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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Melhorzinho, mas...

A BOLA - Benfica passa por susto mas regressa às vitórias na Madeira (Liga)

 

Foi dia de regressos aos Barreiros, no Funchal. Regressou o Benfica, seis meses depois de lá ter deixado as últimas esperanças de revalidar o título, na época passada. E de lá ter deixado Bruno Lage. E regressou Jorge Jesus, um pouco mais de dois anos depois de lá ter sido traçado o seu futuro no Sporting. E desenhado o ataque a Alcochete.

Más memórias, portanto para o que é hoje o futebol do Benfica. Que se juntavam a outras más memórias recentes: duas derrotas consecutivas no campeonato, e uma longa série de péssimas exibições.

O Benfica entrou com vontade de, se não apagar estas más memórias, pelo menos reverter as últimas tristes imagens que tem deixado. E, falando de imagens, se são as últimas que ficam, como se diz, as últimas deste jogo não apagam o que a equipa, antes, fez.

O jogo não pode ser visto à luz dos últimos dez ou quinze minutos. Antes, durante 75 minutos - curiosamente exactamente o contrário do que acontecera na quinta-feira passada em Glagow - o Benfica, sem fazer uma grande exibição, e nem isso era de todo possível, fez um jogo um pouco diferente, para melhor, dos que tem feito nestes últimos dois meses.

Entrou bem, pressionante, com os jogadores a agarrarem o jogo desde o início, e a criar oportunidades de golo, que era coisa que andava arredada das últimas prestações da equipa. Perante um adversário que foi o que costuma ser - completamente defensivo e, em vez de jogar, a "anti-jogar".

Nos primeira dúzia de minutos o Benfica dominou por completo o jogo e criou três oportunidades claras de jogo, fruto de uma pressão enorme sobre o adversário. Só que num alívio de bola para o meio campo do Benfica, onde Otamendi estava tranquilamente sozinho, o central decidiu efectuar um passe a isolar Rodrigo Pinho, que correra a desmarcar-se como que à espera do passe do adversário, como se fosse um colega de equipa. Que só teve fazer uma chapelada a Vlachodimos para fazer o golo.

Custa a crer. Custa a ver. Mas é assim, Otamendi, a quem entregaram a braçadeira de capitão, mais parece um agente infiltrado.

A equipa sentiu o golo, e mais ainda porque nos quinze minutos que se seguiram o Marítimo não permitiu que houvesse jogo. Aos poucos, e sempre que era possível jogar à bola - e era cada vez mais difícil porque também o estado do relvado era cada vez pior - o Benfica ia retomando o seu domínio inicial, e apresentando alguma qualidade, com Everton Cebolinha e Grimaldo em bom nível. E mesmo que com Valdschmidt desaparecido, e Seferovic inoperante, acreditava-se que era possível fintar a fatalidade. E aos 32 minutos do relógio, mas para aí aos quinze de jogo, Pizzi fez o golo do empate, a culminar mais uma bela jogada pela esquerda.

O segundo, e o da imprescindível vitória, em mais uma boa jogada concluída com um notável trabalho de Everton, surgiria só aos seis minutos da segunda parte, iniciada também a bom ritmo. Mas a partir daí a qualidade foi caindo, até bater bem lá em baixo nos últimos minutos. Por evidente falta de confiança, porque a equipa continua desequilibrada e sobre brasas.

Salvou-se a vitória, pela diferença mínima, afinal como as dos restantes três candidatos. E boa parte da exibição, mesmo que o número de passes errados, e de bolas perdidas em transição, seja ainda inaceitável. Para esta defesa suicida é que já não há palavras. Quando o adversário não cria problemas, como foi hoje o caso do Marítimo, logo aparece quem trata disso.

Gasto e agastado

Costa garantiu a Lagarde que vai cumprir compromissos com Novo Banco

 

É por demais evidente o desgaste de António Costa nesta sua primeira, mas já relativamente longa, experiência governativa. 

António Costa era apresentado como um político arguto, mas sensato; pragmático, mas intransigente nos valores. Eram atributos que o distinguiam de outros políticos, e que lhe garantiam à partida um substancial prazo de validade política, capaz de lhe garantir dois governos de legislatura e uma candidatura presidencial bem sucedida, logo que Marcelo Rebelo de Sousa fechasse os seus mandatos.

Os  principais traços desse quadro começaram a desfazer-se, e hoje pouca gente acreditará que esta legislatura chegue ao fim, e que António Costa possa sair incólume dessa queda, e em condições de entrar na fila para Belém em 2025. 

Acontece muitas vezes as contas saírem furadas. Há em tudo uma certa dose de imprevisibilidade, e muitas vezes basta um incidente, um acontecimento fortuito, qualquer coisa de incontrolável, para fazer ruir todos os projectos, por mais bem construídos que estejam. Há sorte e azar!

Não terá sido o que aconteceu com António Costa. Não lhe aconteceram grandes imponderáveis. Nem aconteceu nada como em 2017. E também não foi a pandemia. Foram as escolhas de António Costa a partir das legislativas de 2019. Foi uma certa soberba.

E hoje está sozinho e esgotado. Gasto e agastado. E com pouco rumo, a dizer e a desdizer-se. Trocando a argúcia e pelo chico-espertismo, e a sensatez pelo taticismo errático. 

 A "estória" do telefonema a Cristine Lagarde é uma boa imagem de tudo isso!

Há 10 anos

10 anos como professor – HOJE! | EvangeBlog

 

Por culpa das eleições de ontem na Catalunha (também por lá, os socialistas levaram uma grande banhada:"votar foi um prazer"... mas nos outros) disputou-se hoje o grande clássico do futebol espanhol – um Braça v/s Real Madrid – de enorme expectativa. Lá, onde os bilhetes chegaram a atingir os 3 mil euros no mercado negro, e cá! Também por cá se seguiu o clássico espanhol a par e passo, com os portugueses divididos entre um Barcelona que encanta e fixa as maiores fatias das nossas simpatias – os clubes de fãs culés já vêm dos anos 90, do Barcelona de Robson (e Mourinho), Ronaldo e Rivaldo, – e um Real Madrid, agora transformado no maior fornecedor do onze titular da selecção nacional, onde três portugueses e meio (que me perdoe o Pepe) activam indisfarçáveis sentimentos nacionalistas.

Bastou ver a imprensa do fim-de-semana para nos apercebermos desses corações divididos. Pelo menos dos corações mais mediáticos! Os outros também não interessam…

Em confronto estavam duas coisas antagónicas. Sim, duas coisas e múltiplos sentimentos contrários: duas representações distintas – uma representação de uma comunidade e de uma região em oposição a uma representação de um estado que, em vão, se procura projectar numa nação; duas ideias distintas de construção de uma equipa – uma que o faz a partir das suas escolas de formação, da sua cantera (no onze do Barça apenas dois jogadores haviam sido adquiridos no mercado – Abidal e David Villa) e outra que o faz através de investimentos multimilionários na aquisição de jogadores por esse mundo fora (apenas um jogador da cantera no onze, o guarda-redes Casillas); duas ideias de jogo completamente diferentes – um que privilegia a posse de bola, o jogo rendilhado que encanta o espectador, com quinze a vinte passes antes de chegar à finalização e outro que o faz através de apenas dois ou três, um que encurta o campo e outro que o alonga. E até duas imagens opostas. Duas imagens que as principais figuras de cada lado bem personificam: um Mourinho superstar, arrogante (porque não dizê-lo com frontalidade! como diz o outro) e exuberante a par de um Pepe Guardiola que transpira humildade e recato. Ou um Cristiano Ronaldo de porte altivo e atlético, figura de grande inspiração mediática à custa das mais variadas extravagâncias, de namoradas e até de um filho e um Leonel Messi, atarracado e pacato, que limita o seu protagonismo ao rectângulo verde de jogo.

O jogo rendilhado do Barça, feito de uma interminável cadeia de passes e de uma obscena posse de bola, asfixiou por completo o Real Madrid de Mourinho. Um banho de bola, foi o que foi! Um banho que deixou em êxtase todos os que gostam de futebol, desse espectáculo fabuloso que Messi, Iniesta, Xavi, Pedro e Villa conseguem produzir com uma simples bola. Não sei se o Mourinho já percebeu bem o banho que o Guardiola lhe ofereceu: banho de bola, de humildade ou ambos?

Claro que esperávamos um grande jogo entre as tais duas ideias de jogo: as mesmas duas ideias de jogo que tão bem sucedidas vinham sendo até aqui. Era aí que residia a grande expectativa que rodeava o jogo.

Deu apenas Barcelona! É na frustração dessa expectativa que também está a humilhação de Mourinho!

Milagre no Bahrain

Na fórmula 1, este ano tem acontecido de tudo. Só não tinha ainda acontecido um milagre.

Aconteceu hoje, no Grande Prémio do Bahrain. Decorria ainda a primeira volta quando o carro do francês Romain Grosjean se despistou, embateu num dos rails de protecção, partiu-se em dois e incendiou-se. As chamas tomaram de imediato conta do carro da Haas, e durante 30 segundos nada mais se via que uma imensa bola de fogo a crescer a um ritmo alucinante. 

É então que se vê sair das chamas o piloto francês, a encaminhar-se para o rail e a saltá-lo, já com a ajuda dos primeiros socorristas. Um milagre, mesmo para quem não acredita neles.

Não se ficaria por aqui, este Grande Prémio do Bahrain. Quando quase duas horas depois se reiniciou a corrida, uma tentativa de ultrapassagem do russo Daniil Kvyat acaba com o Racing Point do canadiano Lance Stroll capotado na pista, e com o piloto a sair a rastejar-

No fim,  Hamilton voltou a ganhar, e a dedicar a vitória ao infeliz felizardo Grosjean. Mas nem "esse tudo como dantes", foi como dantes: Hamilton viu a bandeira de xadrez atrás do safety car, mais uma vez em pista. A quatro voltas do fim. o motor do Racing Point de Sergio Perez, que seguia na terceira posição, "entregou a alma ao criador" e deixou muito óleo na pista, obrigando a entrada do safety car, para evitar males maiores. 

Único*

Globo terá especial de Maradona hoje; TVs mudam programação após morte

 

Morreu Maradona, El Pibe, e a Argentina chora de novo. Não chora sozinha, com ela chora todo o mundo.

Sendo argentino e constituindo, com Carlos Gardel e Evita, a tríade sagrada da Argentina, Diego Armando Maradona era, como nenhum outro, do mundo inteiro que gosta de futebol. Nunca tinha par, era sempre único. Só no tango precisava de par.

Sozinho fez aquele golo único e irrepetível, ao minuto 54, o segundo daquele Argentina-Inglaterra, disputado no Estádio Azteca, na Cidade do México, a 22 de Junho 1986, no México 86. Chamam-lhe o golo do século, como se fosse possível haver melhor nos séculos que aí virão. Não é!

Um golo como nunca tinha havido, e nunca mais haverá. Não é um golo de vingança – a Inglaterra acabara de infligir a derrota das Malvinas, uma semana antes – mas é um golo de redenção. Antes, tinha marcado com a mão – “a mão de Deus” -, com batota. Só aquele golo apagaria aquela mão batoteira, evitando um dos maiores escândalos na História dos campeonatos do mundo de futebol. Só aquele golo transformaria um escândalo num simples acontecimento pitoresco.

Sozinho avançava com a bola para a baliza, desviando-a e desviando-se dos adversários. Escondendo-lhe a bola e até as pernas. Sozinho ganhou um campeonato do mundo. Sozinho fez do Nápoles campeão italiano e vencedor na Europa. Nápoles que lhe retribuiu, ficando argentina naquela meia-final com a Itália, no mundial de 90.

Partiu cedo. Depressa. E provavelmente também sozinho…

Perfeito, perfeito, só com a bola nos pés, no relvado verde!

 

*A minha crónica de hoje na Cister FM

Resultado poeira

Vídeo: Veja os quatro golos do Rangers vs Benfica - Futebol - SAPO Desporto

 

Mais uma miserável exibição do Benfica. E vão... Não sei, já lhe perdi a conta. Desta vez em Glasgow, no jogo de volta com o Rangers, depois do 3-3 da Luz, há três semanas.

Salvou-se o resultado. Não que o 2-2 final seja um bom resultado, mas à vista do que foi a pobreza do futebol que esta equipa de Jorge Jesus voltou a apresentar, e do que foi o jogo, tornou-se num bom resultado. E não só surpreendente, como absolutamente imprevisível, a vinte minutos do fim.

Durante 70 minutos a equipa do Benfica foi deprimente, como vem sendo há mais de um mês, e foi completamente dominado por um Rangers muito abaixo daquilo que fizera na Luz.  

A equipa escocesa chegou cedo ao golo, logo aos 7 minutos, em mais uma clamorosa falha colectiva, a acabar com os jogadores do Rangers a ganharem três disputas de bola em plena pequena área. Na primeira, Helton - mais uma surpresa na equipa - defendeu; na segunda, a bola foi à barra, e na terceira entrou na baliza.

A partir daí a equipa de Steven Gerrard controlou o jogo como quis. Tirou todos os espaços ao Benfica, e aproveitou todos os (muitos) que lhe foram concedidos. Como vêm fazendo, afinal, todos os adversários que o Benfica tem defrontado. Chegou ao segundo golo, de bela execução, de resto, mas em mais do mesmo - perda de bola no meio campo, falta de reacção â perda, e toda a gente a assistir às trocas de bola dos escoceses. No fim, em vez de atacar a bola, Vertonghen encolheu-se.

Estavam jogados 70 minutos e o Benfica não tinha um único remate à baliza adversária, Fez depois dois, e dois golos. Era penoso o desempenho de todos os jogadores, mas era chocante o do "craque" Everton. E deprimente o do defesa internacional belga, que culminou no segundo golo do Rangers. Arrepiante a forma como cometeu um penalti, que por sorte o árbitro não assinalou - nem um juvenil mete a mão na bola daquela forma, dentro da área.

A perder por dois, Jesus fez entrar Pizzi, Gonçalo Ramos e Diogo Gonçalves. Todos mexeram com o jogo, mas o miúdo revolucionou-o. Nem de propósito, depois daquelas palavras em Paredes. Em três minutos, e a 10 do fim, o Benfica voltou a anular a vantagem de dois golos ao Rangers. E ficou até a ideia que, se quisesse, ou estivesse em condições de acreditar, o Benfica poderia ter ganhado o jogo.

Nada disso faz esquecer mais uma deplorável exibição. Nem nos faz acreditar que melhores tempos estejam próximos. Se nem tudo está bem quando acaba bem, menos ainda quando acaba assim-assim!

 

Orçamento aprovado. Mas...

O que muda na saúde com o novo Orçamento do Estado 2021 | HealthNews

 

O Orçamento ficará hoje aprovado, como seria de esperar. Com o anúncio da previsível abstenção do PCP, depois da feira da discussão na especialidade,  a aprovação do Orçamento não está em causa. 

Não significa no entanto que um cenário de crise política esteja ultrapassado. A forma como este Orçamento foi construído não é politicamente sustentável. Mas, para além disso, e a complicar ainda mais as coisas, surgiu um problema de última hora que não entrava nas contas do governo.

Já noite dentro, com o PSD surpreendentemente a votar a favor, o Parlamento aprovou a proposta do Bloco de Esquerda que trava a entrega de mais dinheiro ao Novo Banco.

Acabar com as entregas de dinheiro ao Novo Banco, sem antes se saber exactamente o que por lá tem andado a acontecer em matéria de alienação de activos era, como se sabe, um velho e conhecido anseio do Bloco. Que, ora dando uma no cravo, outra na ferradura, ou seja, com algum sofisma, era mais ou menos acompanhado por toda a gente. Daí que o governo tenha dado uma voltinha ao assunto e transferido formalmente as entregas para o Fundo de Resolução.  Que, como se sabe, não tem dinheiro e precisa que o Estado lho "empreste". 

O Bloco percebeu a finta, e percebeu que nem assim as entregas ao Novo Banco deixam de entrar nas contas do défice. E por isso avançou com a proposta de o impedir expressamente, e sem espaço para sofismas.

O que o governo não contava é que, nesta matéria, o PSD lhe virasse as costas. Só que para o PSD este é este já tempo de guerra. E em tempo de guerra não se limpam armas!

Em Maio há mais. É que, com este impedimento, quando chegarmos a Maio e o dinheiro tiver que seguir para o Novo Banco, terá de haver um orçamento rectificativo. E aí, quatro meses depois das presidenciais, e com o novo (velho) presidente empossado há um mês ou dois, a música é outra! 

 

Há 10 anos

10 anos como professor – HOJE! | EvangeBlog

 

Folha seca é a expressão que o futebolês criou para identificar um gesto técnico de remate: um remate desferido com a parte interior do pé que leva a bola a descrever uma curva no sentido do pé contrário. A bola parte de um ponto e descreve a curva que a leva a fugir … fugir… Vai fugindo do guarda-redes como se de uma folha seca se tratasse: leve, levemente levada pelo vento, que nos foge a cada vez que a tentamos agarrar!

Daí que, a exemplo de todas as que por aqui têm passado, a expressão faça todo o sentido, o que só abona em favor do próprio dialecto.

Mas falar da folha seca sem falar da sua irmã gémea – a trivela – seria deixar de fora uma parte de si própria. É conhecida a fortíssima ligação dos gémeos: num, há sempre um pouco do outro, ou não estivéssemos perante um dos mais interessantes mistérios de partilha e de cumplicidade!

trivela pode nascer do mesmo pé – gémea verdadeira – ou do pé contrário – falsa gémea, mas igualmente irmã gémea. Mas, ao contrário da folha seca, é impulsionada com a parte exterior do pé: chama-se-lhe também pontapé dos três dedos, o que permitiria chamar à folha seca pontapé do joanete. A partir daí faz a sua vida, que é como quem diz, faz a sua curva – agora no sentido do próprio pé que remata. Depois tudo continua igual: a bola sempre a fugir do guarda-redes que, por mais que se estire, nunca a conseguirá encontrar.

Como duas belas jovens gémeas, também a folha seca e a trivela cultivam uma certa rivalidade. Afinal uma quer sempre ser a mais bela das duas…

Não sei se é a trivela a mais bonita, mas talvez seja a que mais deu nas vistas! Por ter dado umas voltas com um ciganito que por aí andava? Acredito que sim!

Por isso hoje dei a ribalta à folha seca!

Por isso e porque me faz lembrar esta equipa do Benfica. Porque, sabendo-se de onde partiu, não se sabe onde irá acabar por cair. Sabe-se que anda por aí, à toa, ao sabor do vento, sem destino certo e afastando-se de todos os objectivos, um a um, como a bola em folha seca se afasta de quem a possa deter. Porque, como as folhas secas, também começou a cair no Outono. E, também como elas, não demonstra capacidade para alterar o rumo que os ventos lhe traçam nem fugir ao terrível destino de estatelar ao comprido e, quem sabe, acabar pisada, esmagada e triturada. Reduzida a pouco menos que nada!

Desde o início de Agosto que aqui se tem falado no que falhou. Não vale a pena repeti-lo.

Agora, se nada for rapidamente feito, se ninguém puser ordem na casa e assumir as responsabilidades que não podem ser negligenciadas, o Benfica corre o risco de nada ganhar e de voltar a recuar no difícil percurso da recuperação do prestígio perdido. Corre sérios riscos de, como o país, continuar a divergir.

Em circunstâncias normais, no final desta e a exemplo da última época, teria de vender os passes dos jogadores mais valorizados. Na calha estavam, vindos já da última época, David Luiz, Fábio Coentrão e Cardozo! Afastado dos milhões da champions tem agora, em compensação, de vender mais e mais cedo. O problema é que o acelerado processo de desvalorização em curso não transforma apenas as cláusulas de rescisão em miragens. Vai obrigar mesmo a vender em saldos!

É o resultado de evidente falta de competências na gestão dos recursos que fazem hoje o negócio do futebol. É difícil de entender como é que ninguém foi capaz de pôr mão no David Luiz, deixando transformar um grande jogador de futebol numa pseudosuperstar displicente e irresponsável. Como se está a matar o melhor jogador da equipa – Fábio Coentrão – transformando um dos melhores laterais esquerdos do mundo num jogador esforçado mas pouco mais que vulgar.

É evidente que as responsabilidades principais não podem ser imputadas a Jorge Jesus. Terão que o ser a quem permitiu que ele se blindasse da forma que o fez e que se auto barricasse transformando-se em refém de si próprio.

Recordam-se dos deprimentes últimos jogos de Camacho, quando ele surgia invariavelmente incapaz de encontrar explicação para aquilo? Quando se ficava por “um não sei explicar, não encontro explicação”? Jorge Jesus, como se vê, já está nessa fase …

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