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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

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Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Presidenciais em movimento

Presidenciais 2021 - Entrevistas Episódio 2 - de 15 Dez 2020 - RTP Play -  RTP

 

Aí estão as primeiras sondagens a sério para as eleições presidenciais, daqui a pouco mais de um mês. Sem surpresas, não há um único resultado que não esteja alinhado com aquilo que é a sensibilidade comum.

Os 68% de intenções voto em Marcelo estão dentro das expectativas, provavelmente no seu limite superior. A dúvida será se ainda tem margem de progressão para se chegar ao resultado canhão de Mário Soares em 1991. Não me parece que tenha, como disse parece-me que este resultado estará já no limite superior daquilo que é expectável.

Os 5% de Marisa Matias e de João Ferreira também não surpreendem. Não que os candidatos não possam valer mais - e João Ferreira, o mais bem preparado a seguir ao Presidente recandidato, vale claramente mais - mas porque esta ideia de candidaturas meramente partidárias é chão que já deu uvas. O eleitorado é cada mais volátil, e não aprecia que os partidos se envolvam desta forma numas eleições que são unipessoais. Não surpreendem ainda porque os de João Ferreira não andam assim tão longe do actual potencial eleitoral do PCP. E os de Marisa Matias são provavelmente o mais fiel barómetro da volatilidade do eleitorado do Bloco de Esquerda. O Bloco tanto pode valer 10 a 12% numa conjuntura favorável, em que tudo corra bem e seja bem feito, como metade em circunstâncias contrárias. Como é claramente a conjuntura política actual, e como é o caso da incompreensível repetição da candidatura de Marisa Matias, um déjà vu que não tem nada de novo para acrescentar.

Resta assim a disputa pelo segundo lugar, para já de Ana Gomes, com 13% das intenções de voto, com com o aliciante de saber se, a confirmar-se a 24 de Janeiro, André Ventura, agora apenas com 8%, vai cumprir a promessa de se demitir da liderança do Chega. Desconfiamos que não, que ensaiará mais uma manobra de diversão para não cumprir coisa nenhuma dizendo que tudo cumpre, mas será sempre mais bonito ficarmos com certezas do que com desconfianças.

Perante este cenário dir-se-ia que a esquerda se deveria unir à volta da candidata Ana Gomes (se outras razões não houvesse até para desmascarar Andé Ventura), e que o PCP e o Bloco deveriam abdicar das suas candidaturas. Não creio que haja grandes condições para isso. A figura de Ana Gomes, o seu populismo, o seu discurso, e a sua imagem pouco institucional, por uma lado, e a forma desastrada como está a conduzir a campanha, por outro, tornam muito difícil a marcha-atrás dos dois partidos. 

E simplesmente desmascarar André Ventura, o único que sai sempre a ganhar desta campanha, não constituirá motivação suficiente. Já o medo do resultado de Marisa Matias poderá levar o Bloco de Esquerda  a dar esse passo sozinho. Também porque, dos dois, será o que menos anti-corpos encontra em Ana Gomes.

 

 

Biden - 46º Presidente dos EUA

Presidente eleito Biden pede ″plano robusto″ para recuperar economia  norte-americana - DV

 

Só agora, com os 302 votos dos delegados do Colégio Eleitoral - a que faltam ainda os quatro do Havai, ainda por depositar mas igualmente a favor da candidatura democrata - está verdadeiramente confirmada a eleição de Byden como 46º Presidente dos Estados Unidos da América. 

Nas contas finais Biden ficou com 306 votos, Trump com 232, e tudo ficou finalmente arrumado. Chegou a temer-se que não fosse assim. As movimentações de rua dos activistas de Trump dos últimos dias, insistindo na sucessivamente derrotada tese das eleições fraudulentas, poderiam fazer supor tentativas desesperadas de impedir a normalização democrática, e a paz. 

Pode agora dizer-se que Trump foi derrotado. O trumpismo, é que não. Continua aí. Por todo o lado e por muito tempo...

Caneladas debaixo da mesa

 

Uma coisa é eu achar que, na sequência do assassinato vergonhoso daquele cidadão ucraniano às mãos de uns torcionários do SEF,  Eduardo Cabrita há muito que deveria estar fora do governo. Em boa verdade nunca lá deveria ter entrado, nem ele nem mais uns tantos, como por exemplo o Sr Augusto Santos Silva. Outra coisa é o Presidente da República achar o mesmo.

É que, eu, digo o que acho e ... nada. Não tem problema nenhum. Marcelo, não. Não diz nada mas desata às caneladas por baixo da mesa. Ontem fê-lo sem grande descrição e nenhuma reserva. Primeiro mandou recado pelo Marques Mendes, e depois meteu mesmo ao barulho, e com estrondo, o Director Nacional da PSP. Que, ou não está bom da cabeça. ou foi incumbido pelo Presidente de acabar com o SEF e incluir as suas estruturas na PSP. Deu até as boas-vindas ao pessoal, garantindo-lhes que seriam bem acolhidos e tratados...

Ouvimo-lo todos. E, mesmo com algumas dificuldades no português, percebemos bem que aquilo não era nenhuma opinião pessoal. Era ele a levar a sério, como não poderia deixar de levar, uma ordem do Presidente. Que tinha por objectivo queimar o ministro e chamuscar seriamente o chefe do governo, a quem "inúmeras vezes" terá falado do assunto.

Bem pode agora o ministro espernear ... A António Costa só lhe faltava mais esta. Mas pôs-se a jeito, e quase dá para, como antigamente, dizer que só se perdem as que caírem no chão.

 

 

Há 10 anos

10 anos como professor – HOJE! | EvangeBlog

 

O Presidente Cavaco Silva voltou a promulgar uma lei vergonhosa – a lei do financiamento partidário – que, curiosamente e num momento como o actual, é o esplendor do regime no seu pior: esta partidocracia que federa os interesses asfixiantes do centrão, justamente o maior responsável pelo estado do país.

Choca-me que o Presidente tenha promulgado, ao contrário do que obviamente devia, uma lei inaceitável e inoportuna. Talvez não lhe tenham sido apresentadas muitas outras, tão inoportunas e tão inaceitáveis, em que o dever de veto fosse tão óbvio, e onde o país pudesse perceber para que serve de facto o Presidente. Mas o que eu não consigo mesmo perceber, nem sequer aceitar, é que, mais uma vez, ele venha dizer que promulgou mas não concorda.

Já assim fizera com a chamada lei do casamento gay. Tacticismo puro, disse-se então. A tão portuguesa esperteza de matar dois coelhos com uma paulada: não afrontaria o loby gay e a esquerda em geral e, expressando o dito sentimento da sua consciência, passaria a mão pelo pêlo ao seu eleitorado natural.

Discordo em absoluto desta tese. Para mim não mata dois coelhos nenhuns: deixa-os fugir a ambos! Por mim não permitiria sequer que a mão se aproximasse do meu pêlo. Para mim isso é uma grande falta de respeito pelo eleitorado. Para além de evidente traição, Cavaco menospreza o seu eleitorado, passando-lhe um autêntico atestado de menoridade. Porque a mensagem é esta: o voto deles está seguro. “Faça eu o que fizer eles lá estão, sempre caninamente fiéis”!

Agora voltou a fazê-lo. Só que desta vez no tabuleiro colocou outras peças. São outros interesses! Mas a mesma estratégia: promulga e não afronta os seus interesses e os dos partidos em que se apoia (sim, apoia-se também no PS e, no fim de contas, quem é que o PS no fundo apoia?), mas diz que discorda para que, mesmo na pele do mais antigo de todos os políticos no poder – está na actividade política há mais de 30 anos –, possa continuar a dizer que não é político profissional e, com toda a candura, que está acima dos partidos. Para o eleitorado não concorda com a lei. Para as máquinas partidárias concorda, aplaude e promulga. Que é afinal o que realmente conta!

Podem achar que não, mas eu acho que há aqui um problema qualquer. E antigo… E é de carácter! Que joga com outro, também bem antigo: a curtíssima memória dos portugueses!

Goleada, mas ...

Benfica goleia Vilafranquense e segue na Taça de Portugal: veja o resumo -  O Jogo

 

O Benfica apurou-se com naturalidade para os oitavos de final da Taça de Portugal, ao vencer, na Luz, o Vilafranquense, de João Tralhão, por 5-0. 

Uma vitória folgada num jogo fácil, e com alguma história. Ou histórias. A começar na história dos cinco golos, todos muito bonitos, especialmente bonito o último. Que foi o primeiro de Pedrinho - um grande golo. Já o primeiro tinha também sido o primeiro de Gonçalo Ramos.

No espaço de quatro minutos, os que antecederam o primeiro quarto de hora de jogo, o Benfica marcou três golos. Que têm história comum na particularidade de terem resultado de jogadas que não fazem normalmente parte do cardápio de Jorge Jesus. E que tanta falta fazem ao pobre e estereotipado futebol que a equipa tem apresentado.

Refiro-me ao jogo vertical e ao cruzamento a partir da ala, dois dos instrumentos para abrir defesas. Os três primeiros golos, nesse espaço de quatro minutos, e ainda um remate à barra do Gonçalo Ramos, resultaram desse futebol, e surpreenderam o Vilafranquense. Que estava à espera daquele jogo interior invariavelmente afunilado para o centro da área. E não teve de esperar muito, porque depois desses excepcionais quatro minutos, ele apareceu. Com os resultados que se conhecem, e que se voltaram a ver. O azar da equipa da Segunda Liga é que já perdia por três. E ainda por cima, logo de enfiada.

Na primeira parte o Benfica ainda disfarçou esse futebol estereotipado, ineficaz e que diria mesmo que já não se usa. Marcou mais um golo, no bis de Seferovic, e deu um tom agradável à exibição, pesem embora as debilidades do adversário. Na segunda parte, e em cima do quatro a zero, voltou o tal futebol. E talvez não surpreenda que só deu para mais um golo, por acaso resultante da inspiração individual do Pedrinho naquele momento.

E poderia ter voltado a sofrer golos, porque a transição defensiva, mesmo com um adversário deste nível, voltou a ser aquilo que tem sido. Só não aconteceram porque, por duas vezes, a bola bateu nos ferros, e não nas redes. Mesmo que da primeira vez, na barra, tenha resultado da conversão ilegal de um livre indirecto dentro da área (mais um erro de Otamendi, a deixar seguir a bola, e do guarda-redes Helton a agarrá-la com a mão, que vinha de um atraso do Nuno Tavares), que foi executado como livre directo, dado que a bola não rolou, foi apenas pisada. A segunda resultou de um contra-ataque, e teria sido até mais um excelente golo no jogo.

O cinco a zero não é enganador face à realidade do jogo. Mas, pelo adversário, e pela insistência nas mesmas debilidades, não justifica qualquer optimismo.

Pânico sem botão*

Há nove meses, ao entrar no nosso país, um cidadão ucraniano foi selvaticamente assassinado nas instalações do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) do aeroporto de Lisboa, oficialmente designado de Centro de Instalação Temporária do Aeroporto de Lisboa.

Segundo o despacho de acusação, depois de algemado, o homem foi violentamente agredido a pontapé, a murro e à bastonada, até à morte. Escondida por todos os envolvidos, e por todos os que os envolvidos envolveram, a ponto de ter chegado ao Ministério Público como causada por doença súbita.

Aos poucos, foram-se conhecendo as circunstâncias deste crime de Estado próprio das mais sanguinárias ditaduras, sempre escondido pelas autoridades portuguesas. A julgamento em Tribunal chegam apenas três arguidos, acusados directos dos actos do sinistro assassínio que cobre de vergonha Portugal e os portugueses, colocados ao nível da mais repugnante barbárie. A viúva diz apenas que sente ódio sempre que vê o nome de Portugal!

As altas estruturas do SEF e da sua tutela no governo, que tudo fizeram por esconder tão inqualificável violação dos direitos humanos, passam ao lado de qualquer responsabilização. Soube-se apenas agora da demissão da directora geral do SEF, uma demissão premiada com um alto e bem remunerado cargo na estrutura diplomática do país em Londres. E soube-se igualmente agora que o governo vai promover uma restruturação daquela polícia com vista a separar as funções policiais das administrativas colocando, para isso, na sua chefia mais um boy que lá estava à mão. E mandando instalar um botão de pânico.

Que ficará mesmo à mão de qualquer outro cidadão amarrado de pés e mãos que tenha a infeliz sorte daquele imigrante ucraniano. Um botão que não serve ao ministro Eduardo Cabrita, em pânico para se segurar num lugar que por dever de consciência já deveria ter abandonado. Se a tiver, o que de todo não parece!

* Da minha crónica de hoje na Cister Fm

 

 

Paolo Rossi (1956-2020)

Carrasco do Brasil em 1982, Paolo Rossi morre aos 64 anos

 

Quando em 1986 Maradona ganhou sozinho o Campeonato do Mundo para a Argentina, já quatro anos antes Paolo Rossi, noutro estilo e noutra dimensão, tinha feito o mesmo - ganhara sozinho, em Espanha, o Campeonato do Mundo para a Itália.

Bastou-lhe, para isso, marcar seis golos. Três deles, no mais espectacular hat-trick da História dos mundiais de futebol, eliminou o Brasil (3-2) nos quartos de final a mais fantástica equipa da História do futebol. Dois logo a seguir, meias-finais, no 2-0 à Polónia. E um na final, no 3-1 à Alemanha. Só aí não foi o único responsável pelo resultado.

Foi um extraordinário jogador de futebol. Bola de ouro, em 1982, naturalmente... Controverso, a ponto de ter estado suspenso nos dois anos anteriores, devido a envolvimento em esquemas de apostas. Mas ficará para sempre conhecido como o carrasco da melhor equipa de futebol de sempre.

Há 10 anos

10 anos como professor – HOJE! | EvangeBlog

 

circulação, em futebolês, nada tem a ver com ruas, estradas ou auto-estradas. Ou com peões, motas e carros. Ou com engarrafamentos. Refere-se à bola e à forma como ela evolui no tapete verde ao sabor dos movimentos dos jogadores.

Fazer circulação quer apenas dizer que uma equipa consegue fazer passar bola sucessivamente pelos seus jogadores. Aos adversários apenas é dada a cheirar!

Nesse sentido tem alguma coisa a ver com posse, outra das expressões do futebolês.

Uma equipa que privilegie a posse, como se diz, faz circulação. Quer dizer: desenvolve o seu processo de construção a partir de uma filosofia de posse e circulação, ao contrário de uma equipa que assente o seu jogo no passe longo ou no contra ataque a partir de transições rápidas (100% futebolês)!

Evidentemente que o actual expoente máximo da circulação de bola é o Barcelona, seguido pelo Arsenal. Fazem as delícias do espectador e, atrevo-me a dizê-lo, da própria bola. Que se delicia com a forma como é tratada por gente daquela categoria: Messi, Xavi, Iniesta, Nasri, Fabregas ou Van Persie são de um cavalheirismo ímpar no tratamento da bola. Fazem-na feliz!

Não faz circulação quem quer. Fá-la quem tiver, na quantidade necessária, jogadores de enormíssima qualidade para o fazer. Como são, entre outros, aqueles três primeiros – todos às ordens do mestre Pepe Guardiola – que esgotam a short list de onde sairá o melhor do mundo a anunciar daqui a poucas semanas, no início do ano.

Como também se consegue perceber, dispor de um conjunto de jogadores de altíssima categoria, sendo condição necessária não é, no entanto, suficiente: falta o mentor da filosofia de jogo, o treinador. Se não pertencer à escola que faz da circulação uma ideia de jogo, não conseguirá construir uma equipa capaz de fazer da posse e da circulação da bola um espectáculo ímpar como é um jogo de futebol. De ataque e de golos!

Essa é a escola que, com pequenas variantes, encontramos em Barcelona e em Londres e que se exibem para o mundo a partir do Nou Camp e do Emirates Stadium, sob as batutas de Guardiola e de Wenger! E que há 40 anos nasceu em Amsterdão!

Que a selecção espanhola, campeã da Europa e do Mundo, importou da Catalunha. Como a holandesa de há trinta e muitos anos, a laranja mecânica do então futebol total de Rinus Michels, importou do Ajax de Amsterdão.

Em Portugal a circulação parece que não é a mesma coisa. Não encontramos exemplos desta nobre dimensão do jogo, apesar de ainda recentemente a nossa selecção ter engasgado a circulação espanhola, como que a lembrar os engulhos da introdução de portagens nas SCUT. Mas isso foi uma ocorrência. Apesar de saborosa uma mera ocorrência!

Por cá a circulação tem mais a ver com jornais do que com a bola -se calhar não é por acaso que a circulação, no caso a circulação paga, seja utilizada na avaliação de desempenho comercial dos jornais – tem a ver a forma como se põem a circular notícias com objectivos de uma precisão cirúrgica!

Que o Benfica vai mal todos sabemos. O tema tem sido aqui frequentemente abordado ao longo desta época, desde Agosto.

O que se calhar nem todos sabemos é das notícias postas a circular com o objectivo, único e preciso, de aprofundar esse estado depressivo. De carregar bem para baixo!

Agora são as contratações de Janeiro. Nomes e mais nomes, todos os dias!

Com que objectivo? Com dois: destabilizar a equipa e desmobilizar os adeptos, com os inevitáveis falhanços!

A última destas notícias então é fantástica: dava conta que Kleber, jogador do Marítimo por empréstimo do Atlético Mineiro, chegaria ao Benfica já em Janeiro. Toda a gente sabe que a transferência deste jogador para o FC Porto é assunto arrumado desde o Verão passado. Que só não se concretizou na altura por falta do acordo com o Marítimo, circunstância que levou o jogador, em retaliação, a adiar sucessivamente o seu regresso ao Funchal.

circulação desta notícia, cuja origem é bem fácil de identificar – difícil mesmo é perceber a facilidade com que lhe foi dada cobertura –, conseguia juntar um terceiro àqueles dois objectivos: exaltar mais uma banhada do FC Porto nesta guerra das contratações.

Cada vez que abre a boca...

Vídeo: Jorge Jesus - «Hoje qualquer coisa que se diga contra um negro é  racismo» - Visão de Mercado

 

O futebol ficou mais uma vez manchado por mais um episódio racista. Aconteceu no desafio entre o PSG e o Instanbul Basaksehir, e foi protagonizado por um elemento da equipa de arbitragem romena, tendo por alvo o treinador adjunto da equipa turca, o camaronês Pierre Webó.

Decorria o minuto treze de jogo, e os jogadores de ambas as equipa decidiram abandonar o relvado. O acontecimento correu mundo, a UEFA, condenou veementemente o acontecimento e marcou o jogo para esta tarde, com nova equipa de arbitragem. O PSG ganhou por 5-1 e apurou-se para os oitavos de final da Champions, empurrando o Manchester United para fora da competição.

Mas isso é o que menos importa nestas circunstâncias. O jogo de hoje iniciou-se com uma impressionante manifestação contra o racismo das três equipas em campo, e esse foi o tom de toda a gente do futebol mundial durante todo o dia. Com uma excepção - Jorge Jesus. Que, instado a comentar o sucedido na conferência de imprensa do pré-match relativo ao jogo de amanhã, na Bélgica, respondeu com uma série de chocantes alarvidades que me abstenho de reproduzir.

Não acredito que Jorge Jesus seja misógino, que disse nem saber o que é. Acredito que não saiba, e que isso nem conste do seu vocabulário. Talvez não saiba também o que é racismo, e mesmo assim acredito que não seja racista. É simplesmente um ignorante que não se sabe comportar. E burro, porque nunca aprende nada. Como é que lhe poderia ter passado pela cabeça alguma vez treinar uma equipa de um grande clube europeu, e ganhar a Champions?

Infelizmente é com as cores do Benfica no corpo que acontecem as mais graves manifestações da sua ignorância, e que mais expressão dá à sua dimensão troglodita. E não há nada que apague isso!

Acredito que, com um Presidente à altura do Benfica, à saída da conferência de imprensa teria um dedo a apontar-lhe a porta da rua.

Um exemplo de cinismo político

Primeira versão do plano de reestruturação da TAP pronta em dois meses |  TVI24

 

O governo reuniu-se ontem à noite para analisar, e aprovar, o Plano de Reestruturação da TAP, a entregar amanhã em Bruxelas.

O Plano, bom ou mau - não é o que aqui está em causa - foi desenvolvido pela empresa, como se sabe em  modo de gestão interino. É contestado pelos sindicatos - dirão que seria sempre, qualquer que fosse, mas para o efeito é também indiferente -, que dizem não ter sido ouvidos, e que entendem que está erradamente enquadrado. Que a TAP deveria nesta altura estar enquadrada nos apoios que as suas concorrentes estão a receber no quadro da pandemia (recorde-se que a União Europeia impede o acesso a esses apoios a empresas que já tivessem problemas anteriormente ao início da pandemia, mas também que esses problemas são mais iguais para uns que para outros), e que só o não está por prévia opção do governo. E, tanto quanto se sabe, prevê a redução da frota de 105 para 88 aviões, o despedimento de 2.000 trabalhadores, redução da massa salarial em 25%, e mais 1.600 milhões de dinheiros públicos, que acrescem aos 1.200 milhões já injectados neste ano.

O governo fez entretanto saber que o Plano será submetido a aprovação no Parlamento. Lá para Fevereiro... Porque - justificam - não dispondo o governo de maioria absoluta é preciso envolver os partidos com representação parlamentar na aprovação do deste Plano. À primeira vista, aos olhos mais descuidados, pareceria uma posição prudente, sensata, responsável e democrática. 

Não é, no entanto e mais uma vez, muito mais que puro cinismo político. A esquerda, que certamente viabilizaria as injecções de capital, nunca aprovará um Plano que tenha despedimentos, e neste despedem-se 2.000 trabalhadores. E a direita, que facilmente aceitará os despedimentos, reagirá negativamente às necessidades de mais dinheiro do Estado.

Alguém vai ter de engolir sapos. Ou não, e ficar com o ónus da falência da TAP. António Costa e o seu governo é que não têm nada a ver com o que venha a suceder. Lavaram as mãos!

Isto não é alta política. É simplesmente o cinismo da política.

PS: Nada disto tem alguma coisa a ver com a minha posição sobre a situação da TAP, que aqui expressei em diversas ocasiões. Como nesta, por exemplo.

 

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