dir-se-á, e di-lo à boa cheia o MPLA, que é o costume. Que, se sempre assim foi, por que é que não seria assim agora?

É verdade que sempre assim foi, como é verdade que sempre existiram razões para que assim fosse. É se calhar por isso que também desta vez não tenham faltado razões para desconfiar dos resultados.

Os resultados conhecidos são ainda hoje provisórios e, mesmo com menos votos e menos deputados, deixam o MPLA com 150 deputados, dentro dos seus oblectivos eleitorais da maioria de 2/3. Os mesmos resultados  que, logo no dia seguinte, o porta voz do MPLA anunciara. Pouco depois confirmados pelo porta-voz Comissão Nacional de Eleições (CNE), ainda sem estar na posse dos resultados do escrutínio. De que se demarcaram os comissários nacionais da CNE, em conferência de imprensa que as televisões do regime pura e simplesmente ignoraram. 

Se isto não são razões para desconfiar dos resultados divulgados, e já assumidos pela imprensa portuguesa, e pelo próprio Presidente da Repíblica, como assunto arrumado, imitam-nas muito bem.

A diferença é que agora é bem capaz de haver condições para passar da suspeita para o apuramento da verdade. É que, ao que se diz, há fotografias dos resultados da contagem de votos afixados em cada uma das mais de 12 mil mesas de voto. Contar os votos a partir dessas fotografia é capaz de ser coisa demorada, e não será fácil dar-lhe eficácia administrativa e processual. Mas, quem quiser conhecê-la, ficará a conhecer a verdade dos resultados destas eleições. 

E dizer "que é o costume" será então dizer mais qualquer coisa ...

Eclipse (quase) total

 

O Benfica perdeu hoje em Vila do Conde os primeiros pontos no campeonato, na pior exibição da época.

O jogo correu mal, e começou muito cedo a correr mal, com a lesão de Jardel logo no início da partida. É mais uma lesão e, pior, é mais uma lesão do azarado central do Benfica, agora que era evidente o seu regresso à normalidade. À condição de grande esteio da defesa.

O Rio Ave jogou bem e criou muitas dificuldades, com que o Benfica nunca soube lidar. Muito interessante o jogo dos vilacondenses, a sair a construir muito de trás, muitas vezes correndo riscos que os tetracampeões, estranhamente, não souberam aproveitar.

Comecemos por aí. O Benfica, que está rotinado a fazer pressão sobre o adversário logo à saída da área, falhou sempre essa pressão. Quando o fez, fê-lo de forma desgarrada, com os dois avançados a chegarem sempre tarde à bola, e os outros sempre muito atrás, a permitirem a superioridade numérica dos jogadores do Rio Ave, que lhes permitia trocar a bola lá atrás e sair com todo o à vontade. Até parecia o Barcelona!

A partir daí, da primeira fase de construção, o Rio Ave partia para um posicionamento muito subido que lhe permitia encurtar o campo, e reduzir o espaço de disputa da bola. Aí, nessa estreita faixa do campo para onde o Rio Ave levou o jogo, sobressaiu a maior agressividade dos seus jogadores e, surpreendentemente, a sua capacidade técnica. Mérito, muito mérito dos jogadores e do desconhecido treinador do Rio Ave.

A primeira parte foi sempre assim, e o Rio Ave foi quase sempre melhor, empurrando o Benfica para a sua pior exibição da época. Eliseu, acusando a pressão a que esteve sujeito ao longo de toda a semana, jogava sobre brasas. Pizzi, não dispunha nem de tempo nem de espaço para pegar no jogo. Rafa, estava lá, no lugar de Salvio, mas não se via. E Cervi não fazia melhor. Seferovic, quando aparecia, estava em fora de jogo. Só Jonas, mas Jonas não joga sozinho.

A segunda parte tinha de ser diferente. As coisas não poderiam continuar assim.

E foi. Foi diferente, mas não tão diferente quanto era necessário que tivesse sido. Quando se começava a ver que o jogo já tinha mais campo, e que o Benfica estava melhor, surgiu o golo do Rio Ave, numa jogada muito bem desenhada, como tantas outras, mas de pura infelicidade para a defesa benfiquista: cruzamento para a área, a bola enrolou nas pernas de Luisão e dificultou o que seria uma recolha fácil de Varela, que a soltou para bater nas pernas de Lisandro e tomar o caminho da baliza.

Não durou muito a vantagem do Rio Ave. Seis minutos depois, o vídeo-árbitro viu finalmente um penalti a favor do Benfica, provavelmente o menos vísível de tantos que nunca tinha visto, e Jonas empatou o jogo. Faltava meia hora, e acreditava-se na reviravolta. Que não aconteceu - já não me lembro do último jogo que o Benfica tenha ganho depois estar a perder, deve ter sido há muito tempo - porque o guarda-redes do Rio Ave é um C(l)ássi(c)o milagreiro. Das quatro ou cinco oportunidades que o Benfica criou na última meia-hora, Cássio anulou três quando já se gritava golo.

Mesmo assim não me parece que o pior do jogo tenha sido o resultado. Houve coisas bem piores. Como a lesão de Jardel e a flagrante incapacidade da equipa na primeira parte. Ou a fraca resposta dos alas, os tais do excesso que até dá para deitar fora. Sem Salvio, Cervi apagou-se. E no lugar do lesionado argentino não resultaram nem Rafa, nem Zivkovic.   

Redundâncias

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Na ordem do dia está a notícia que o governo aprovou, ontem, as novas regras de reforma antecipada, que permitem que os trabalhadores com longas carreiras contributivas possam ter acesso à reforma sem qualquer penalização. As condições, pelo que percebi, são simples: mínimo de 60 anos de idade  e de 46 de contribuições.

Na RTP, as condições passaram a três:

  • "60 ou mais anos de idade";
  • "Mínimo de 46 anos de carreira contributiva";
  • "Ter começado a trabalhar com menos de 14 anos".

Surpreendidos? 

Não é caso para isso. Há redundâncias para todos os gostos. E não é só na sealy season...

A pouca sorte do rigor

 

Benfica, FC Porto e Sporting já conhecem rivais na Champions

 

 

"Sorte diferente para as equipas portuguesas no sorteio da Champions" - lê-se e ouve-se na comunicação social desportiva, comparando os adversários de Benfica, Porto e Sporting, deixando no ar que o Sporting teve azar, e Benfica e Porto, sorte. Esquecem-se que se estão a esquecer do pequeno pormenor que, no sorteio, o Sporting estava pote 4, o último, o dos menos credenciados. E que o Benfica estava no primeiro e o Porto no segundo, os dois potes com as mais fortes equipas europeias. Esquecem-se sempre de alguma coisa. Normalmente daquilo que é fundamental.

No pote 4, o Sporting nunca poderia evitar duas das melhores equipas europeias, uma do pote 1 e outra do 2. No pote 4, a sorte ou o azar do Sporting apenas poderia ser comparada no que respeita ao adversário saído do pote 3, o único que continha potenciais adversários comuns às três equipas portuguesas. Pois bem, desse pote 3, saíram, para o Benfica, o Basileia, para o Porto, o Besiktas, e para o Sporting, o Olimpiakos. Será que foi o Sporting o mais azarado? NInguém o dirá.

Ao Benfica, do pote 2, calhou o Manchester United. Ao Sporting o Barcelona. Para o Porto, do pote 1, saiu o Mónaco, o melhor que lá havia. Se pudesse, não escolheria melhor. Para o Sporting saiu a Juventus.

No pote 4, das equipas mais fracas, a sorte não foi madrinha nem para o Benfica nem para o Porto: respectivamente CSKA, da longínqua e fria Moscovo, e Leipzig, a surpresa da Budesliga na época passada.

Diz-se que a sorte dá muito trabalho. O rigor também. Se calhar dá mais...

 

 

Marketing, xenofobia e racismo

Supermercado elimina produtos estrangeiros e dá 'lição' aos clientes

 

Um supermercado em Hamburgo, da cadeia alemã de supermercados Edekana, tomou a iniciativa de, por um dia, colocar nas prateleiras apenas produtos alemães.

Os seus clientes foram surpreendidos com prateleiras, quando não vazias, despidas da variedade a que estão habituados. No lugar em que faltavam os produtos que procuravam, encontravam muitas vezes frases alusivas à circunstância: "tão vazia fica uma prateleira sem estrangeiros"; ou "a nossa seleção conhece fronteiras hoje".

A notável iniciativa deste supermercado não tem apenas o mérito de confrontar os seus clientes com o racismo e a xenofobia. Mostra como estes preconceitos são absurdos, e contrários ao nosso próprio modo de vida. Mostra, de uma forma simples, como o racismo e a xenofobia não cabem no tempo que vivemos. 

 

 

Dia de Angola

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Hoje é dia de eleições em Angola. Só por isso já seria um dia histórico, não há eleições em Angola todos os anos. Nem todas as décadas... É mesmo coisa rara.

Aconteça o que acontecer nas eleições e nos seus resultados, hoje é um dia de mudança. Mesmo que, como tudo indica, ganhe o candidato do regime, o poder continue nas mãos do MPLA, e Eduardo dos Santos continue com os cordelinhos do poder, hoje muita coisa mudará.

Mesmo que escolhido pelo presidente que há quase 40 anos - a História tem destas ironias: um jovem que chegou ao poder como solução transitória, até que as grandes figuras do MPLA se entendessem na sucessão de Agostinho Neto, acaba por se tornar no mais estruturado e mais duradouro caso de poder - João Lourenço não é Eduardo dos Santos. E tem ao lado - há até quem diga à frente - uma mulher que é simplesmente uma das mais bem preparadas personalidades angolanas. A experiência política, diplomática e e executiva de Ana Lourenço fazem dela muito mais que a primeira dama que Angola nunca teve. E podem fazer dela um verdadeiro agente de mudança, que vá muito para além do simples  mudar, para que tudo fique na mesma.

A crise que se agravou nos últimos três anos, depois da queda dos preços do petróleo, deixou a economia e as finanças angolanas, e em particular  o sistema financeiro, em muito mau estado. É muito provável que o país tenha de recorrer a ajuda internacional, através do FMI, e sabe-se o que esse tipo de intervenções traz agarrado.

Não será nesta altura muito provável que os angolanos suportem os sacrifícios que lhes vão ser exigidos se não perceberem que o regime esteja a mudar. E isso será tão mais improvável quanto mais apertada for a vitória do candidato do MPLA... Num quadro de eleições livres e justas, como evidentemente se deseja. De outra forma, as dificuldades serão ainda maiores.

Por isso, hoje é um dia histórico para Angola.

Os deveres de Estado e o estado dos deveres

 

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O presidente Marcelo foi a Barcelona sem autorização do Parlamento (sim, o Presidente da República precisa de autorização parlamentar para se ausentar do país). O primeiro-ministro também foi, mas esse pode sair quando quiser. 

Participaram ambos na missa na  espantosa catedral da Sagrada Família, de homenagem às vítimas do atentado nas Ramblas. Não terá sido a primeira vez que António Cosa tenha ido à missa. Nem a última, certamente...

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