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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Pois...

Crise na imprensa escrita reduz número de edições impressas | Esquerda

Pedro Marques, o agora euro-deputado que foi ministro das infra-estruturas do primeiro governo de António Costa, que reverteu a privatização da TAP, foi ontem ouvido na Comissão de Economia que, em paralelo com a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) - coisas da política da paróquia -, está a ouvir ex-governantes e antigos responsáveis ligados à privatização de 2015. Precisamente um dia antes de, hoje, marcar presença na CPI. E disse muita coisa.

Disse que nem a Parpública, nem a TAP nunca informaram os "famosos" fundos Airbus, na tal troca da encomenda dos doze A350 pelos cinquenta e três NEO, que afinal acabou nos 226,75 milhões de dólares que a Airbus pagou a David Neeleman, para que os accionistas privados realizassem prestações de capital com "o pêlo do cão". 

Mas disse mais. Disse que Miguel Pinto Luz, actual vice-presidente do PSD, e Secretário de Estado da tutela no último governo de Passos Coelho, aquele que durou menos de um mês, e que assinou a privatização à vigésima quinta hora, assinou uma carta-conforto em que o Estado assumia os pagamentos que a TAP falhasse aos bancos, assim privatizando lucros e deixando nacionalizados os riscos. 

Parece que Miguel Pinto Luz diz não se lembrar de ter assinado tal coisa. É normal, é "o que a casa gasta". Nestas coisas nunca há muito a tirar de um lado para acrescentar no outro. Menos normal é passarmos os olhos pelas primeiras páginas de todos os jornais de hoje e não vermos uma única palavra sobre o assunto.

 

Há 10 anos

RECORDAR O NO RECORDAR, ESTA ES LA CUESTIÓN | Alas de escritor

Depois dos insectos, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura recomenda agora que comamos alforrecas.

Não achei grande piada a essa dos insectos. Não é que me choque a ideia de uma imperial com umas pernas de formiga bem passadas. Ou que, na falta de refeições baratas, não aceite refeições de baratas. Formigas e baratas é coisa que nem falta em muitos restaurantes e cervejarias, só que não constam na ementa. É apenas porque isso vai dar numa corrida a tudo o que seja insecto e pôr em causa os mais insuspeitos equilíbrios ecológicos…

Mas, quanto às alforrecas… nada a opor. Só tenho que aplaudir. Afinal aquilo até nem deve ser muito diferente da gelatina, e pode servir para muito mais que mera sobremesa. Há que extingui-las, antes que sejam elas a acabar de vez com o nosso peixinho... E depois ainda há a variante política, muito apreciada nos dias que correm…

Respeito político

Mariana Mortágua acusa Chega de perseguição por ser mulher de esquerda e  homossexual - SIC Notícias

Não sei se a Mariana Mortágua vai ser, ou não, bem sucedida na liderança do BE, em especial na tarefa de o recolocar no lugar de terceira força partidária do país. Parece-me uma missão difícil, mas também me parece não haver no partido outra figura mais capaz para o tentar.

Do que não tenho dúvida é do respeito que conquistou. Sim, que conquistou através de determinação, frontalidade e competência. O respeito é o maior activo de um político. Sabe-se como é escasso, e valioso, nos dias que correm, em que são cada vez mais raros os protagonistas que o merecem.

Esse respeito, traduzido em elogios oriundos de todo o espectro partidário, e em particular de respeitável e respeitada gente da direita conservadora como, por exemplo, Lobo Xavier e Cecília Meireles, é tão mais notável quanto, ainda há bem pouco tempo, era alvo de chacota dessa esfera política. 

Ontem, na entrevista ao Paulo Magalhães, na CNN, deixou mais uma notável demonstração de como sabe dar-se ao respeito, para ser respeitada. Questionada sobre se, ao divulgar a sua orientação sexual, não estava a expor a sua intimidade, respondeu que a sua intimidade não isso. Era apenas a sua liberdade!

Podemos concordar, ou discordar, das suas ideias políticas. No todo, ou em parte. Não podemos é deixar de saudar aparecimento de novos quadros políticos que, em vez de gente nova para a velha classe política, verdadeiramente projectem uma nova geração para uma política nova. 

Há 10 anos

RECORDAR O NO RECORDAR, ESTA ES LA CUESTIÓN | Alas de escritor

Vamos percebendo, pelo que nos dizem o Gaspar e o Schauble, o governo e a UE, que está tudo a correr bem. De Gaspar, que está tudo tão bem que até já chegou um novo tempo, o de olhar para o investimento. De Schauble, que graças ao nosso pequeno génio das finanças, o processo de ajustamento português é um exemplo que deve correr mundo. Da UE, que Portugal é um caso de sucesso…

Quando se completam dois anos de intervenção da troika, será interessante pegar em dois ou três dos principais indicadores económicos e ver o que se passou, não esquecendo que nestes dois anos já se passou de tudo. Desde juras a pés juntos de Passos e Gaspar de que as metas seriam cumpridas, custasse o que custasse, ao nem mais dinheiro nem mais tempo. Desde o falhanço de todas as precisões de Gaspar, à revisão das metas em todos os anos!

No quadro abaixo faz-se esse exercício pegando nas metas para 2013 do Memorando assinado há dois anos, para o desemprego, o défice orçamental e a dívida pública, estes, um e outra, o alfa e o ómega do programa de ajustamento. E comparando-as com os últimos números do governo, mas também com os do Relatório da OCDE, ontem apresentado.

 

  Desemprego      Défice   Dívida 
      Pública
Memorando da Troika 13,5%3,0%114,9%
Última revisão (Março 2013)17,7%5,5%123,0%
Relatório da OCDE (ontem)18,2%6,4%132,0%
    
Variação 34,8%113,3%14,9%


E percebe-se, como todos sentimos, que nada está a correr bem. E percebe-se por que é que Gaspar, ao mesmo tempo que diz que, cumprida a fase da austeridade, chegou agora a altura do investimento, vai dizendo que se enganou uma vez ou outra – pedindo pelo meio que tenham pena dele por ser do Benfica - mas que o problema é do Memorando, que foi mal negociado. Exactamente o mesmo que PSD e CDS pediram, cuja negociação teve em Catroga o principal protagonista, que Passos anunciou como programa de governo e para além do qual juraram ir. Como se percebe, porque é um exercício de contorcionismo do mesmo grau de dificuldade, que diga que as diferenças entre as previsões da OCDE e do governo são umas pequenas décimas… Que se explicam por aquele organismo não ter levado em conta o recente Super Crédito Fiscal! 

O tal com que Gaspar quer convencer não sei quem que vêm aí charters de investidores nos próximos seis meses. Para instalar negócios e empresas, desenhar e arrancar com projectos de investimento num contra-relógio diabólico que lhes irá garantir um bom desconto no IRC que irão pagar, pelos lucros que haverão de vir, das vendas que irão fazer, num mercado que não existe. Claro, se todas as licenças e autorizações necessárias não demorarem dois, três, quatro, dez anos a emitir… 

Não se percebe é por que é que os senhores da UE dizem que o sucesso está a passar por aqui...

A (não) notícia da reeleição de Erdogan

Eleições na Turquia: Erdogan e Kiliçdaroglu votam e fazem apelos ao voto -  SIC Notícias

Recep Erdogan foi reeleito presidente da Turquia, com 52% dos votos na segunda volta das eleições, e está agora a caminho de ultrapassar 25 anos de poder, entre a chefia do governo, de 2003 a 2014, e a presidência da República, a partir daí e, agora, por mais cinco anos. 

A notícia não é, no entanto, a reeleição deste autocrata, que controla o poder com mão de ferro. Notícia é ter sido obrigado a disputar uma segunda volta, ter perdido claramente nas duas principais cidades, a capital Ankara e a histórica Istambul, e ter acabado com uma vitória de expressão mínima em eleições que não são nem livres, nem justas. 

Que não são livres demonstra-o a pressão sobre observadores internacionais da OSCE que, sob ameaça, tiveram de abandonar as assembleias de voto que observavam. Que não são justas prova-o uma entrevista de duas horas a Erdogan, na própria véspera das eleições, transmitida em simultâneo na generalidade (em oito dos principais) dos canais de televisão turcos, sem um minuto de antena, sequer, ao seu adversário, Kiliçdaroglu, que as sondagens davam como favorito.

Entretanto,  Marcelo já o felicitou pela vitória...

Há 10 anos

RECORDAR O NO RECORDAR, ESTA ES LA CUESTIÓN | Alas de escritor

Já todos perdemos a capacidade de nos indignarmos com a desfaçatez dos políticos que nos governam. Com a falta de vergonha, com a falta de sentido do ridículo, com a aldrabice…

Só isso poderá explicar que Vítor Gaspar diga estas coisas sem que ninguém se importe. Ouvir nesta altura Gaspar dizer, com o ar mais sério deste mundo e a maior das convicções, que “o país está agora numa situação em que pode entrar numa nova fase da recuperação, menos baseada nas exportações”, e que depende agora mais “da dinâmica interna e do investimento produtivo”, dá voltas ao estômago de qualquer um.

Quando tudo falhou, quando até o comportamento estóico das exportações nacionais começa também a ceder, quando já não há tábua a que o náufrago se possa agarrar, Vítor Gaspar vem dar o dito por não dito, inverter o discurso, dizer que é bom o que antes era mau.

Fica provado que Vítor Gaspar tinha um rumo, só que nem ele nem ninguém alguma vez soube qual era. Limita-se a seguir um senhor numa cadeira de rodas, acreditando que ao seu lado, vá ele para onde for, vai bem!

A vez de Mariana Mortágua

Mariana Mortágua é a nova coordenadora do Bloco de Esquerda:

Já se sabia que seria Mariana Mortágua a pegar no testemunho de Catarina Martins. Em convenção, Bloco de Esquerda confirmou-o!

Mariana Mortágua pegou no testemunho, e advinha-se a continuidade da linha política do Bloco dos últimos anos, mesmo que a personalidade seja diferente, bastante até. E sabe-se como os traços de personalidade, e especialmente o carisma e a empatia fazem, em política, a diferença que as opções estratégicas muitas vezes não fazem. 

 

Pódio histórico

 

Uma imagem para a história: João Almeida no pódio final do Giro'2023 -  Fotogalerias - Jornal Record

Terminou o Giro, com a etapa de consagração, em Roma, onde o veteraníssimo Cavendish, agora na Astana, foi o primeiro a cortar a meta, depois de um sprint preparado por ... Geraint Thomas, o seu velho amigo, da Ineos.

Raro, e bonito. É sempre bonito ver do que a amizade é capaz, mesmo nas competições desportivas ao mais alto nível. Talvez não houvesse forma mais bonita para fechar esta edição do Giro!

A classificação geral tinha ficado ontem definida, naquele extraordinário contra-relógio que deixou Roglic no primeiro lugar, com 14 segundos de vantagem sobre Thomas, e 1 minuto e 1 segundo sobre João Almeida. Que ganhou a classificação da juventude, e conquistou o seu primeiro pódio numa grande volta. E o segundo para o nosso país, 44 anos depois de Joaquim Agostinho o ter feito, pela primeira vez. Então na Volta a França, em 1979.

É um grande resultado do jovem ciclista das Caldas. E, aos 24 anos, a confirmação de que é já um dos grandes nomes do ciclismo mundial. E que tem tempo e condições para vir a ser ainda melhor entre os melhores!

Há 10 anos

RECORDAR O NO RECORDAR, ESTA ES LA CUESTIÓN | Alas de escritor

Jorge Jesus irá ocupar por estes dias o centro do debate destas coisas da bola.

Parece-me que o povo benfiquista é hoje, ao contrário de há dois dias atrás, maioritariamente pela saída do treinador. Não sei se o mesmo se passará na opinião publica(da) benfiquista, onde muita gente continua fiel a Jesus.

Não é esse o meu caso, como já manifestei. E não vou, nem repetir argumentos que já utilizei, nem aduzir muitos outros que ainda não apresentei. Vou antes deter-me sobre os argumentos que poderão pesar na sua continuidade.

Diz-se que o Benfica nunca facturou como com Jesus. Que nunca jogou um futebol tão atractivo. Que atingiu um patamar, nacional e internacionalmente, donde há muito estava afastado. Que valoriza jogadores como nunca se viu na Luz.

Tudo isso são verdades. Que não sendo escamoteáveis, cabem – quase todas - na grande questão das atribuições do treinador e da estrutura do negócio do futebol. Se tudo se deve a Jesus. Se o Benfica nada fez por isso, se Luís Filipe Vieira não só pactuou com o afastamento de Rui Costa, como assinou por baixo a entrega de toda a estratégia e de toda a operação do negócio a Jorge Jesus.

Pelo que é possível perceber, fica a ideia de que assim foi. Que LFV entregou tudo nas mãos do treinador que, saindo, tudo levará. Porque não se percebe - pela comunicação, verdadeiramente desastrada, pela (falta de) interacção com a equipa B, pela gestão de jogadores, com evidente tratamento diferenciado entre os contratados pelo treinador e os outros, que já estavam, de formação ou não - uma estrutura homogénea e coesa a funcionar em perfeita harmonia.

Só que Jorge Jesus partiu a corda da confiança que o ligava aos adeptos e, bem pior, a que o ligava ao balneário. A confiança dos adeptos poderia até ser recuperável, sabe-se como é curta a distância de besta a bestial: bastaria iniciar bem a próxima época. Mas, sem a confiança do balneário, perdido como é claro que está o balneário, isso é uma utopia…

Jesus não tem condições de ficar na Luz, como – creio – toda a gente percebe. Só que isso – é esse o drama - lança-o para os braços de Pinto da Costa, que esperou meticulosamente por este momento. Um momento de supremo de gozo! De tanto gozo que acabará por lhe turvar a racionalidade e a clarividência…

Que Jesus continue no Benfica, sem quaisquer condições de êxito, mas apenas para evitar isto, é que não faz sentido!

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