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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Belo regresso ao quentinho

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Havia uma certa expectativa à volta deste jogo de hoje na Luz, de relva nova. Também por isso, pela nova relva, mas por ser o regresso ao campeonato, três semanas depois, por suceder ao jogo da Champions - mito, ou não, estes jogos têm fama de ser complicados -, com menos de 72 horas de recuperação; porque o Marítimo vinha de treinador novo, com três semanas (quase uma pré-época) para preparar o jogo e, the last, not the least, porque o jogo era arbitrado pelo Fábio Veríssimo. Palavras para quê?

Creio que nem nas melhores expectativas caberia um jogo de tanta qualidade. Na primeira parte assistimos a um belo jogo de futebol. A segunda só não foi igual, ou até melhor, porque cedo - aos quinze minutos - Fábio Veríssimo pôs o Gabriel na rua e o Benfica ficou a jogar com dez. E naturalmente não poderia ser a mesma coisa.

Deve dizer-se que o Marítimo tem muito a ver com a qualidade que o jogo teve. Pela própria qualidade que lhe emprestou mas, acima de tudo, porque surgiu na Luz para jogar futebol. Querendo apenas jogar futebol, como que desafiou o Benfica a fazer o mesmo. E o Benfica aceitou o repto!

E o que se viu foi bonito de ver. O Marítimo entrou a jogar à bola - já com o dedo de José Gomes bem à vista - e não quis perder tempo. E o Benfica respondeu de imediato. Logo no primeiro minuto duas oportunidades, uma para cada lado. A dar o mote. E aos 8 minutos, na segunda oportunidade, o Benfica marcou, pelo goleador Pizzi.

Pareceu que o jogo foi de imediato para intervalo. Mas não foi - aconteceu apenas que o VAR demorou quase 5 minutos a confirmar o golo. No reinício parecia que não seria possível retomar o ritmo que o jogo trazia, mas depressa tudo voltou ao normal.

Aos trinta minutos o Benfica já ganhava por 3-0, com mais dois golos de Vinícius e, ao intervalo, para que o resultado espelhasse o que se tinha passado, teria de ter no placard qualquer coisa como 6-1.

A segunda parte iniciou-se no mesmo ritmo, e com apenas 10 minutos jogados já Vinícius tinha feito o hat-trick, deixando na Luz a certeza que aquilo não ficaria aquém dos 6-0 das duas últimas épocas.

Só que a expulsão de Gabriel mudou os dados do jogo. Mas não acabou com a exibição do Benfica. Mesmo com dez a equipa jogou bem, nunca permitiu qualquer superioridade ao adversário, e criou mais três ou quatro claras oportunidades de golo. De tal modo que, no fim, o melhor que aconteceu ao Marítimo foi mesmo o resultado. 

Foi o regresso ao campeonato, ao quentinho cá de casa - na Europa, o frio é muito -, é certo. Mas foi um regresso uns bons furos acima daquilo que vinha acontecendo, mesmo que aqui e ali com sinais de retoma nalguns dos últimos jogos. 

A dúvida que agora fica para esclarecer é se esta exibição resulta do desafio proposto pelo adversário, ou da decisiva retoma exibicional da equipa. Se, com adversários mais fechados, com marcações cerradas, e que levem o jogo para o confronto físico, não voltam as dificuldades.

Nada no entanto apaga o que se viu hoje. Uma bela exibição colectiva, com todos os jogadores em grande nível, mesmo que Taarabt, e inevitavelmente Vinícius, tenham estado ainda um pouco acima. Domingos Piedade teria gostado. Pena que a expulsão de Gabriel tivesse impedido mais um resultado memorável. E que tenha impedido a integração de RDT com a equipa completa e naquele ritmo. Marcaria certamente, não haveria como não o fazer! 

Uma história de cofres

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Carlos Santos Silva, o amigo que todos gostariam de ter, vai confirmando ao juiz Ivo Rosa as teses de Sócrates, por mais inverosímeis que sejam, como são. Se os amigos são para as ocasiões, este vai confirmando que é para todas as ocasiões.

A casa de Paris é dele, e o dinheiro era todo dele. E saiu todo de um cofre muito grande que tinha lá em casa, igualzinho ao da mãe de Sócrates. Algum saiu do cofre para negócios em Angola, donde veio para sair para a Suíça, para onde foi para fugir a impostos...

Enquanto nós, pobres cidadãos encharcados em impostos, vivemos aterrorizados com a monstruosa máquina fiscal, Carlos Santos Silva diz-nos que isso é para meninos. Que se lixem as acusações de fraude fiscal. As de corrupção e de toda a espécie de vigarice é que não!

Por isso é que esta é cada vez mais uma história de cofres.

Desilusão

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Há menos de dois meses, aqueles de nós que se preocupam com estas coisas, saudamos a chegada  de novos partidos à Assembleia da República como manifestação de revitalização da nossa democracia. Como um acerta pedrada no charco partidário em que vivíamos.

Hoje, à excepção de uns quantos que não se cansam de garantir que só no primeiro mês o Chega teria duplicado a votação, e de outros tantos que festejam a notícia - e que não integrarão exactamente o grupo identificado como ponto de partida - o sentimento é bem diferente. Apenas dois meses depois começamos a perceber que, afinal, o que de novo trouxeram não é assim tão novo. E - pior - não estão a trazer nada que acrescente valor à nossa democracia. Antes pelo contrário.

O que temos visto destes novos partidos é que têm ocupado o centro do espaço mediático através do fait divers, e que, sem qualquer contributo para o saneamento do xadrez partidário, e com a introdução de ar tóxico em vez de puro e respirável, nos deixam a ideia que, como diz a cantiga,  pra pior já basta(va) assim.

Entre o Livre, em autêntica emulação pública, e o Chega engolido pelo Ventura, entretido a lançar foguetes e a apanhar as canas, fica o (ou a?) Iniciativa Liberal, que começa com a demissão do líder e acaba a propor que nos recibos dos vencimentos passe a constar a contribuição da entidade patronal para a Segurança Social.

Se isto não parece brincadeira de crianças ... 

Se ...

Benfica ainda sonhou em Leipzig, mas viu as aspirações caírem por terra nos descontos

 

Esteve quase. Mas não chegou.

O Benfica teve o pássaro na mão mas deixou-o fugir. Os minutos finais foram fatais. Ao minuto 90, num penalti esquisito, o Leipzig reduziu. E ao 96 (o árbitro deu, justificadamente, 9 minutos de compensação) empatou.

Mas não foi hoje, em Leipzig, que o Benfica foi afastado da Champions. Foi em Lisboa, na primeira jornada, com este mesmo adversário. Foi em S. Petersburgo e em Lyon. Foi nesses jogos, quando Bruno Lage teve opções inexplicáveis, deixando de fora boa parte dos melhores jogadores.

O Benfica não fez hoje uma exibição memorável, longe disso. Mas foi uma equipa solidária e certinha, na maior parte do tempo. Podia e devia ter ganho o jogo, e podia até ter marcado os dois melhores golos desta edição da Champions. Primeiro, já depois do primeiro golo (Pizzi, aos 20 minutos), numa fantástica jogada de Pizzi, que a concluiu com um remate sensacional que levou a bola a bater na quina do poste com a barra da baliza adversária. E depois, na segunda parte, quando já ganhava por 2-0 (golo de Carlos Vinícius, aos 59 minutos), num fabuloso chapéu de RDT, ainda atrás da linha de meio-campo, que o guarda-redes conseguiu in-extremis desviar para canto. 

Agora resta ganhar ao Zenit (que, no entanto, ganhando, assegura a participação nos oitavos de final) no último jogo, na Luz, daqui a duas semanas. O que pode até nem evitar o último lugar do grupo. Mas pode também deixar as contas da classificação numa embrulhada dos diabos. É que, na eventualidade do Lyon perder o seu jogo (em casa) com o Leipzig, ficariam as três equipas com 7 pontos. E se calhar com contas complicadas de fazer... 

Mas isso são os ses do futuro. Os do passado - se o Benfica tivesse sempre jogado com os melhores; se hoje a bola do Pizzi tivesse ido três centímetros mais dentro, se a equipa tivesse tido a classe necessária para se opor à cavalgada final dos tipos da Red Bull -  esses é que já não contam!

 

 

 

Mais uma voltinha ...

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Diz hoje o jornal i que André Ventura prepara candidatura a Belém. É bem capaz de ser verdade, e não é sequer grande surpresa. A exposição mediática que uma candidatura presidencial sempre promove não é negligenciável. É mais uma oportunidade para lavrar terreno fértil para o populismo que personifica e para o terrorismo verbal que adoptou como forma de fazer política. E para germinarem as ideias que não tem (não tem uma única ideia estruturada), mas que toda a gente acha que tem.

É uma espécie de "mais uma voltinha, mais uma viagem"...

 

A pobreza e os números

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A erradicação da pobreza é o mais saudável objectivo de qualquer projecto de governação. Há dois instrumentos políticos para o perseguir: a política de rendimentos e  as políticas sociais. E duas receitas, ou três, considerando a combinação das duas: redistribuir melhor o rendimento, aumentando o dos extractos mais baixos à custa do dos mais altos,  e subsidiar, através de apoios sociais, os que, pelas razões mais diversas, não tendo outras fontes de rendimento, não tenham acesso ao trabalho.

Há sempre forma de mitigar esse objectivo. Substituem-se os instrumentos políticos por instrumentos de linguagem e chega-se lá perto. Pega-se na definição de pobreza e dá-se-lhe as voltas que forem precisas até acabar com ela.

O valor de 501 euros mensais, este ano fixado em Portugal para que os pobres deixassem de ser pobres, é uma forma de fazer isso. E de, ainda assim, chegar aos 17,2% da população em risco de pobreza, menos uma décima percentual que os 17,3% do ano passado.

 

 

O balão a encher

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Jorge Jesus continua em alta, e sabe-se no que normalmente isso dá.  O ego enche, enche, e... 

Em dezasseis finais disputadas ganhou dezassete e perdeu dez. Não faz a coisa por menos.

Em Portugal também ganhou títulos, mas nunca foi condecorado pelo Estado português. Não compreende por que foi preciso ir para o Brasil para ser condecorado, mas aí parece que nem está sozinho. Está até muito bem acompanhado. Para o efeito, melhor era mesmo impossível.

Evidentemente que a conquista da Libertadores pelo Flamengo é um feito relevante para o nosso país. Só por má formação se não percebe isso!

Problemas de comunicação

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Depois da tempestade que se sucedeu à abstenção da deputada do Livre  na "condenação da nova agressão israelita a Gaza", votada na sexta-feira na Assembleia da República, veio a bonança, com tudo a ficar-se por um problema de comunicação: "A Assembleia do Livre reconhece que todos os nossos membros, apoiantes e eleitores olham para as declarações dos últimos dias com perplexidade. Assumimos as dificuldades de comunicação ... que estamos a trabalhar em conjunto para resolver".

A "perplexidade" extravasa agora os "membros, apoiantes e eleitores" do Livre. É que, até agora,  os problemas de comunicação da Joacine circunscreviam-se à emissão. Mas afinal não são menores na recepção. Nem no armazenamento... E a isso já não se chama gaguez... 

Jesus Deus

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Foi épica a vitória do Flamengo na Libertadores!

A dois minutos dos 90 tudo parecia perdido, com a equipa de Jorge Jesus a revelar uma completa incapacidade de desfeitear um adversário incómodo, que não deixava jogar e inultrapassável quando o permitia.

O River, que fizera o primeiro golo da final a meio da primeira parte, numa gritante falha defensiva da equipa do Flamengo, mostrou-se sempre capaz de anular o futebol dos brasileiros, com uma atitude sempre muito pressionante e vigorosa, recorrendo a todos os métodos para meter areia na engrenagem da máquina de futebol de JJ, que em muitos períodos do jogo pareceu ter gripado. Para, depois, lançar contra-ataques sempre perigosos.

A dois minutos do fim a imagem do jogo era a de um Flamengo impotente perante um adversário mais (ma)duro, que já só esperava pelo apito final para fazer a festa do terceiro título continental consecutivo. Aí, na primeira vez que o ataque brasileiro conseguiu iludir a defesa argentina, Gabriel Barbosa, finalmente a fazer jus à alcunha, fez o empate abrindo a porta do prolongamento como redenção inevitável.

Só que haveria de chegar também a redenção do minuto 90+2, tantas vezes fatal para as equipas de Jorge Jesus. E o que três minutos antes parecia impossível tornou-se na consagração máxima do treinador português, a passar de Jesus a Deus. Que, sem dúvida, é brasileiro!

As virtudes do treinador português são conhecidas. Os defeitos também. Nestas alturas, naturalmente, lembram-se as primeiras e esquecem-se os segundos. Quem acompanha a carreira de Jorge Jesus sabe que no seu trabalho as virtudes vêm sempre primeiro. Os defeitos vêm depois, é uma inevitável questão de tempo!

Nunca é tarde para aprender. Aos 65 anos Jorge Jesus tem a oportunidade de agarrar a chave do sucesso. Basta-lhe saber impedir que o tempo faça o seu trabalho, e lhe lixe o seu próprio. Há - e houve - quem soubesse fazer isso. Quem não se lembram de Trapattoni?

PS: Já depois de ter publicado este texto, o Flamengo, mesmo sem jogar, garantiu o aguardado título no brasileirão. Dois títulos, e logo os dois mais importantes que havia para conquistar, em dois dias consecutivos, é obra. Obra de Jorge Jesus!

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