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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Há 10 anos

RECORDAR O NO RECORDAR, ESTA ES LA CUESTIÓN | Alas de escritor

A moção de censura do PCP ontem debatida no Parlamento não servia para nada. António José Seguro declarou-a logo inoportuna, mesmo dizendo que o governo merecia censura.

Mas afinal serviu. Serviu para o Pedro Silva Pereira lembrar que a actual direcção do PS é que não serve para nada. Serviu para Pedro Silva Pereira passar um atestado de incompetência a António José Seguro. E serviu para ficarmos a saber que o Socratismo está de volta, mesmo que Sócrates vá renovando matrículas em Paris!

Há 10 anos

RECORDAR O NO RECORDAR, ESTA ES LA CUESTIÓN | Alas de escritor

Estamos às portas das meias-finais, no meio de dois dias de descanso, sem futebol.

Meias-finais onde Portugal, sendo o primeiro a chegar não deixa de ser considerado um intruso. Um outsider!

Não deixa de ser curioso que tenha sido Laurent Blanc, o seleccionador francês – até por ser francês, com tudo o que é a ideia que temos dos franceses, como o Sr Platini – o único a não o considerar assim, quando, no final do jogo com a Espanha, afirmou que “estavam nas meias-finais as quatro maiores nações do futebol da Europa”.

Por muito simpático que isso seja para Portugal, não corresponde, nem de perto nem de longe, à verdade. Diferente seria se dissesse que estavam as quatro melhores equipas que disputaram este campeonato da Europa. Estão, de facto!

Tudo isto apenas reforça os méritos da selecção nacional e os créditos de Paulo Bento. Ninguém lhes podia pedir tanto, nem ninguém – ou muito poucos – ousou sonhar tão alto. É certo que, lograr o apuramento naquele grupo de qualificação, era por si só qualificante. Muitas eram as vozes que prognosticavam que daquele grupo A sairia o futuro campeão, ou até mesmo os dois finalistas. O grande mérito da selecção nacional está pois na forma como se saiu no chamado grupo da morte e, sobre isso, já aqui se escreveu.

Na realidade, nas meias-finais estão três das quatro grandes nações do futebol europeu. E estão representados três dos quatros principais campeonatos da Europa. Não é a mesma coisa!

Se falarmos nas quatro principais nações do futebol – retribuo, Sr Laurent Blanc – falta lá precisamente a França. Por tudo: pelo número de praticantes, pelo historial de títulos e pela quantidade e qualidade de jogadores de elite que fazem parte da sua História. Se estivermos a falar dos principais campeonatos falta lá a Inglaterra que, tendo na Premiere um dos dois melhores campeonatos, não só da Europa mas do mundo, não tem, nem nunca teve, uma selecção a esse nível. Em qualquer dos casos Portugal é sempre um intruso, e o único dos semi-finalistas virgem em termos de títulos. Todos os outros somam títulos de campeões europeus e mundiais!

Tem uma das quatros melhores selecções da Europa porque tem quatro jogadores do melhor que há no velho continente – um, mesmo o melhor -, mais uns tantos em momento de superação, e um treinador que, apesar de todos os defeitos que possa ter – e tem alguns -, soube pôr a equipa a funcionar. Cheguei a dizer aqui que, sendo este lote de jogadores o menos forte deste século, o todo (a equipa) estava, mesmo assim, abaixo da soma das partes (dos jogadores). E esta era a imagem da selecção à chegada à Polónia, deixada nos jogos disputados neste ano.

Hoje, já ninguém se lembra dessa imagem. O que não é bom, é óptimo!

Hoje o todo vale mais que a soma das partes, o que faz desta selecção uma das melhores equipas nacionais de sempre!  

A Espanha está com naturalidade nesta fase. Tinha colocado os campeões europeus e mundiais logo na segunda linha de favoritos, e é sem surpresa que aqui chegam. Sem o futebol espectacular de há quatro anos mas, mesmo assim, com o seu tiki taka a colocar enormes dificuldades aos adversários que, pelos vistos, ainda não encontraram o antídoto eficaz. Mas, como aqui disse, esse é hoje um instrumento eminentemente defensivo.

A Espanha do um a zero, que cria menos oportunidades de golo e remata pouco, serve-se da pornográfica posse de bola para defender. Por isso sofre poucos golos e, por isso, é proibido deixar que marquem em primeiro lugar. É o que a selecção nacional tem de fazer: impedir que os espanhóis marquem primeiro. E só há uma fórmula para isso: marcar primeiro que eles. Nem Lapalisse diria melhor, não há outra!

O que quer dizer que a equipa nacional tem potenciar todas as suas qualidades e entrar a jogar com o objectivo de marcar. Quanto mais cedo melhor. E não pode, de todo, alterar o que quer que seja que lhe corte ou reduza as suas qualidades.

A selecção francesa – para além das suas debilidades próprias e dos seus problemas internos - deu, nisso, uma boa ajuda. Laurent Blanc tanto se preocupou em contrariar o sistema espanhol que acabou por se descaracterizar por completo, deixando de fora jogadores fundamentais para a identidade da equipa e transformando um dos melhores laterais direitos que passou pelo europeu num médio de marcação.

Na outra meia-final os alemães surgem com alguma vantagem sobre os italianos. Vêm de 15 vitórias (!) sucessivas em jogos oficiais, têm mais dois dias de recuperação que os italianos e muito menos necessidade de recuperar. Porque garantiram o acesso a esta fase com muito mais tranquilidade e com possibilidade de rodar a equipa. E têm muitas mais soluções!

Mas os italianos - que também aqui referenciara de favoritos - quando chegam a esta fase da competição não costumam ficar por aqui. Como se viu no penúltimo mundial quando, na  própria casa alemã, lhe retiraram o pão da boca…

Bem que gostaria de uma final entre Portugal e a Itália. E não era só para chatear o Sr Platini!

Há 10 anos

RECORDAR O NO RECORDAR, ESTA ES LA CUESTIÓN | Alas de escritor

Perante o desvio colossal na receita de impostos com que o ministro das finanças perdeu o pio, o primeiro-ministro veio dizer que “ainda é cedo para estar a falar” em mais medidas de austeridade.

“Ainda é cedo”. Ficamos todos mais descansados! Basta preocuparmo-nos quando chegarem…

Claro que não basta. Que há razões de sobra para estarmos muito mais preocupados. Desde logo porque, quando estávamos fartos de saber que era aqui que tudo isto vinha dar, com o governo e troika a dizerem que estávamos no bom caminho, o primeiro-ministro ainda vem dizer que o Governo está a analisar em que medida a quebra de receitas fiscais pode pôr em causa o objectivo do défice. Objectivo que, reitera, vai ser cumprido!

Analisar em que medida pode pôr em causa o objectivo do défice? Mas está a brincar connosco?

Não há a mínima possibilidade de chegar ao fim do ano com o défice nos 4,5% estabelecidos. Toda a gente o sabe! Nem sequer com mais medidas de austeridade, nem sequer com o novo imposto que encomendaram ao Dr Miguel Cadilhe e que ele quer embrulhar no pacote da dívida e não no do défice. Pela simples razão que, sem ser nas folhas de Excel do Dr Vítor Gaspar, já não há de onde tirar mais!

A única alternativa é pedir à Srª Merkel, nem que seja de joelhos e fazendo uso da condição de aluno obediente - que não de bom aluno, como se diz -, que isso sabemos que Passos Coelho sabe fazer,  que reveja em alta os objectivos do défice que nos fixou para este e para o próximo ano.

Senhor Primeiro-Ministro: pode continuar a dizer que nem mais dinheiro nem mais tempo, pode dizer que está a analisar o que quiser, pode até dizer que a queda nas receitas não põem em causa o défice. Pode dizer todos os disparates que quiser mas, por favor, nas próximas quinta e sexta-feira, não se esqueça de tratar disso com a Srª Merkel. Nem que tenha que ir procurar aquela corda que há 900 anos serviu a Egas Moniz…

Seja um fidalgo, Senhor Primeiro-Ministro!

Quatro meses de guerra

Entenda a crise entre Rússia e Ucrânia e seus efeitos para o mercado –  Thiago de Aragão – Estadão E-Investidor – As principais notícias do mercado  financeiro

Passam hoje quatro meses sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia. Há quatro meses poucos terão admitido que fosse possível aos ucranianos resistirem por tanto tempo, mas todos terão percebido que o mundo mudara nesse 24 de Fevereiro, para nunca mais voltar a ser o mesmo.

Hoje, quatro meses depois, sabe-se apenas que a guerra está para durar. E que o mundo, a mostrar-se cansado da guerra, começa a redesenhar-se.

Com o Conselho Europeu a discutir o alargamento da UE e o estatuto da Ucrânia e da Moldávia, sabendo que terá de abrir essas duas portas em simultâneo, mas também que tem que acelerar todos os processos que estão na fila no resto Balcãs, ou no Cáucaso, tudo regiões complexas e de forte influência histórica e civilizacional  russa. E conhecendo, ou devendo conhecer, o risco dessas decisões, agora a tomar contra o tempo. O tempo que, noutro cenário, permitiria processos intermédios de qualificação institucional que esses países ainda não atingiram, e que agora não há.

Com uma cimeira do G7 perante a novidade de um mundo multipolar que de repente se lhe abriu, e em que a incerteza é o único dado certo. 

E com a NATO a montar quartel-general em Madrid, para começar a decidir novas fronteiras.

Tudo isto a acontecer por estes dias, enquanto a guerra prossegue, inclemente.

Com a Rússia à beira de conquistar o Donbas poderia até admitir-se que pudesse dar por concluída a "sua operação militar especial”. Seria, à luz da apregoada motivação de Putin, uma hipótese provável não fosse o caso de o início da invasão ter explicitado o objectivo Kiev, e a ocupação do poder na capital. Mas poderá também ganhar força de probabilidade à conta justamente desse insucesso inicial.

Soube-se hoje que a Rússia entrou em default, tendo começado a falhar os seus compromissos, e mesmo que se saiba que Putin lida bem com isso, poderia também contribuir para, sentado naquele sucesso militar, dispor o ditador russo a anunciar o fim da "operação militar especial”.   

Mas nem isso significaria o imediato fim da guerra, embora reduzisse certamente a sua intensidade, e permitisse o início de prolongadas negociações. Onde a NATO e a UE poderiam propor o regresso às fronteiras de 23 de Fevereiro, e o envolvimento da ONU na convocação de referendos para definir a soberania dos territórios ocupados. Que Putin dificilmente aceitaria, mas que certamente Zelensky teria de aceitar.

Fora deste cenário, com ou sem declaração do fim da "operação militar especial”, só resta o da guerra prolongada, sabe-se lá por quantos anos. E com que meios. Aí, ficam sem sentido os mapas que por estes dias se estão a traçar na UE e na NATO.

 

Há 10 anos

RECORDAR O NO RECORDAR, ESTA ES LA CUESTIÓN | Alas de escritor

E, ao enésimo dia, o primeiro jogo sem golos. E, ao quarto dos quartos de final, o primeiro prolongamento. E a primeira vez em que a decisão chega dentro do envelope das grandes penalidades.

Apetece-me dizer que ainda bem! Porque se assim não tivesse sido nunca veríamos o fabuloso penalti marcado pelo Pirlo. Valeu a pena esperar mais de duas para assistir àquilo. E não me venham com falta de sentido de responsabilidade. Aquilo é classe pura, e classe é classe. Responsabilidade – ou falta dela – é outra coisa…

Foi à Panenka? Não, foi à Pirlo! E não é preciso registar a marca, porque ninguém consegue copiar… À Panenka, até o Postiga conseguiu: pobres ingleses!

Desculpem, mas tinha de começar por aquele momento único. Agora vamos ao jogo que – apetece-me dizer – pôs frente a frente duas Itálias. A Itália – la vera – e a Inglaterra, italianizada. E o certo é que uma Inglaterra assim obrigou a Itália a ser menos italiana, o que quer dizer: a especular menos e a assumir mais o jogo!

E a Itália até não se deu mal nesse papel contranatura. Posse de bola à Barcelona (64%) e 35 remates (20 na baliza), contra apenas 9 (4 na baliza) dos ingleses. Nada que tenha surpreendido Cesare Prandelli, o seleccionador italiano, como se percebeu quando apresentou uma equipa em plano B, abdicando dos três centrais e dos laterais que servem o plano A. E chamando Balotelli!

A Inglaterra não apresentou novidades, agora que já pode contar com Rooney. E o jogo acabaria por valer pela primeira parte, jogada a grande ritmo e com alta intensidade. O jogo abriu mesmo assim: logo aos três minutos, um grande remate de De Rossi só parou no poste da baliza de Hart e, aos cinco, é Buffon quem, do outro lado, nega um golo feito (Johnson) com uma defesa impossível.

E assim foi a primeira parte, em ritmo vivo, de bola cá bola lá, mais lá – na baliza inglesa – e sempre muito mais trabalhada pela squadra azurra, com Pirlo - imperial, como sempre – e Montolivo no papel de donos da bola. E do jogo!

Do outro lado, Gerrard e Rooney iam dando conta do recado, que é como quem diz: da capacidade de resposta inglesa que mantinha os italianos em sentido.

A segunda parte foi diferente e começou com duas excelentes oportunidades de golo para os italianos, a segunda, aos 52 minutos, foi três em um. Com duas enormes defesas consecutivas de Hart para o terceiro remate sair por cima. Os ingleses só responderam aos 65 minutos por Walcott (no cruzamento) e Carroll, acabadinhos de entrar. Foi o canto do cisne!

A partir daí, com o estoiro de Gerrard – que Hogdson manteve em campo, e percebeu-se porquê – a Inglaterra não quis outra coisa que levar a decisão do jogo para os penaltis. Vá lá saber-se porquê...

Só a Itália parecia querer – e poder – ganhar o jogo, não obstante os 90 minutos se terem esgotado precisamente numa vistosa – como sempre é - bicicleta de Rooney, que até poderia ter saído para a baliza e não por muito por cima da barra. E o prolongamento foi mais do mesmo. Mas ainda mais devagar, porque já não havia quem pudesse com uma gata pelo rabo. E desse período ficam dois registos: um cruzamento de Diamandi a que Nascerino respondeu enfiando a bola na baliza, em fora de jogo milimétrico mas bem assinalado; e mais uma habilidade de Balotelli, ao exigir a cobrança de um livre – mal assinalado por Pedro Proença, que ao terceiro jogo foi obrigado a regressar a casa pelo envolvimento da selecção bacional nas meias-finais - que Pirlo se preparava, como sempre, para marcar. Atirou para as nuvens!

E lá se seguiu para a decisão pelos pontapés de grande penalidade, a tal por que, sem ninguém perceber porquê, os ingleses tanto ansiavam. Só vejo uma razão: o exacerbar de italianismo desta selecção inglesa!

Do período de alta tensão que precede aqueles minutos dramáticos da angústia dos penaltis, vem um enigma: o que terá Buffon ido fazer ao balneário antes de se posicionar na baliza?

Dos penaltis – francamente – nada mais interessa que aquela obra de arte de Pirlo. O resto é a maldição inglesa!

E já que se fala de penaltis, também se deve dizer que Pedro Proença, aos 65 minutos, transformou um puxão de De Rossi a Terry, na área italiana, num livre contra a Inglaterra. Situação que se repetiria aos 83, só que dessa vez não viu. Pelo menos não marcou falta ao inglês!

E pronto: está completo o quadro das meias-finais! E a Itália, com este trabalho suplementar de hoje e menos dois dias de descanso que a Alemanha, é bem capaz de ter dificuldade em evitar que os desejos de Platini sejam uma ordem!

Que raio de acção!

A BOLA - Rui Costa e Weigl no dérbi de futsal (Benfica)

Julian Weigl é um dos mais enxovalhados jogadores do Benfica. É sempre dele a culpa de todo o mal que acontece. Nunca é o 6 que os entendidos da bola acham que é preciso. Ora porque tem um curto raio de acção, ora porque não se chega à frente.  Está sempre a ser-lhe mostrada a porta de saída, e a ser-lhe atirados à cara os 20 milhões que o Benfica pagou ao Borussia de Dortmund para o contratar, vai para três anos. Como se ele tivesse alguma culpa disso.

Está todos os dias nas primeiras páginas dos jornais na porta de saída. Que nunca se abre - dizem - porque ninguém está disposto a pagar pelo seu passe um valor que permita recuperar o investimento feito vai para três anos, mesmo que o valor de mercado do seu passe (Transfermarket) seja de 22 milhões de euros. 

Hoje volta a estar. Para o voltarem a enxovalhar. Dizem que é o Eintracht Frankfurt, que o quer juntar a Goetz. Mas que não está disposto a loucuras, e que o Benfica ... sim, senhor ... Mas quer recuperar o investimento. Uma loucura, vê-se logo. Num jogador avaliado em 22 milhões de euros. 

Ontem o Benfica disputou na Luz o segundo jogo da final do campeonato de futsal com o Sporting. Não correu bem, os jogadores deram tudo, jogaram mais que o rival, mas  no fim - no prolongamento, exactamente como já sucedera no primeiro jogo, em Alvalade - ganhou o Sporting. É uma espécie de maldição. No futsal, como no hóquei.

Não faltou empenho aos jogadores, nem ambiente no pavilhão. Faltou que as bolas que foram aos ferros entrassem na baliza, e sobraram defesas impossíveis do guarda-redes adversário. Mas não faltou Weigl, o mal amado, a fazer parte daquele ambiente extraordinário. O tal que está na porta de saída, e que julgávamos em férias, estava lá. Tinha acabado de chegar e foi a correr para a Luz, porque lá ia acontecer um jogo importante, noutra modalidade que não a sua, e ele quis dizer o que é o Benfica. E que o seu raio de acção é enorme!

 

Há 10 anos

RECORDAR O NO RECORDAR, ESTA ES LA CUESTIÓN | Alas de escritor

Já há dois dias que estávamos à espera do adversário para as meias-finais. Desconfiávamos que seria a Espanha, mas tivemos que esperar pela confirmação, hoje!

Desembaraçou-se facilmente da França, com dois golos do improvável Xabi Alonso: o primeiro – também improvável - de cabeça e o segundo de penalti. E também improvável, quando por lá estão Iniesta, Xavi ou Torres…

Tinha aqui dito há uns dias que estas duas selecções chegavam aqui com manchas no percurso do apuramento. E que se a mancha que a Espanha trazia seria muito difícil de limpar, a da França não. Isto porque a da Espanha vinha da arbitragem – e ainda amplificada pelas declarações de Platini – enquanto a da França vinha do seu défice exibicional e do banho de bola que a eliminada Suécia lhe deu.

À França, para limpar essa mancha, bastava-lhe hoje uma boa exibição, independentemente do resultado. A Espanha não podia fazer nada …

A França acabou por não limpar nada. Pior: acrescentou ainda mais mancha à mancha!

A Espanha, de novo sem ponta de lança, como no primeiro jogo, com a Itália, dominou completamente o jogo. Mais acentuadamente na primeira parte mas nem por isso menos claramente na segunda. Sempre com o seu tiki taka a funcionar como uma cerzideira, fabricando linhas de passe e espaços que os franceses, sem antídoto, não conseguiam tapar.

Na primeira meia hora do jogo, e o golo de Xabi Alonso aconteceu aos 19 minutos, a França não saiu do seu meio campo. Só a partir dos 30 minutos a França começou a pisar, com alguma consistência, terrenos mais adiantados. Remates só de bola parada e, ainda assim, apenas dois - um à baliza!

Quer isto dizer que a Espanha fez uma grande exibição? Não! De maneira nenhuma, o que ainda penaliza mais a exibição dos franceses. Os espanhóis, depois de se encontrarem a ganhar, limitaram-se a ter a bola – 60% de posse de bola na primeira parte, como habitualmente – e a trocá-la, como só eles sabem, como naquelas brincadeiras da rabia, para trás e para os lados, sem criar oportunidades para marcar.

Era a confirmação do regresso da Espanha campeã do mundo na África do Sul. Da Espanha do um a zero - não era um elogio – que marca um golo e defende-o com unhas e dentes. Só que – e agora é que vem o elogio – da forma mais inteligente, competente e eficaz que há!

A segunda parte não foi mais do que isto, embora a França tenha tido mais bola - no final a posse de bola da Espanha era de apenas 55%, o que é muito pouco para os seus padrões – sem que qualquer das equipas criasse oportunidades para marcar e, à medida que o tempo passava, a darem sinais de contentes com o resultado. A Espanha, porque era a Espanha do um a zero, e a França porque acharia que perder por um é melhor que perder por mais.

O penalti que o árbitro assinalou no último minuto é que veio estragar isto tudo. Se foi o prémio imerecido para os espanhóis, foi o castigo merecido para os franceses!

E pronto, lá temos que nos haver com os nuestros hermanos. E com os desejos de Platini!

Há 10 anos

RECORDAR O NO RECORDAR, ESTA ES LA CUESTIÓN | Alas de escritor

O ministro Vítor Gaspar anda há pouco tempo nisto mas sabe bem como as coisas se fazem.

Aproveitou a euforia que tomou conta do país, com o apuramento da selecção nacional de futebol para as meias-finais do campeonato e, de mansinho, veio dizer o que há muito andamos todos a dizer. Que temos um grande problema com as receitas fiscais!

Sem quantificar coisa nenhuma veio dizer que há um desvio colossal nas cobranças fiscais e da segurança social. Como se não estivesse – ele e todos nós – farto de saber que assim era!

Como se não soubesse – e não estivéssemos fartos de saber – que não é possível cumprir o défice de 4,5%. Mas reafirmou, uma vez mais, que vamos cumprir. Que vamos cumprir tudo, e que não precisamos nem de mais tempo nem de mais dinheiro!

Mas disse outra coisa fantástica: que o Estado está a gastar menos. Em salários!

Que as despesas com pessoal caíram 7%. O Estado está a gastar menos? Importa-se de repetir?

Não. O Estado continua a gastar mais, como sempre. Só gasta menos em salários porque, como sabemos, rompeu com o contratualizado com os funcionários públicos, baixando-lhe os salários e comendo-lhe os subsídios de férias e Natal. Pelo lado mais fácil, como qualquer dos muitos impostos a que tem lançado mão.

Quer isto dizer – e quis ele dizer – que vem aí mais do mesmo. Como os comentadores do regime têm vindo a preparar…

Coisas de hoje. E de todos os dias!

Sinais de esperança na América do Sul

Boric, Maduro, López Obrador: como Gustavo Petro se compara a outros  líderes da esquerda latino-americana | Mundo | G1

 

No passado domingo, na Colômbia, a terceira maior economia da América do Sul, foi pela primeira vez eleito um presidente de esquerda - Gustavo Petro, de 62 anos, um revolucionário na juventude, exilado e mais tarde regressado para uma carreira política em que foi eleito senador, presidente da câmara municipal da capital, Bogotá e, agora, da República. 

São agora três os países da América do Sul voltada para o Pacífico que no último ano viraram à esquerda. Depois do Peru (Pedro Castillo, de 52 anos) há um ano, do Chile (Gabriel Boric, 36 anos), há dois meses, a Colômbia. 

Têm, todos, pela frente um enorme desafio. O de não desiludir os milhões se sul-americanos fustigados por décadas - séculos! - de pobreza e desigualdade, e os milhões onde, por todo o mundo, se acende uma luz da esperança sempre que por estas paragens alguém emerge das trevas. E o desafio da História, depois das tragédias - cada uma à sua maneira, mas todas trágicas - do Chile de Allende, de Lula, no Brasil, e da Venezuela. 

Que, especialmente os novos presidentes do Chile e da Colômbia, declaradamente se não revejam nos regimes da Venezuela e de Cuba, é motivo de renovada esperança!

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