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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

28 de Maio*

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Termina hoje o mês de Maio. Há três dias o calendário assinalava terça, 28. Haverá provavelmente muita gente, especialmente aos mais novos, a quem esta data não diga grande coisa, mas é uma data marcante da História Contemporânea de Portugal. Houve um 28 de Maio e chamaram-lhe até revolução. Aconteceu em 1926 e foi o golpe de Estado que deu o golpe de misericórdia na I República, e abriu o caminho à ditadura de Salazar, que tomou conta do pais durante 48 anos.

E tomou conta de tal forma que o país e  a sociedade portuguesa mantém ainda hoje, 45 anos passados, nos seus traços mais marcantes, vestígios claros dessa que foi a mais longa ditadura da Europa.

Não sei se nesta terça-feira, neste 28 de Maio, assistimos apenas à explosão de mais um desses vestígios, se à evocação, e comemoração a preceito, dessa data histórica.

No norte do país as Finanças e a GNR montaram uma operação na estrada em que os senhores agentes mandavam parar os carros, identificavam as pessoas e comunicavam os respectivos dados a funcionários fiscais que, instalados em tendas ali ao lado, iam verificar a situação tributária de cada um. Confirmando-se alguma dívida fiscal, o cidadão era sumariamente convidado a pagá-la. Caso não o fizesse a viatura era penhorada, e imediatamente carregada para um reboque, ali à mão.

Assim, sem mais, nem menos. E sem lei, sem respeito, sem decoro… Como na mais ignóbil ditadura do mais recôndito e atrasado país do mundo.

Por volta da hora de almoço, o Secretário de Estado competente mandou parar com aquela barbárie. Mas o que estava feito, feito estava… Ia aquele dia 28 a meio.

Havia mais 28 de Maio pela frente, e da Assembleia da República soube-se que o Banco de Portugal, que tudo fizera para não cumprir a lei que obrigava os bancos que usaram os 25 mil milhões de euros que tivemos que lhes entergar a tornar pública a lista dos devedores que sorveram tal dinheiro, acabara por entregar qualquer coisa mas não permitia a divulgação de coisa nenhuma.

Segredo bancário - essa alma do negócio - diz o Banco de Portugal. O mesmo, o mesmíssimo, que põe numa lista, e a divulga por todo o lado, quem passar um cheque de meia dúzia de euros sem provisão, quem se atrasa um mês no pagamento de uma prestação do empréstimo da casa, do carro ou do frigorífico, ou mesmo uma comissão que o banco tenha abusivamente debitado. Aí não há segredo, nem dados pessoais, nem raio nenhum que os parta... Divulgar ao país quem lhe roubou dezenas de milhares de milhões de euros, é que não pode ser...

Exactamente, afinal,  como uma Autoridade Fiscal que não consegue seguir o rasto do dinheiro nas grandes fraudes fiscais, mas que vai para a estrada assaltar pobres cidadãos indefesos.

Não. Não se trata de um Estado com dois pesos e duas medidas. Trata-se de um tributo ao 28 de Maio que até aos seus autores envergonharia.

 

* Da minha crónica de hoje na Cister FM

Está tudo a correr tão bem, não estava?

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(Foto retirada do Observador)

 

Pode ser que me engane, mas desconfio que esta "Operação Teia", que tem o centro no Norte, e lá dentro mais uma história de terror feita de corrupção, de manipulação, de tráfico de influências e de caciquismo, ainda vai trazer dores de cabeça a António Costa.

Normalmente é assim. Ou tem sido sempre assim: quando tudo parece estar a correr-lhe tão bem, surge sempre um contratempo qualquer, frequentemente uma desgraça não anunciada. Hoje uma sondagem dá-lhe 40%, e 22 ao PSD... 

As eleições europeias foram o que foram e, agora, três dias dias depois, uma diferença de 18 pontos... Está tudo a correr tão bem, não estava?

 

 

Coisas estranhas

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É estranho que, quando tanto há para dizer, a oposição não tenha tido uma única palavra sobre a insólita "Acção sobre rodas" do fisco e da GNR de ontem, no norte do país. Percebe-se o mau estado em que ficou depois do que lhe aconteceu no domingo... Percebe-se que não queiram ver nada nem ninguém, e que só queiram que os deixem em paz, mas... caramba... um elefante destes a passar à frente dos olhos e nem um movimentozinho?

Estranho já não é que mais um responsável por mais umas centenas de milhões de euros de calote tenha ido à Comissão de Inquérito à Caixa dizer que não deve nada. Agora já sabemos que é assim: quem do lado da Caixa concedeu o crédito  "não se lembra", quem, do outro lado, o recebeu, "pessoalmente não deve nada". E já não se estranha.

Estranha-se é que Tomás Correia lá tenha ido dizer, sem se rir, que se demitiu da Administração justamente incomodado com a imprudência da política de crédito...

 

 

 

 

Ler os outros: "Poderia ter sido um bom tema para a campanha eleitoral das europeias 2019"

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Estava para escrever sobre isto, sobre a brusca percepção que os consumidores - os utilizadores de equipamentos Huawei - já tiveram da vulnerabilidade deste nosso novo modo de vida. Sobre a forma como quem manda nas novas tecnologias manda no mundo. E do perigoso que é gente perigosa a mandar em quem manda nas tecnologias. 

Estava para escrever sobre isto, como comecei por dizer. Depois vi que estava tudo aqui, e que não tinha nada a acrescentar. Vale a pena ler o que sobre isto escreve hoje o J. Manuel Cordeiro, no Aventar.

Deitar foguetes ... e apanhar as canas!

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Não foi preciso passar muito tempo para perceber aquela que, para muita gente, é a mais relevante consequência para a política interna das europeias de domingo. Quando andávamos todos preocupados com a abstenção, rapidamente nos convencemos que... nada... Quando, em menos de 24 horas começamos a perceber que a projecção destes resultados para as legislativas dava para emitir a certidão de óbito da geringonça. Bastará ao PS acenar ao PAN para, sem mais incómodos, assegurar a sua solução governativa.

E a euforia foi geral. A começar naturalmente pelo PAN que, pouco incomodado com as classificações de Miguel Sousa Tavares ("urbano-depressivos que comem alfaces"), já faz lembrar a fábula do sapo e do boi. A passar por António Costa, que já se vê a resolver, sem grandes problemas, todos os seus problemas. Nem sequer terá de acabar com as touradas, e de se preocupar com Manuel Alegre, basta-lhe aquela solução da capa de velcro para as bandarilhas serem coladas, em vez de espetadas no lombo do animal... E, com os partidos da direita em modo de touro no fim da lide, sem tempo para mais nada que as próprias feridas, a acabar na imprensa entusiasmadíssima a deitar foguetes. E a apanhar as canas...

 

 

Tudo muito pouco, excepto a abstenção

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Chegamos a um ponto, 45 anos depois de termos conquistado o direito de votar em eleições democráticas e livres, por que muitos lutaram com sacrifício da própria vida, em que apenas muito pouco mais de 30% de nós - cidadãos portugueses com mais de 18 anos inscritos nos cadernos eleitorais - usa esse direito para cumprir o seu dever de voto.

E isso, por mais voltas que se dêem, é o que mais ressalta - e que mais preocupa - destas eleições europeias. Tudo o resto é verdadeiramente marginal. Até porque, como na campanha, também na noite eleitoral tudo continua na mesma - ninguém perdeu. O PSD não perdeu. O CDS, quase apanhado pelo PAN, não perdeu. Nem o novo Aliança perdeu... Mesmo que o PCP tenha final e surpreendentemente perdido.

E porque os que ganharam, ganharam pouco com isso. O PAN, ganhando muito em expressão eleitoral, com 5% dos votos ganhou apenas um deputado. O Bloco de Esquerda, com 10% dos votos, passou a terceira força política e duplicou a sua representação, mas ganhou apenas mais um deputado. Ao invés, ganhando por pouco,  apenas poucochinho mais que o poucochinho de há 5 anos, o PS ganhou muito. Porque foi quem mais deputados acrescentou à sua representação mas, acima de tudo, o governo saiu reforçado pela derrota em toda a linha da oposição. E renovou as energias para as legislativas que aí vêm.

Talvez por isso o Pedro Marques tenha chamado uma vitória estrondosa a uma vitória por poucos.

Vá lá... Vamos lá votar!*

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Estamos a dois dias das eleições europeias do próximo domingo. Hoje é o último dia de campanha, à meia-noite acaba esta lufa-lufa das últimas semanas, que trouxe os partidos e as suas caras mais conhecidas para a rua, para fazerem o mesmo de sempre, da maneira que sempre fizeram. Como se o tempo, que corre vertiginosamente, estivesse afinal há décadas parado. 

Amanhã é dia de reflexão. Como se do que para trás ficou sobrasse alguma coisa que mereça reflexão, em mais um sinal da forma como o tempo parou em todo o nosso sistema político. Não só nada ficou para reflectir, como nada nos tempos de hoje impede a difusão do que quer que seja. Os jornais antecipam as suas edições para tratar do tema eleitoral como entendem. Os semanários que saem ao sábado, saem hoje. E não consta que à meia-noite sejamos obrigados a destrui-los. Nem que as páginas da internet se apaguem. Nem que das redes sociais desapareça tudo o que lá foi deixado… Para não falar dos cartazes, que se perpetuam.

No domingo, depois de tudo reflectido, vamos votar. Alguns de nós. Poucos, como se sabe. E se lamenta. Mas só isso, apenas se lamenta. Porque, pelo que atrás acabou de ser dito, parece que não se faz muito para que seja de outra maneira. Posso estar enganado, mas não me parece que o combate à abstenção se faça continuando a fazer tudo na mesma, como se tudo estivesse exactamente na mesma.

Com todo este imobilismo é difícil contrariar esta tendência galopante de abstenção.

Só que – e é esse verdadeiramente o drama – não é abstendo-nos da nossa participação cívica e democrática que mudamos nada disso. Quantos mais nos abstivermos menos são os que podem inverter a degradação do sistema de representação democrática. E, não tenhamos dúvidas, quando este sistema se esgotar, não restam boas alternativas. Tudo o que há disponível é muito pior!

E na Europa, que é o que desta vez está em causa, e onde esta é a única oportunidade de eleitoralmente nos expressarmos, esse pior é ainda pior.

Por isso, importa mesmo votar. Primeiro votemos, e depois exijamos. Como referiu Bruno Lage com aquela autêntica pedrada no charco em plena festa do título do Benfica no passado fim-de-semana. Depois sejamos exigentes. Com tudo e sempre!

 

* A minha crónica de hoje na Cister FM

Nos limites do paradoxo

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Hoje, no último dia do prazo, o Banco de Portugal entrega finalmente na Assembleia da República a lista dos grandes devedores da banca, depois de, em Janeiro passado, ter sido aprovada a lei que obriga as instituições de crédito a divulgar informação sobre os créditos que provocaram as perdas que as  conduziram ao pedido de auxílio do Estado.

Depois de tanta resistência em fornecer esta informação, levantando sempre os maiores problemas, sempre perdidos nos excessos das tecnicalidades apenas acessíveis aos seus altos quadros, o Banco de Portugal acabou por fazer chegar ao Parlamento não uma, mas duas listas: uma para os deputados, e outra para divulgação pública.

É sempre assim, cada vez que falamos de transparência...

Amanhã, os alunos das escolas portuguesas, depois de em Março terem aderido ao grande protesto mundial dos estudantes ("não há planeta B"), vão participar numa greve climática para desenvolver acções de protesto pelas agressões ambientais em 34 cidades.

Mas há testes marcados para esse dia. E os alunos vão ter falta injustificada, justificada por todos os directores escolares, mesmo pelos que saúdam o seu abraço à causa, e juram encontrar toda a justificação para o protesto. 

Somos assim, sempre nos limites do paradoxo! 

É difícil, mas pode sempre fazer-se pior...

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Fica-me clara, a mim e à generalidade dos portugueses, a avaliar pelos resultados das sondagens, a ideia que dificilmente o PSD poderia fazer pior nas últimas semanas desta campanha eleitoral. Só assim se percebe que no início oficial da campanha tenha estado empatado com o seu principal adversário e que agora o veja a fugir, e já à distância de 10 pontos. Mesmo que não seja apenas por isso que o partido no governo vá ganhar umas eleições que invariavelmente penalizam quem está no poder...

Assistimos neste momento final da campanha eleitoral à maior desorientação por que que já se viu passar um partido de poder. Ontem, depois de Passos e de Ferreira Leite nas vésperas, foi a vez de surgir Luís Filipe Meneses. E que veio ele acrescentar?

Serviu para introduzir o tema das desavenças com as anteriores lideranças, lançando o mote para Paulo Rangel lançar o sound byte do PS unipessoal. Logo ele, de quem Rui Rio fugiu o tempo todo para que em nenhuma circunstância se pudessem sequer cruzar...

Rui Rio que já diz que tudo o que seja acima dos 20% (desmontando os resultados da coligação, e atribuindo ao CDS um valor eleitoral de 7%) de Passos Coelho de há cinco anos, é um bom resultado. É crescer!

Hoje chega Francisco Pinto Balsemão. Não vem a tempo de pôr ordem em coisa nenhuma... Mas pode sempre piorar.

 

 

Ai as sondagens...

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A três dias do fim, a campanha eleitoral para as eleições europeias do próximo domingo vai de vento em popa. Quer dizer, sem nada de novo, sempre na mesma coisa, como se o tempo, que se desloca a velocidades vertiginosas, estivesse parado. No mesmo sítio, há dezenas de anos!

Indiferentes aos ânimos e desânimos que das sondagens vão chegando, os principais partidos seguem imperturbáveis nas suas estratégias, e fiéis os guiões que seguem à risca. 

Por exemplo, o PS esconde Pedro Silva Pereira. Ninguém o vê em lado nenhum, nada dele se vai sabendo. Apenas se sabe que é o terceiro da lista, nada mais. Já o PSD, pelo contrário, mostra mesmo o que nem tinha de mostrar. Primeiro veio Passos. Depois Ferreira Leite. A seguir virá provavelmente Maria Luís Albuquerque, e desconfio bem que não acabará sem Relvas... E nem me admiraria muito que Cavaco ainda viesse fazer uma perninha.

Depois admiram-se com os resultados das sondagens...

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