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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Cada jogo são dois

Benfica-Tondela, 1-0 (crónica)

 

À 24ª quarta jornada do campeonato, a dez do fim, o Benfica foi ganhar ao Dragão e passou para a frente do campeonato, com uma almofada de dois pontos, que lhe garantia uma pequena margem de erro. A manutenção dessa pequena vantagem dava-lhe um pequeno conforto. Sabia que podia errar uma vez, e o rival sabia que não podia errar mais.

Quando o Benfica esgotou essa margem logo no jogo seguinte, com o Belenenses, ficou claro que os nove jogos que faltava disputar não eram mais os nove jogos de cada um. Ao Benfica e ao Porto não faltavam 18 jogos, nove a cada um. Faltavam nove jogos, os dois jogos que ambos tinham de disputar iriam fundir-se num único.

Os dois que já passaram confirmaram isso mesmo. O Moreirense-Benfica e o Porto-Marítimo foram um só jogo, que deixou a (falsa) ideia que ambos passaram com igual clareza e igual mérito. Só que se viu como tudo foi facilitado na parte do jogo disputada no Dragão, e como tudo foi complicado na parte disputada em Moreira de Cónegos.

Depois da paragem para as selecções hoje voltou-se ao campeonato, como bem se percebeu ao longo da semana, e ao tal jogo dos dois jogos: um em Braga, onde o Porto se deslocava, e o outro na Luz, que recebia o Tondela. E voltou a ver-se como tudo foi diferente: em Braga, quando o Porto estava a perder, o árbitro que foi membro dos Súper Dragões, não teve dúvidas em assinalar dois penaltis estranhos que viraram o resultado, e deram a vitória aos do Porto. Na Luz, aos 10 minutos de jogo, dentro de um quarto de hora inicial ao nível do Benfica de Bruno Lage, com sucessivas oportunidades claras de golo, com o resultado em branco, o árbitro leonino Carlos Xistra, que já afastara o Benfica da final da Taça da Liga, não assinalou um penalti claro cometido sobre Samaris.

E, enquanto o Porto não precisou de jogar nada para passar aquele que era o obstáculo mais difícil que tinha no calendário, o Benfica teve de dar tudo, e até de perder a cabeça, para ganhar a um dos últimos do campeonato, em posição de descida.

E foi isto o jogo dos dois candidatos ao título, confirmando-se que ao Porto basta comparecer nos jogos para os ganhar. 

Na parte deste oitavo jogo a contar do fim que se jogou na Luz, tem de dizer-se que, tendo em contas todas as vicissitudes de um jogo de futebol, que aparecem sempre todas em todas estas partes destes jogos, o Benfica acabou por ser ser feliz.

Depois de um quarto de hora inicial de grande nível, com três oportunidades claríssimas de golo, com um penalti negado e com um golo anulado por fora de jogo milimétrico de Jonas na assistência para André Almeida, isto é, com tudo para resolver o jogo, a qualidade do futebol começou a cair à medida que os alimentadores do jogo do Benfica, especialmente Gabriel,  começavam a falhar nos passes.

O Tondela defendia lá atrás, sem dar espaços. Cada minuto que passava era um tónico suplementar para os seus jogadores correrem ainda mais, disputarem com mais vigor as bolas divididas, e ganharem a maioria dos ressaltos.

No final da primeira parte o domínio do Benfica era avassalador, com seis grandes oportunidades de golo, mas só isso... 

No arranque da segunda parte Bruno Lage começou logo a arriscar - não tinha como não o fazer - fazendo entrar Seferovic para o lugar de Samaris. Os primeiros 10 minutos da equipa voltaram a ser de bom nível, com o Benfica a voltar a marcar, por Jonas. E num golo à Jonas, daqueles que só ele consegue fazer. O VAR chamou a atenção de Carlos Xistra, que - por quem sois! - evidentemente anulou. O André Almeida não tentou proteger a cara com as mãos, num alívio à queima roupa de um defesa adversário. Nada disso, jogou deliberadamente a bola com as mãos, concluiu e mostrou Xistra.

Esta decisão enervou claramente os jogadores do Benfica (pudera, vêem bem o que se passa do outro lado) e a equipa passou mesmo a jogar mal, sobre brasas. Bruno Lage apostava tudo.  Até na sorte, ao apostar no milagre Taarabt... Talvez por isso a sorte lhe não tenha virado as costas, nas duas ou três oportunidades de golo que o Tondela, já a jogar no campo todo, foi criando. Mais aí, que no golo da vitória aos 84 minutos, que aconteceu justamente porque o Tondela já jogava no campo todo.

E pronto, nestas coisas das dificuldades do calendário, com que tanta gente gosta de se entereter, agora é o Benfica que está em maiores dificuldades. Na verdade está agora, como tem estado até agora. Já ninguém tem dúvidas que o Benfica apenas será campeão se ganhar todos os jogos!

 

Brexit: o dia D

Resultado de imagem para 29 de março brexit

 

No dia em que era suposto os britânicos estarem de malas aviadas da União Europeia, num exuberante bye-bye europe, o seu parlamento está apenas a chumbar pela terceira vez o acordo de saída.

Desta vez Theresa May estava por tudo e, veja-se ao que chegou, prometeu demitir-se em troca da aprovação. Entregou ela a sua própria cabeça. Nem assim, nem já sem cabeça May consegue sair do buraco em que se meteu. 

Mistérios de vida*

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Numa semana em que a morte levou traiçoeiramente o João Vasconcelos, aos 43 anos, um dos melhores de nós, atirando-nos brutalmente contra a realidade da vida a que não podemos deixar de chamar injusta, num não menos insondável mistério, a mesma morte deixa-nos um milagre de vida.

A mesma morte que levou o João tão cedo levara, mais cedo ainda, Catarina, uma jovem canoísta com apenas 26 anos. Estava grávida de 12 semanas do seu primeiro filho quando, na sequência de uma crise de asma, no Natal passado, lhe foi declarada a morte cerebral, já Hospital S. João, no Porto. Entendeu a equipa médica que havia condições para prolongar a gestação, mantendo o corpo da jovem em suporte artificial de vida até à melhor oportunidade para o nascimento do filho, decisão que teve o acordo da família materna e do pai.

Já há três anos, em Lisboa, tinha ocorrido um bem-sucedido caso de gestação em morte cerebral, depois de 107 dias de desenvolvimento intra-uterino com a mãe em suporte de vida.

O Salvador, assim se chama o filho a que, morta, Catarina conseguiu dar vida, nasceu às primeiras horas de ontem, um dia antes do previsto, por complicações na assistência respiratória. Desligada a máquina, a mãe vai hoje a enterrar, 91 dias depois de, a 26 de Dezembro do ano passado, ter sido chorada pela primeira vez a sua morte.

Também de morte se faz vida. Bastava isto para fazer da vida o mais extraordinário dos mistérios. Mas também a mais interminável das discussões…

 

* A minha crónica de hoje na Cister FM

Do que esta gente (não) se lembra

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Depois de ontem terem ouvido o actual governador do Banco de Portugal, com grande falta de memória, diga-se de passagem, os deputados da comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos vão finalmente hoje ouvir Vítor Constâncio, o anterior governador, entre 2000 e 2010.  Que sempre se escondeu atrás da sua condição de vice presidente do BCE para não dar explicações sobre nada, de tudo que tem para explicar.

Depois de tanta coisa se ter varrido das lembranças de Carlos Costa, é grande a expectativa sobre o estado da memória de Vítor Constâncio, a dois meses do fim do mandato que, garantiu sempre, o impedia de prestar declarações aos deputados. Terá certamente muito para contar, se a memória o não trair. Não deixaria de ser dramático se, agora que já pode falar, não se lembrasse de grande coisa.

O défice

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Mais que 0,5% - défice mais baixo da democracia -  é definitivamente a sublimação do défice. Acredito mesmo que este défice recordista tenha sido tão martelado como tantos outros, no passado. Só que em sentido inverso, enquanto estávamos habituados a números de ginástica encontrar números mais curtos, estou convencido que, agora, a ginástica foi para aquilo que deve servir - para fazer crescer!

Não tivesse o governo que pensar nos aliados da esquerda que o viabilizam e o défice seria até nulo, ou muito mais perto disso. 

Que quer isto dizer? Quer dizer que o défice, goste-se ou não, concorde-se ou não, é ainda a questão central da governação. Governou-se para o défice durante a troika e continua a governar-se para o défice depois dela.

Há vida para além do défice? Há, mas não é a nossa!

Gaza, mais uma vez!

 

Sabe-se que Netanyahu massacra a Faixa de Gaza apenas por duas razões: por tudo, e por nada. Desta vez bastou-lhe que Trump reconhecesse, contra o consenso internacional há muito estabelecido, a soberania israelita sobre os Montes Golã. E a campanha eleitoral em curso em Israel, onde as coisas lhe não estão a correr de feição.

 

 

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