José Duarte (1938-2023)
O jazz não lhe ficou a dever nada. Nós, ficamos a dever-lhe o jazz.
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O jazz não lhe ficou a dever nada. Nós, ficamos a dever-lhe o jazz.
Este jogo, em que o Benfica chegou ao resultado mais volumoso do campeonato e pela primeira vez à chapa seis, foi dois em um. Dois jogos diferentes num só jogo!
O jogo da primeira parte não teve nada a ver com o da segunda.
No futebolês utiliza-se muito a expressão “correr atrás do resultado”. Pois, na primeira parte o Benfica correu à frente do resultado: marcou o segundo golo quando ainda não tinha justificado o primeiro e chegou ao terceiro quando procurava justificar o segundo. Sempre à frente do resultado!
Na segunda parte foi outro jogo, completamente diferente. O quarto golo chegou cedo, como cedo chegou o golo de honra do Rio Ave. Fortuito, mas afinal a fazer o jogo acertar o passo com o resultado. No final, e face às incidências do jogo, o resultado podia ter sido ainda mais desnivelado, com um passo bem a par do do jogo. Não o foi porque o Rodrigo viveu apenas para marcar o golo que lhe anda a fugir e porque Cardozo, no pouco tempo que esteve em jogo, perdoou o que não costuma perdoar.
O árbitro – Rui Costa nunca soube grande coisa do ofício, admira é que, há tantos anos e ano após ano, continue na primeira categoria – fez uma das arbitragens mais estúpidas deste campeonato. Poderá figurar nos compêndios da arbitragem para ilustrar um péssimo trabalho mesmo quando não influencia o resultado!
Mostrou nove cartões amarelos e três vermelhos – O Benfica acabou com 10 e o Rio Ave com 9 – a sugerir, a quem não assistiu, que em vez de um jogo de futebol aconteceu uma batalha campal. Mas aconteceu apenas um jogo de futebol, dos bons. Com uma única atitude violenta, na jogada que lesionou – não se sabe ainda com que gravidade – o Salvio, que nem sequer foi assinalada. Isto mostra a qualidade deste árbitro: distribuiu cartões a torto e a direito mas no único lance violento do jogo nem sequer falta marcou!
Como o Porto também regressou às vitórias – nesta que era uma jornada de regressos: regresso dos jogadores das selecções, regresso do campeonato e regresso do João Moutinho -, num jogo que confirmou a Académica como a equipa mais fraca nesta fase final do campeonato, lá se mantêm os quatro pontos, com o Benfica a correr à frente. E fortíssimo, a querer dizer que não está aí para facilitar!
Ainda pouco se sabe do ataque de um refugiado afegão ao Centro Ismaelita de Lisboa, que resultou na morte de duas mulheres - Marina Jadaugy, de 24 anos, assistente social na instituição; e Farana Sadudin, de 49, gerente e principal responsável de uma associação de assistência humanitária afiliada da rede Aga Khan para o Desenvolvimento, ali sedeada.
Sabe-se pouco de Abdul Bashir, o refugiado autor do ataque, de 28 anos e com três filhos pequenos. Mas o suficiente para lhe adivinhar um quadro mental e psicológico complicado. Sabe-se que a acção pronta, profissional e exemplar da PSP evitou uma matança ainda maior. Sabe-se que a PJ continua a investigar, não apontando, para já, para acto terrorista.
Sabe-se - já se sabia, porque isto é como a pescada - é que André Ventura não perdeu a oportunidade para voltar mais uma vez a mostrar que é um nojo. E, para já, a ser o primeiro terrorista na cena do crime.
Se isto não servir para acordar tanta gente que por aí anda com sonhos húmidos, o melhor é continuarem a dormir!
A dúvida anda no ar: remodelação ou implosão? Será que o governo está mesmo para cair - de maduro para uns, de podre para outros - ou será que Passos Coelho está para dar ouvidos ao parceiro de coligação, e vai proceder à remodelação? Devolvendo o Álvaro à procedência, eventualmente com a incumbência de criar a confraria do pastel de nata no Canadá...
Relvas, bem se sabe, é apenas a outra face de Passos Coelho. Um não pode ser remodelado sem o outro, e o primeiro-ministro não o pode ser… Logo, Relvas, queira ou não queira o CDS, não será remodelado!
Se calhar é por isso que o ministro Crato guarda/esconde os resultados da investigação à famosa licenciatura de Relvas - que pediu à IGEC (Inspecção Geral da Educação e Ciência) há perto de um ano - desde meados de Janeiro… E que diz agora que está para os divulgar em breve!
Pois…também pode ser o Nuno Crato a acompanhar o Álvaro… Ou pode cair tudo!
As medidas anunciadas pelo governo para mitigar a inflação são o que são, e dificilmente poderiam ser outras. Por várias razões, que vão do "marketing político" à realidade do país.
Enquadram-se em três categorias, à partida as únicas possíveis - salários, apoios sociais e fiscalidade. As categorias são as certas. São estes os três pilares que sustentam a decência dos Estados e das sociedades. Salários e fiscalidade, como agentes de redistribuição do rendimento, e apoios sociais como agente de coesão. Nas medidas, na sua extensão, na sua interacção com a realidade do país, e na sua eficácia é que está o busílis.
Nestas medidas a fiscalidade não cumpre a sua função. Deixou de fora o rendimento, e ficou-se pela taxa zero de IVA nalguns produtos alimentares. Uma medida de duvidosa eficácia, seja pela regressividade (abrande todos de igual forma), seja pelo risco de ser rapidamente "engolida" pela dinâmica inflacionista, mesmo dando de barato que o compromisso estabelecido entre o sector da distribuição e o governo é para valer, e que o Estado tem condições para velar pelo seu cumprimento. Todos têm consciência disso. Mas todos também sabem, e o governo mais que ninguém, que é central em "marketing político".
Por isso, porque no actual momento o governo precisa de "marketing" para controlar os danos, como os portugueses de pão para a boca, é que António Costa e Medina não se importaram muito com o ridículo das contradições que caíram, ao anunciar uma medida que repetidamente tinham renegado, com a justificação, ainda por cima acertada, de que não resultaria.
A fiscalidade teria cumprido a sua função se tivesse incidido no IRS. Mas não teria, nem de perto nem de longe, o mesmo impacto político. Até porque, pelo eterno problema dos baixíssimos rendimentos e da pobreza, milhões de portugueses já não pagam IRS.
Nos apoios sociais as medidas ficam-se nos 30 euros mensais, com mais 15 por criança, em certos casos, para as famílias mais carenciadas. É alguma, mas muito pouca coisa para tanta necessidade.
Não é esse, ainda assim, o maior dos dramas. Esse é o de, entre as famílias mais carenciadas, estarem pessoas que trabalham. Milhões de pessoas que não retiram do seu trabalho um salário suficiente para lhe garantir sequer a subsistência.
Esse é o drama do país. O trabalho e o salário terá de ser a solução. Os apoios sociais terão de se destinar a quem tem o infortúnio de, querendo, não poder trabalhar. Não há sociedades sem pobres, o que não é aceitável que quem trabalha seja pobre. E isso, sendo agora agravado, não surgiu com a inflação. É estrutural na economia e na sociedade portuguesa, e não se resolve nem com esmolas nem com IVA a taxa zero!
Cinco mil milhões de euros, vivinhos, em notas, passearam hoje no Chipre. Não em carros blindados, mas em camiões vigiados por terra e ar por gente fortemente armada.
Chegaram de barco, provenientes da Alemanha – pois claro, eles é que são os donos da bola – e tinham por objectivo fazer com que não faltassem notas, hoje na reabertura dos bancos. Que estavam mesmo vazios!
As medidas anunciadas no final da semana pelo Ministro das Finanças, mais a Ministra da Presidência e mais a Ministra do Trabalho e Segurança Social, e menos a Ministra da Agricultura, contra a inflação e as suas consequências nos rendimentos - boas, más ou assim-assim, para o caso não importa - foram arrasadas pela oposição. Da direita à esquerda.
"É pouco, e tarde de mais" - dizem. Só que, desta vez, e depois do "retiro de reconciliação nupcial" nas Caraíbas - como lhe chamou o Ricardo Araújo Pereira -, o Presidente Marcelo calou de imediato a sua gente, sentenciando que "são bem tomadas no momento adequado".
Mas se, nesta altura, esta declaração, dá sinais que o retiro nas Caraíbas, com noite extra no Luxemburgo, fez bem ao casal desavindo, o que dizer do que desdisse Marcelo sobre a "maioria requentada" e as fraquezas e cansaços de Costa, agora já cheio de genica e em plena forma?
Poderia dizer-se que, no "bem bom", os casais são assim e esquecem todas as "facadinhas". Poderia também dizer-se que há casais assim - que nas costas dizem tudo e, cara a cara, já dizem que não disseram nada. Ou que há relações que se alimentam de pimenta...
Mas poderá ainda não ser nada disso, e ser apenas o Presidente a ser o Marcelo de "uma no cravo, outra na ferradura". Ou o cata-vento que o outro lhe chamou, aqui há uns anos...
Também vi, claro. Era o grande happening televisivo. Quem é que não viu?
Também assisti, no me toca sem ponta de saudades, a este regresso de Sócrates. E achei-o na mesma, igual a si próprio, sem qualquer cedência à sua narrativa. Ele, que disse estar ali para combater uma narrativa, a que chamou de narrativa …única.
É isso, não há factos. Apenas narrativas. É este também um dos nossos grandes problemas: tudo se resume à narrativa! A uma, a outra ou a outra ainda…
Fora disso, da narrativa e da manipulação de factos e números – arte em que sem dúvida é mestre – apenas uma tareia, diria mesmo um enorme tareão, no Presidente da República. E aí, a sério, acho que só se perderam as que caíram no chão…
De resto, narrativas e manipulação à parte, o mesmo Sócrates de sempre, com a mesma crispação de sempre, e a mesma arrogância de quem nunca erra. Que diz assumir as suas responsabilidades mas que é incapaz de admitir uma única. Um único erro: ter constituído um governo minoritário! Que, evidentemente, põe ao serviço de outra das suas especialidades: a vitimização!
Um Sócrates em forma, mesmo que por duas vezes lhe tenha saído um “é pá” a deixar perceber ainda alguma falta de lubrificação.
No que me parece que esta entrevista falhou foi na sua vertente de marketing. É que, se tinha também por objectivo funcionar como instrumento promocional – e eu acho que tinha - do seu novo espaço de comentário semanal, a estrear já na próxima semana, parece-me que falhou. No fim da entrevista acho que já estávamos todos fartos de Sócrates, e sem grande vontade de o passar a seguir todas as semanas!
O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schauble, disse que as críticas feitas à Alemanha se devem "à inveja" dos outros países. Que é como na escola, os que têm mais dificuldades têm inveja dos que têm melhores resultados…
Sobre o Sr Schauble já quase tudo foi dito. Se calhar faltará dizer que o ministro das finanças alemão tem mentalidade de sopeira. É o que eu digo, com todo o respeito pelas sopeiras, a quem só não peço perdão porque me parece que já não as há!
Que seja ignorante, que pense como uma sopeira, poderia ser um problema dele. E, vá lá, dos alemães… Infelizmente não é. É um problema nosso… e grande! É gente desta - gente extraordinária - que manda na nossa vida, no nosso futuro e no futuro dos nossos...
E lembrarmo-nos nós que está agora a fazer 60 anos que foi perdoada a dívida à Alemanha...
É tempo de hora de Verão. Não é ainda hora do tempo de Verão.
Esse, logo virá!
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