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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Novidades (e surpresas) da ciência*

 

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A notícia é nova, acabadinha de chegar. E surpreendente. Diria mesmo, inacreditável!

Uma bomba: acabou de ser descoberto um novo órgão no corpo humano!

Isso mesmo, quando julgávamos que sabíamos tudo do nosso corpo, que conhecíamos todas as células pelo nome, mesmo as mais remotas e disfarçadas, eis que todo um órgão novo se nos revela.

Mas vamos a ele, sem mais demoras: chama-se interstício – não é bonito, mas deve ter sido o que se pôde arranjar – e, para maior surpresa, é até um dos maiores do corpo humano. Era anteriormente conhecido apenas como um espaço - um espaço entre células – já designado de espaço intersticial (daí o nome ter sido o que se pôde arranjar) ou de “terceiro espaço” – por vir depois do sistema cardiovascular e do linfático – e reveste o tubo digestivo, os pulmões e o sistema urinário. E daí o seu tamanho, como se percebe!

A primeira pergunta parece óbvia: “como é que, sendo tão grande, nunca ninguém tinha dado por ele?

A resposta não é menos surpreendente: porque, à imagem daqueles suportes das mensagens da “missão impossível”, se destrói ... em contacto com as lâminas microscópicas. Só que a diferença, faz mesmo diferença – enquanto o “livro de instruções” da “missão impossível” se destruía depois de fazer o seu papel, o interstício destruía-se antes, sem se dar a conhecer. 

Não estava no entanto preparado para resistir às novas técnicas de observação. E acabou surpreendido por novos materiais e equipamentos de investigação, como de surpresa apanhou os cientistas quando deram com uma coisa nunca vista em nenhum manual da anatomia. Como surpreendidos continuamos nós a ser todos os dias!

Ah… Faltava-me dizer que que esta descoberta traz um mundo novo à medicina, especialmente relevante no combate ao cancro. É que, o que a ciência acaba de revelar, é uma espécie de auto-estrada por onde circula 20% do volume de fluido que se movimenta no corpo humano. O que quer dizer que determina fortemente a mobilidade das células metastizadas… Por exemplo.

 Boa Páscoa!

* A minha crónica de hoje na Cister FM

 

O preço da genialidade

 

 

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Foram ontem, finalmente, apresentadas as contas do Novo Banco. Sem surpresa, mais 1,4 mil milhões de prejuízos. Porque a "herança" de Ricardo Salgado, que Carlos Costa nos transmitiu, é pesada e a Lone Star não vai em conversas.

É curioso como, no mesmo dia em que o Novo Banco nos apresenta o que desejamos seja a última factura, se ouviu, na assembleia geral que aprovou as contas de 2016 e 2017 da Mutualista do Montepio, Tomás Correia garantir com toda a convicção que “ao serem aprovadas as contas, a Associação Mutualista Montepio sai do ciclo de crise mais preparada do que estava no período que a antecedeu, com rácios de capital que lhe conferem solidez e confiança para o futuro”.

Genial! Com uma simples habilidade contabilística, sem um tostão, Tomás Correia tira a dona do  Montepio da crise econfere-lhe a solidez que projecta confiança e futuro. 

Foi com estes génios financeiros que aqui chegamos. Estranhamente continuam por aí!

Diplomacia e palermices

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Não aprecio - antes pelo contrário, como por aqui tenho muitas vezes deixado claro - a figura de Santos Silva, o ministro dos negócios estrangeiros. Mas não consigo deixar de lhe atribuir mérito, e particularmente bom senso, na posição oficial do país nesta guerra diplomática contra a Rússia. Não é de resto a primeira vez que consigo acompanhá-lo, o que não muda nada da opinião pessoal que dele tenho. 

Tudo leva a implicar os serviços secretos russos na entativa de envenamento de um antigo espião (Skripal, de seu nome) e da sua filha, em Salisbury, no sul de Inglaterra, naquilo que é, nas palavras do próprio ministro, “ a primeira vez que depois da guerra fria se utilizam armas químicas em solo europeu”. Mas a verdade é que no mundo da espionagem nem sempre o que parece é. E no actual clima de nova guerra fria, do outro lado está Donald Trump, uma "coisa" que nunca existiu, sem padrão de comportamento. Ou melhor, com comportamento cujo padrão é fugir aos padrões.

Neste quadro, e mesmo tendo o Estado português o poder e a influência que tem neste cenário - muito pouco ou nenhum -, faz todo o sentido este "wait and see" da nossa diplomacia. Que alinhe a sua posição nas instituições internacionais que integre, como na Nato, mas que, sabendo que a verdade dificilmente se virá a descobrir, que provavelmente nunca se encontrarão provas irrefutáveis da autoria do ataque, em vez de uma "Maria que vai com as outras", tenha a sua própria posição. E, nesse sentido, a chamada a Lisboa do embaixador em Moscovo não é uma posição nem dúbia, nem fraca.

Fraca - fraquíssima - é a de Paulo Rangel. Considerar a decisão do governo português "inexplicável" não é muito abonatório da sua competência política; considerá-la "jogo ideológico", para agradar aos seus parceiros, é ainda menos abonatório da sua lucidez e da sua seriedade intelectual. Mas ameaçar com o "Foreign Office" é francamente deplorável. Uma palermice, Paulo Rangel!

 

 

"É tão bom, não foi?"

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O menor défice da democracia (0.9%), conseguido à custa da maior receita de impostos (que não necessariamente da maior carga fiscal, como alguns pretendem) e das maiores cativações dos últimos largos anos, chegou para acomodar mais uma factura da banca - desta vez de 4,5 mil milhões de euros, da CGD - sem que o país furasse o tecto do défice excessivo, garantido que já estava que a UE não a consideraria para efeitos de procedimento.

Uma coisa é a política, outra é a matemática. Politicamente, o governo tinha conseguido que a UE não considerasse o "envelope" da Caixa para procedimento por défice excessivo. Mas, nas contas, esse envelope não tem outro sítio para onde ir se não para o défice. Por saber isso é que Mário Centeno apertou por todo o lado!

Por isso o governo fica sozinho a celebrar um défice muito abaixo de todas as previsões, numa espécie de "é tão bom, não foi?"... Por isso, porque sabemos o que as cativações nos têm custado e quanto nos custa pagar os impostos que pagamos, temos que deixar o governo a festejar sozinho. Porque não somos capazes de esquecer que, nos últimos 10 anos, já demos mais de 17 mil milhões para o peditório dos bancos. Nem que, como aqui repetidamente se diz, o dinheiro nunca desaparece. Apenas muda de mãos! 

 

 

Curto, para tamanhos objectivos ...

 

A selecção nacional concluiu esta dupla jornada na Suiça, com mais uma exibição imprópria do título que ostenta e do prestígio de que desfruta. Se no primeiro jogo, na passada sexta-feira, com o Egipto, ainda conseguiu salvar o resultado nos quatro minutos da compensação, hoje não conseguiu fugir a uma derrota copiosa com a Holanda, com uma primeira parte assustadora.

Ao intervalo estava feito o resultado (0-3) e montado um cenário futebolisticamente apocalíptico. A selecção holandesa, que entrara convencida que ia defrontar a campeã europeia e uma equipa do top do futebol mundial, a que historicamente pertence mas do qual está agora afastada, acantonada lá atrás, com toda a gente a defender, demorou tempo a perceber que estava enganada. Só percebeu quando os golos começaram a surgir na baliza portuguesa a cada oportunidade que criava, sem que nada se passasse na sua grande área.

Claro que Fernando Santos tem tudo a ver com isto. Ao mudar radicalmente a equipa, com jogadores que nunca tinha jogado juntos, sem um trinco, nem ninguém nessa posição nevrálgica do jogo, o seleccionador nacional devia estar à espera de mais um milagre. A fé tem destas coisas...

O seleccionador não esteve apenas mal na constituição da equipa de hoje. Esteve mal na convocatória, esteve mal nas dispensas e nas substituições que não fez. E esteve mal, como normalmente está, em permanentemente adaptar a equipa e a estratégia de jogo ao adversário. Uma selecção campeã da Europa, cujo objectivo declarado é o título mundial, tem que ser impositiva. Tem que ter o seu padrão de jogo, e não pode partir para cada jogo à procura das armas para se defender do adversário. Tem que o atacar, não tem que se defender dele.

Quem não perceber isto, se não viu, vá ver o Alemanha-Espanha da passada sexta-feira, em Dusseldorf. Duas grandes equipas que não abdicaram nunca do seu futebol. E foi ina fidelidade às suas ideias que cada uma encontrou o caminho para alternadamente se superiorizar à outra.

Dos jogadores que hoje alinharam de início, à excepção do Cristiano Ronaldo, nenhum está condições para ser titular no mundial. E poucos, muito poucos, estarão em condições de incluir nos 23. De toda a defesa apenas o estreante Mário Rui, o lateral esquerdo do Nápoles, mostrou condiçoes para ir à Rússia. Do meio campo, apenas o Bruno Fernandes e no ataque, pelo que é, não pelo que jogou (como poderia?), Cristiano Ronaldo. E Quaresma, que dá sempre jeito ter no banco...

João Cancelo, hoje expulso, perde para a concorrência. E José Fonte e Rolando não têm lugar nesta selecção. Adrien, André Gomes e João Mário podem ter lugar cativo. Mas estão muito longe da condição mínima aceitável, e o que não faltam é jogadores para os substituir. André Silva é outro caso de perda de espaço na selecção. Não revela o entendimento que se tem pretendido fazer crer com CR7. Nem com ninguém. Gonçalo Paciência é hoje um ponta de lança bem mais capaz.

Muita coisa pode ainda acontecer mas, a pouco mais de dois meses do início do campeonato do mundo, não vejo como aqueles sete jogadores possam recuperar condição para estar à altura dos objectivos - não é dos sonhos - de Fernando Santos. Irrealistas, mas enfim... 

Os motards

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Ouvi a notícia pela primeira vez na Antena 1, a meio da tarde de sábado, dando conta que um gangue de "motards", armado de facas, paus e martelos, invadiu um restaurante no Prior Velho para um ajuste de contas com um gangue rival, fugindo depois de deixar um rasto de violência e pelo menos três feridos graves.

Há gangues em Portugal. E muitos. E há motards, uns mais e outros menos ortodoxos. Mas, de gangues de motards em Portugal é que, francamente, eu não tinha conhecimento. Mas se calhar há - pensei para os meus botões.

À noite, numa televisão, vi as imagens, sem prestar muita atenção. De repente, com um indivíduo rua abaixo a berrar que aquilo não ficaria assim, e "que se estava apenas no intervalo do filme". a reportagem agarra-me. De uma primeira sensação de "conheço esta cara", à sua completa identificação, foram uns centésimos de segundo: era Mário Machado. Que até pode ser motard, mas que não é daí que é conhecido. É antes conhecido pela cara da extrema direita, sucessivamente acusado e condenado pelos mais variados crimes de racismo e xenofobia.

A comunicação social, entre ela a pública, entendeu esconder uma guerra entre gangues rivais de extrema direita. E para isso inventou gangues de motards. Já nem se estranha muito a comunicação social, mas que é de estranhar o silêncio dos motards portugueses, se calhar, é!

Medo. Muito medo!*

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Há muito que muita gente desconfia das novas tecnologias e em particular das redes sociais. Uns por cepticismo militante, desconfiam de tudo e desconfiam mais de tudo o que é novidade. Não é a esses que me refiro, até porque os coloco no mesmo saco dos outros, no outro extremo, que nunca desconfiam de coisa nenhuma e se entregam acriticamente, de alma e coração, a tudo o que de novo lhes apareça pela frente.

Outros porque vêm outros utilizá-las como janelas escancaradas para a sua vida, mesmo que para lá espreitem como espreitariam por qualquer buraco de fechadura. E outros porque, reconhecendo-lhe um potencial inesgotável, desconfiam da utilidade que a perversidade, nas suas mais diversas formas, lhe possa dar.

Notícias dadas esta semana por dois jornais de referência mundial, o New York Times e o London Observer, a partir de investigações que levaram a cabo, fizeram disparar todos os alarmes destes últimos.

Não deixaram apenas o Facebook em alvoroço. Em alvoroço e sem umas larguíssimas dezenas de milhares de milhões de dólares. Deixaram-nos com medo. Com muito medo. E no entanto apenas confirmavam aquilo que há muito corria: que o Facebook tinha sido usado para eleger Donald Trump, no ano passado, na América. A novidade, nestas notícias, é que identificou quem e como – uma empresa inglesa, a Cambridge Analytica, já a espalhar o negócio pelo mundo fora, pronta a intervir na manipulação de tudo o que seja eleições por todos os continentes – e através da apropriação dos dados de 50 milhões de americanos, utilizadores da rede, com o envolvimento de gente da ciência e da Universidade.

Sabe-se que o mesmo já tinha acontecido no Brexit. Que os catastróficos resultados do referendo à continuidade britânica na União Europeia tinham sido manipulados a partir das redes sociais. Que o mesmo aconteceu mais recentemente nas eleições no Quénia, ou acabou de acontecer em Itália. Disse-nos Matteo Salvini, o líder da extrema-direita italiana, quando, conhecidos os resultados, se apressou a agradecer: “Graças a Deus internet, graças a Deus redes sociais, graças a Deus Facebook.”

Olhamos para este fabuloso mundo da conectividade digital e vemos Trump, brexit… Rússia, Putin, cibercrime e ciberespionagem … Fake news… E temos medo. Muito medo…

Porque jornalismo sério, como este do New York Times e do London Observer, capaz de denunciar estes crimes contra a humanidade, a liberdade e a democracia, não passa já de um simples e raro resquício do passado…

 

* A minha crónica de hoje na Cister FM

 

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