O Benfica voltou a jogar. E bem. Foi na Luz, com 45 mil nas bancadas!
Jogou para a segunda jornada da fase de grupos da Taça da Liga, com o Penafiel. Que surgiu com a lição de defender bem estudada.
O Benfica entrou forte, a não deixar o adversário respirar, e a deixar a ideia que o golo era assunto para resolver depressa. Mas não foi bem assim. À medida que os minutos foram passando a pressão sobre a área do Penafiel foi mudando de figura, até se transformar num simples cerco.
O Benfica montou um cerco à área adversária, mas isso não incomodou muito os jogadores do Penafiel. Ficaram cercados, mas confortáveis. Os jogadores do Benfica pareciam satisfeitos com os adversários lá atrás, e convencidos que não seria preciso fazer muita coisa até eles começarem a mostrar lenços brancos.
A bola circulava entre os jogadores (80% de posse de bola), mas era ali à volta. Era o carrossel, mas não passava disso. A bola circulava, mas os jogadores circulavam pouco. Movimentava-se o que tinha a bola, os outros esperavam "sentados" por ela. Assim não havia movimentos de rotura, não havia remates, nem grandes oportunidades de golo.
Foi assim, a atacar muito mas rematar pouco, até derrubar o muro penafidelense, já a segunda parte ia com 10 minutos. Da única maneira possível e - já agora - coerente com a forma como vinha jogando. Se só o jogador que tinha a bola se movimentava, teria de ser alguém a entrar pela área dentro com a bola até ao golo. Foi o que Grimaldo fez. Só não fez o golo porque, ainda assim, havia sempre mais um pé ... e o guarda-redes, que defendia tudo. Menos a recarga do Gilberto, mesmo essa ainda a encontrar uma perna pela frente, que quase desviava a bola por cima da baliza.
Chegado finalmente ao golo, o mais difícil ficava feito. Não era apenas o golo, era também o derrube do muro defensivo do Penafiel, e o surgimento de espaços que até aí não estavam abertos. O resultado foi logo o segundo, apenas dois minutos depois e, ainda assim e de novo, numa recarga, desta vez de Neres, a mais uma defesa do guarda-redes penafidelense.
A partir daí, sim. Com mais espaço, a circulação da bola e dos jogadores ficou então mais próxima da perfeição, o futebol da equipa mais próximo do patamar habitual, e os remates e as oportunidades de golo passaram a suceder-se. Só não surgiram mais golos porque os jogadores do Penafiel continuaram a ser competentes a defender, mesmo sem o autocarro. E porque não era a noite de Rafa. Nem de Henrique Araújo, entretanto entrado na partida, com o Rodrigo Pinho para quem o problema não é só uma noite.
No fim, para além de mais uma vitória para a série, e do apuramento para a final four de Leiria ficar mais perto, e porque as últimas imagens são as que prevalecem, fica uma exibição bem aceitável, ao nível dos padrões de exigência a que a equipa habituou os adeptos.
Mas também o alerta. Porque jogos destes podem acabar por correr mal. Como poderia ter acontecido com aquela coisa esquisita do João Vítor - a segunda, pelo segundo jogo consecutivo - que, ainda com o resultado em branco, só não deu auto-golo porque não calhou.
Ao segundo dia da segunda jornada a França tornou-se na primeira selecção apurada para seguir em frente. Frente à Dinamarca, a sua "bête noir", que limpou a pálida imagem do jogo inicial com a Tunísia, num grande jogo de futebol, foi melhor. Mas, acima de tudo, mais feliz.
Porque o jogo foi bem dividido, e basta isso para confirmar os dinamarqueses como a grande selecção que mostrara ser no último europeu. Só uma grande equipa, com bons processos e bem assimilados, consegue dividir um jogo com uma selecção cheia de grandes jogadores, como é a francesa.
Ambas as equipas quiseram ganhar. Fizeram tudo para isso e, quando assim acontece entre duas grandes equipas, só pode resultar num grande jogo de futebol.
A França marcou primeiro, por Mbapé, a concluir uma excelente jogado de futebol, aos 61 minutos. A Dinamarca empatou sete minutos depois, e desfrutou de oportunidades para ganhar a vantagem. Não o conseguiu e, já em cima dos 90 minutos, quando o seu treinador assumiu o velho princípio da bola - se não dá para ganhar o melhor é garantir o empate - foi traída. Mais que por esse princípio, pela felicidade de Mbapé que, no limite do fora de jogo, e em cima do poste direito de Schemeichel, conseguiu desviar a bola com o joelho para dentro da baliza.
Um lance feliz, a garantir uma vitória feliz. Mas que em nada diminui o favoritismo dos franceses!
O outro jogo deste grupo D não teve nada a ver com este. Como as equipas não têm nada a ver com estas. Não teve história, a Austrália ganhou (1-0) à Tunísia e, para já, complica as contas da Dinamarca. Que as simplificará se repetir nesse jogo entre ambas o que hoje fez contra a França.
No grupo C nada está definido.
A Polónia, com muitas semelhanças com aquilo que se passa na selecção portuguesa - tem bons jogadores, alguns, como Lewandowsky e Milik, do que há de melhor, mas sem futebol que se apresente - ganhou (2-0) à Arábia Saudita. Que jogou bem mais, e melhor, mas não conseguiu marcar. Nem de penálti. Pelo contrário, a Polónia marcou dois golos ... em dois remates. O último já perto do fim do jogo, e o primeiro de Lewandowsky num campeonato do mundo, numa oferta de um defesa saudita.
Como a Argentina ganhou ao México, num mau jogo, pelo mesmo resultado, está tudo em aberto. Para todos, mesmo que as coisas estejam muito complicadas para o México, que hoje muito pouco, e apenas para o empate.
Com muitas faltas - e os jogadores procuraram simular ainda muitas mais - acabou por ser um jogo feio ... com golos bonitos. O primeiro de Messi, à entrada do segundo quarto de hora da segunda parte, que aproveitou o espaço que os defesas mexicanos já começavam a dar-lhe para um bom remate, de bem longe. E o segundo, já perto dos 90 minutos, uma obra de arte do nosso Enzo. Que entrou no início da segunda parte para resgatar a Argentina, e levar ao jogo o futebol que até aí não tinha tido. Se Lionel Scaloni ainda não estiver convencido que Enzo Fernandez é indiscutível naquele meio campo, é problema dele.
Morreu, cedo de mais, o que foi um extraordinário jogador de futebol, que fez ofício da arte de marcar golos. Bi-bota de ouro, mas também um homem respeitado, e inexoravelmente respeitável!
O nosso Vítor Gaspar, ao contrário do que muitos de nós possamos pensar, tem amigos. Poderá não ter muitos por cá, um ou outro banqueiro, talvez o António Borges, e pouco mais, mas lá por Bruxelas tem alguns. Terá obrigatoriamente de ter alguns por lá, de outro modo não seria ministro das finanças. Todos sabemos que em Portugal se governa para os amigos, portanto ele tem que ter amigos e só podem estar por lá…
E até já ouvimos osenhor Schauble– o ministro das finanças alemão, com quem partilha grande cumplicidade – dizer que, mais que seu amigo, é um verdadeiro admirador. A senhora Merkl, embora bem mais efusiva com Passos Coelho, também não esconde que o tem em boa conta.
Que um senhor belga chamado Paul de Grauwe, economista de renome e conselheiro de Durão Barroso, seja mais um dos seus amigos de Bruxelas não pode surpreender por aí além. É ele próprio a fazer questão de o salientar!
O que é de admirar é que este seu até agora desconhecido amigo lhe venha publicamente aconselhar calma. Calma nesta sua azáfama austeritária que está a destruir isto tudo! O que mais surpreende é que lhe venha chamar burro, com todas as letras e para todos nós ouvirmos. Diz-lhe claramente: meu caro amigo Vìtor, não leves a mal, mas só os burros insistem no mesmo erro. Se já viste no que isto dá, insistir é burrice!
Já tínhamos ouvido isto a toda a gente. Mas dos amigos do Dr Vítor Gaspar é que não esperávamos ouvir coisas destas. Pelo menos para já!
E já agora, alguém acredita que este amigo destenosso inimigo, venha para cádizer coisas destas (vale a pena ouvir tudo)sem que as tenha já dito na Comissão Europeia e ao Presidente, onossoDurão Barroso, de que é conselheiro?
Pois é! Não se percebe nada disto, pois não?
Como diria o outro: ai percebe-se, percebe-se… Percebe-se que nada funciona, que a União Europeia já morreu, que os seus órgãos entraram em falência completa. Que só a Alemanha vive, não percebendo que também está já bem doente…
Jogou-se hoje a segunda jornada dos grupos A e B, sem que nada ficasse decidido, a não ser o fim de linha para a selecção da casa. Ninguém repetiu a vitória da primeira jornada, e por isso ninguém garantiu matematicamente o apuramento.
No grupo A apenas o último lugar do Catar é definitivo, depois de voltar a perder, desta vez por 3-1, com o Senegal. Mesmo que a Holanda, ou os Países Baixos, como eles querem, tenha praticamente o apuramento garantido.
Com muita sorte, mas tem. São certamente os campeões da sorte neste Mundial. Começou logo no sorteio, quando do pote 1 lhe saiu o brinde Catar. Que lá estava, não por mérito - evidentemente - mas pelos caprichos da FIFA, que lá coloca o país organizador. Continuou no primeiro jogo, com o Senegal, a quem nunca foi superior. Antes pelo contrário, ganhou (e logo por 2-0), mas a selecção africana (sem Mané que, lesionado, ficou de fora) foi melhor, construiu muitas mais oportunidades para ganhar, e acabou traída pelo seu (excelente) guarda-redes - Mendy.
Hoje voltou a ter sorte, e da grande, no empate a um golo com o Equador. Os sul-americanos, que praticamente entraram a perder, foram sempre melhores e só não ganharam porque o futebol é um o jogo. E no jogo entram sempre as coisas da sorte e do azar - a bola que vai à barra e ao poste, e não entra; ou os centímetros que fazem com que um golo bem construído acabe por não contar.
Equatorianos e senegaleses foram melhores que os neerlandeses, mas vão agora, na última jornada, decidir entre si quem segue em frente. Com a selecção laranja a rir, frente ao Catar.
No grupo B, nada estando definido, é praticamente impossível que a Inglaterra deixe se ser apurada, com o País de Gales - seu adversário na última jornada - com grande dificuldade em fugir do último lugar no grupo. Até porque é mesmo a equipa mais fraca do grupo. Empatou com os Estados Unidos, a zero - o quinto 0-0 até agora - que mereciam mais. Os americanos fizeram uma grande partida, mas não tiveram a sorte do jogo. Os ingleses deixaram empalidecer a imagem que tinham deixado no primeiro jogo, e não confirmaram a candidatura então anunciada.
Se este foi um bom jogo, mais por responsabilidade dos americanos que dos ingleses, o outro, foi emocionante. Impróprio para cardíacos, como dantes se dizia.
O Irão, de Carlos Queirós, foi sempre superior ao País de Gales. Mas a bola não queria entrar. Os iranianos - que desta vez terão sido obrigados a cantar o hino, sabe-se lá com que ameaças - acabaram apenas por resolver o jogo nos minutos finais dos descontos, aproveitando a superioridade numérica por expulsão do guarda-redes galês, por intervenção do VAR, a menos de 10 minutos dos 90. Com um golo no último dos 8 minutos de compensação, e outro ao décimo. Por mais dois minutos em compensação das celebrações com que se fez a festa iraniana, com Carlos Queiroz no centro.
Para seguir em frente a selecção de Taremi e Queiroz não poderá perder com os Estados Unidos. Um jogo entre o Irão e os Estados Unidos já tem pimenta suficiente. Com um apuramento em jogo ... o hino vai mesmo voltar a ser cantado!
Vettel assegurou hoje em Interlagos o seu terceiro título mundial. Entrou para uma elite muito restrita, é o mais jovem tricampeão mundial e tem já lugar reservado no Olimpo dos pilotos de fórmula 1.
Com Marcelo a ver - e a cumprir a promessa de "partir a loiça toda", em privado, num encontro com o Presidente do Gana, Nana Akufo-Addo, sobre educação, numa iniciativa da fundação Education For All, em conjunto com as Nações Unidas, transmitida na Internet - a selecção portuguesa estreou-se neste último dia da primeira jornada do Mundial, num estádio feito de contentores e com nome de indicativo de número de telefone (974 - o indicativo internacional do Catar, o 351 deles).
Nos contentores da selecção não havia carga, apenas emoção, percebeu-se logo pela humidade nos olhos de Cristiano Ronaldo quando se iniciou o hino. O indicativo também facilitou a comunicação. A equipa não comunicou, e não foi só para Rúben Dias, no primeiro golo do Gana. Nem para Cancelo, no segundo. Nem ainda para Diogo Costa, no último segundo do jogo, no que esteve perto de ser o hara-kiri final desta selecção.
Na verdade pouco ou nada funcionou na selecção. Funcionou sim - isso nunca falha - o futebol pobrezinho de Fernando Santos. Sempre pobrezinho, e sempre mais pobrezinho ainda com Cristiano Ronaldo na equipa, como está mais que demonstrado. Como demonstrado está que Fernando Santos é mesmo capaz de transformar jogadores de classe mundial em meros jogadores banais.
Já não há paciência para o que dizem ser o futebol de paciência da selecção. Nem para o resto!
Por exemplo, Fernando Santos escolheu jogar com a Nigéria para preparar este jogo. O argumento é que seria a equipa mais parecida com a do Gana, para quem perdera a qualificação. Se era para isso, quem é que compreende que a equipa que hoje subiu ao relvado, quase nada tivesse a ver com a que passou, com distinção, no teste. E, sim, na boa exibição com a Nigéria não jogou Cristiano Ronaldo.
A sofrida vitória sobre a 61ª selecção do ranking da FIFA - sim é equipa menos qualificada que está no Catar - acabou por ser a única coisa positiva da estreia da selecção. E, se não caiu do céu, não faltou muito.
Na primeira parte foi o tal jogo de paciência, para que já não há paciência. A equipa portuguesa nunca mandou no jogo a sue bel-prazer. Nunca sufocou o adversário, nem nada de perto. Mas, na verdade, também nunca deixou que o Gana mostrasse qualquer tipo de ameaça.
Na segunda foi pior. Não dominou o adversário, nem sequer nunca controlou o jogo. E permitiu que o adversário ameaçasse.
Ameaçava já quando, já mais de metade da segunda parte se tinha esgotado, do céu, caiu um penálti. Que Cristiano Ronaldo converteu em golo, estabelecendo mais um recorde - o primeiro jogador a marcar em cinco campeonatos do mundo. E sabe-se como isso é o que mais importa.
Nem com um golo caído do céu a equipa serenou, e permitiu o empate poucos minutos depois, na primeira falha da defesa portuguesa. Falhou Rúben Dias, e falhou, em acto contínuo, Danilo.
A equipa do Gana mandou-se para cima da selecção portuguesa, com todos estes nomes. E foi isso, essa desenfreada busca pelo golo da vitória, que permitiu, em contra-ataque, que a equipa de Fernando Santos chegasse ao 3-1, com dois golos em dois minutos.
Mas, nem ainda assim, e a 10 minutos do fim do jogo, tivemos equipa. João Cancelo, transformado num jogador banal, foi isso mesmo. E o Gana voltou a marcar, transformado os inacreditáveis 9 minutos de compensação num pesadelo. Que só não tenebroso porque, no último minuto, o IñaKi Wiliams, saído de dentro da baliza portuguesa, e nas costas de Digo Costa, escorregou quando lhe roubou a bola que ele tinha no chão, à sua frente, para fazer passar os últimos segundos.
Fechada a primeira jornada, com os jogos dos grupos G e H, estão apresentadas as equipas. E deixadas as primeiras impressões daquilo que podem ser as suas ambições.
O empate a zero - mais um - no Coreia do Sul - Uruguai, num jogo muito dividido, em que o futebol da selecção orientada por Paulo Bento foi mais interessante, acabou por ser um resultado interessante para a selecção portuguesa. O pior é o resto...
O grupo G, onde a Suíça ganhou aos Camarões (1-0), teve no Brasil - Sérvia (2-0) um dos melhores jogos desta primeira jornada. Começou por ser um grande jogo, e acabou num enorme jogo do Brasil, com aquele fabuloso golo - segundo dos dois do Richarlison - a ser, desde já, muito provavelmente o melhor deste Mundial. E um dos melhores de sempre. Melhor, será difícil!
Não se sabe o que aí virá, mas que os candidatos já estão apresentados, lá isso estão. O que esta primeira jornada disse é que, na primeira linha, estão o Brasil, a França e a Espanha. Por esta ordem, mesmo.
Depois, a Inglaterra e a Alemanha. Falar de Portugal, só por graça!
Ao quarto dia parece que agitação começa a ceder lugar à bola Mundial do Catar. A não ser que Marcelo, que já lá está, dê um safanão naquilo tudo. Afinal, depois do "esqueçamos isso", e do dizer que não disse, que sempre diz quando lhe saltam em cima, o Presidente avisou que iria lá para partir a loiça toda.
No entanto, antes de tombar com o safanão do Japão, ainda a selecção da Alemanha deu mais um safanão na FIFA, com os jogadores pousados para a fotografia com a mão a tapar-lhe a boca. Calados, também.Talvez por isso o árbitro não tivesse dado início ao jogo sem, antes, ir confirmar se a braçadeira de capitão de Neuer estava nos conformes, se não era subversiva, igual à da ministra do interior, Nancy Faeser, na bancada (uma boa sugestão para Marcelo!).
Sabe-se lá se o que aconteceu depois não foi por vingança dos deuses da FIFA.
Pois é. Depois da surpresa da véspera, com a Argentina, foi a vez da Alemanha. Perdeu com o Japão, pelos mesmos números, e ainda com a coincidência de também ter marcado primeiro, e de penálti. Naquele que foi o melhor jogo até ao momento.
Teve de tudo o que faz de um jogo de futebol um espectáculo único. Foi rico em futebol, com aquele futebol geométrico e cerebral da equipa alemã, teve génio individual, teve emoção ... e teve a lição de estratégia do seleccionador japonês. Que, depois de mais de uma hora de completa subjugação ao superior futebol alemão, tendo sobrevivido ao resultado pela manifesta infelicidade alemã na concretização, resolveu lançar na equipa a criatividade dos jogadores que tinha no banco para dar a volta ao jogo, e ganhá-lo. Contra todas as expectativas.
Percebeu-se que essa era a estratégia. Às vezes não corre bem. Desta correu. E contribuiu para que, mais ainda que para a surpresa, para fazer deste um grande jogo de futebol.
É arriscado dizer que este foi o melhor quando, no outro jogo deste grupo E, a Espanha faz uma exibição de luxo do seu tiki-taka, premiada com uma goleada histórica de 7-0. Mas não é, na minha maneira de o ver, uma grande exibição de uma das equipas, com eficácia total e muitos golos, que fazem o melhor jogo. Faltou adversário. A Costa Rica conseguiu ser ainda pior equipa que a selecção da casa tida, depois do jogo de abertura, como a equipa mais fraca da competição. Nem Keylor Navas se salvou. Até ele, um dos maiores guarda-redes das últimas décadas, foi penoso.
Se o golo é o sal do jogo, este foi apenas salgado. Faltou-lhe grande parte dos condimentos.
Aos restantes dois jogos do dia, do grupo F, faltou ainda mais. Ao Croácia- Marrocos faltou tudo, incluindo golos. Mais um 0-0, e pouco futebol, com responsabilidades repartidas. A selecção de Marrocos chegava com o rótulo de surpresa, de equipa sensação. A da Croácia com o de vice-campeã do Mundo. Nem uma, nem outra, fez jus ao estatuto.
Ao Bélgica-Canadá (1-0) faltou Bélgica. Faltou arbitragem. E faltaram as vedetas principais. As (várias) da Bélgica, e a (única) do Canadá.
Teve mais Canadá (de Steven Vitória e Eustáquio), que merecia outro resultado. Que não conseguiu porque a pior arbitragem até ao momento - um árbitro, Janny Sikazwe, da Zâmbia, que tem cadastro, e com um VAR da Venezuela, onde a tecnologia não existe - lhe negou dois penáltis. Porque a estrela da equipa, Davies, do Bayern, para além do fraco rendimento em todo o jogo, esteve desastrado na marcação do único penálti que o VAR conseguiu ver, logo no início do jogo. O árbitro nem esse vira. Porque faltou engenho e arte aos seus jogadores para acertar na baliza nos vinte e dois remates efectuados, para concretizar, uma que fosse, das muitas oportunidades de golo que a equipa criou. E, finalmente, porque Steven Vitória falhou a intercepção que permitiu o golo de Batshuayi, num dos dois três remates belgas à baliza. Tantos como, afinal, os que os canadianos enquadraram nas vinte e duas vezes que remataram.
No final, ao saber que tinha sido eleito o melhor em campo, Kevin de Bruyne, não se manifestou apenas surpreendido. Disse mesmo que isso se devia apenas ao nome que tem. E disse tudo!
O nosso ministro das finanças, Vítor Gaspar, ficou classificado emdécimo lugarno ranking dos titulares da pasta em 19 países da União Europeia elaborado pelo Financial Times. A abrir a segunda metade da tabela encabeçada pelo alemão Schauble, que tanto o elogia!
A classificação decorre de três critérios: o político, o económico e o da credibilidade. Para se classificar neste modesto décimo lugar, o nosso Gaspar teve dearrasarno critério político – ficando em terceiro lugar, só atrás do sueco Anders Borg e do seu amigo Wolfgang Schauble, respectivamente o anterior e o actual primeiro classificado – porque nos critérios económico e credibilidade foi mesmo dos piores: 16º e 18º lugar, respectivamente. E no critério da credibilidade não entram as previsões económicas. Se entrassem…
Ficamos portanto a saber que o nosso menino-prodígio afinal se distingue pela sua capacidade política. É a pele de político que lhe assenta bem!
Bem desconfiava disso… Mas eu não lhe compraria um carro em segunda mão!