Às vezes está tudo a correr bem, mas lá vem uma vez em que as coisas correm mal. As coisas não estão bem, longe disso. Mas nem sempre correm mal. Foi hoje o caso: as coisas não estão bem, mas hoje correram bem. Nem tudo, é certo. Mas o essencial!
Veja-se: Talisca lá esteve os 90 minutos - as coisas não estão bem. Mas não correu mal: não jogou mas não fez falta. Carcela jogou mais um bocadinho, e bem, como tem sido norma: correu bem. Mas não está bem: para além de jogar bem fez um excelente golo, que quase não festejou. Um jogador que joga poucas vezes, que joga bem e que marca um golo daqueles tem de festejar. Nem que seja de raiva!
As coisas não estão bem, mas continuam a aparecer uns rapazes novos que nos deixam água na boca. Hoje foi o Clésio, que é avançado e jogou num dos maishalloweenizados lugares da equipa: isso... defesa lateral. E logo a titular. E mostrou, até durar, que é jogador, que tem ambição e personalidade. Durou 65 minutos e ninguém podia exigir-lhe que durasse mais... E foi o Renato Sanches, que no Porto teria entrado de início, para que se estabelecesse um recorde. Mas ainda está a tempo de se tornar no mais jovem titular do Benfica... Encheu-nos os olhos e os corações, mesmo que - dizem - não seja assim que se ganham campeonatos. E, claro, o grande golo - são três grandes golos, poder-se-ia até dizer que são quatro grandes golos, porque o segundo, o autogolo, é também ele de uma execução notável - do Gonçalo Guedes é a cereja.
Claro que já perceberam: é da vitória gorda do Benfica sobre o Tondela, hoje em Aveiro, que se tem estado a falar. Na ressaca do desastre de domingo e na antecâmara da esperada confirmação do sucesso na campanha europeia, sintomaticamente interrompida na desgraçada semana passada.
Mais de 50 mil na Luz, a uma quarta-feira e a horário impróprio, para um Benfica - Tondela da primeira ronda da Taça da Liga, que agora é também os quarto de final, que apuram os quatro grandes para a as meias finais, também chamadas de final a quatro, quando não "final four".
Que comparam com os quatro o cinco mil da Pedreira (onde o Braga despachou o Santa Clara por 5-0), e com os 20 mil de Alvalade, em tempo de Sporting gordo que, com uma equipa de segundas linhas e muita rapaziada nova, despachou o Alverca por 5-1. Nisto o Benfica é de outro campeonato, ninguém tem dúvidas.
Nisto de comparações é, no entanto, quase impossível fugir a uma outra, já com mais a ver com o que se joga dentro das quatro linhas do campo. É que no passado domingo, há três dias apenas, houve que tivesse visto o Sporting jogar com este Tondela, lá pela zona de Lafões. Eu vi. Não era este mesmo Tondela, porque Ivo Vieira, o treinador madeirense agora em terras da Beira, mudou 10 jogadores. Não terá utilizado agora os melhores, mas também não fez grande diferença. Grande diferença houve mas foi naquilo a que o adversário o obrigou.
José Mourinho não brincou em serviço, e poucas alterações fez àquilo a que já se pode chamar o seu onze. Mudou o guarda-redes, mas isso é já da praxe. E não seria Samuel Soares a fazer qualquer diferença. E trocou Rios por Leandro Barreiro, e Pavlidis por Ivanovic. Com Dedic ainda de fora, lesionado, nem sequer dispensou Aursenes da função de lateral direito. Por isso utilizou Schjelderup na esquerda, sem que se pudesse ainda dizer - agora parece que sim - em vez de Prestiani.
Mas nem assim a equipa conseguiu entusiasmar ninguém, e repetiu-se o que se tem visto: equipa sem dinâmica ofensiva, sem velocidade, sem intensidade, sem rematar, e a deixar passar o tempo, à espera que seja ele, e não eles, a resolver as coisas. Em contraste flagrante com o que vemos nos nossos rivais.
Já com o intervalo à espreita, o - a, no caso, Cláudia Ribeiro - VAR descortinou um penálti, que os jogadores do Benfica reclamavam, e que o árbitro, Carlos Macedo, confirmou depois de observar as imagens, desbloqueando-se assim o que a equipa não conseguia desbloquear. Fosse por ser dia de celebração (250 jogos pelo Benfica) de Otamendi, fosse pelo exemplo que é - que Mourinho tinha voltado a enfatizar -, fosse mais um sinal para Ivanovic, a responsabilidade da conversão foi entregue ao capitão, que resolveu com mestria.
Pareceu que o intervalo tinha servido para Mourinho espevitar aquela gente, e a verdade é que o início da segunda parte parecia prometer outra coisa, melhor que o que se tinha visto. Parecia, porque logo a abrir, numa jogada como até então ainda se não tinha visto - excelente recuperação de bola de Schjelderup, que entregou a Barreiro, deste para Lukebakio que, num espectacular toque de calcanhar, assistiu Sudakov para um remate extraordinário de força e colocação - o Benfica fez o segundo golo.
Aconteceu então algo de verdadeiramente insólito. Durante mais de 5 minutos o jogo esteve parado à procura de qualquer coisa de que ninguém se tinha apercebido. Ninguém nas bancadas, e ninguém no relvado. Nem árbitro, nem assistentes, nem jogadores ... No fim, do VAR, veio a inacreditável notícia de fora de jogo de Lukebakio. Minutos depois, viriam as imagens a revelar ... fora de jogo por 1 centímetro!
Não é o ridículo do centímetro único. É a falta de vergonha, já que na própria imagem se vê Lukebakio atrás da linha, e atrás do defesa adversário, por quem está até completa e totalmente coberto.
Durante toda aquela espera os jogadores devem ter-se esquecido do que ouviram ao intervalo, e regressaram à toada da primeira parte. Obviamente com os mesmos resultados.
Então o tempo passava sem resolver nada mais que não fosse lembrar às bancadas Santa Clara e Rio Ave. Às bancadas e a José Mourinho, que por isso achou melhor lançar Pavlidis (saiu Ivanovic), Prestiani (saiu Schjelderup) e Rios (saiu Sudakov).
Pouco depois de ter entrado Rios tirou da cartola um coelho como ainda se lhe não tinha visto e, de bandeja, ofereceu o golo a Lukebakio. Faltavam 10 minutos, e era finalmente a tranquilidade. Já dentro dos 6 minutos de compensação Pavlidis fecharia o marcador. Ironicamente numa expressão exactamente igual à do tal jogo do passado domingo, em Tondela. O da comparação!
Tinha dito aqui, a propósito da exibição no último jogo, com o Arouca, que tínhamos de nos conformar, que não dava para esperar muito mais e que se vira "provavelmente o melhor que o futebol de Mourinho tem para nos dar". Quatro dias depois, este jogo confirma-o!
Como aqui referia no momento da sua contratação, não esperava de Mourinho "um futebol empolgante" ... "uma equipa demolidora, capaz de arrasar todos os adversários, goleadora, a espalhar perfume pelos relvados". Esperava "uma equipa rigorosa e competente, com jogadores empenhados, e capaz de, a bem ou a mal, ganhar". E tinha a certeza da mais valia da comunicação de José Mourinho.
Mourinho não está a desiludir. Pelo contrário, confirma tudo isso. E mesmo quando não se confirma o rigor e o empenho dos jogadores, ele próprio o denuncia. Não é como tantos - diria mesmo, todos - treinadores que vêm jogos que ninguém vê. Não, ele vê o mesmo jogo que nós. E isso é o seu grande capital.
Vemos - claramente visto - que os jogadores vêm, cada vez mais, parecendo piores do que quando chegaram. Já vinha de Bruno Lage. Temos que fazer um grande exercício de memória e de análise para nos lembrarmos de um jogador que Bruno Lage tivesse claramente valorizado. Olhamos para Rios, Enzo, Sudakov, e Ivanovic e não temos grande dúvida em afirmar que parecem hoje piores que quando, há três ou quatro meses, chegaram. Dos mais de 100 milhões de euros acabados de investir em meia dúzia de contratações, ao dia de hoje, somos capazes de achar que se salvam Dedic e Lukebakio. Este ainda com o peso de fazer esquecer Di Maria.
Pois. Até neste quadro desolador o carácter de Mourinho nos deixou ontem ver uma luz no fundo do túnel. Disse ele, na conferência de imprensa, isto, sem tirar, nem pôr: "Aqueles que acreditam na minha filosofia, no meu método, na minha liderança, no meu trabalho, melhoram. E melhoram para níveis que tinham por inatingíveis. Os outros, pioram".
Nesta declaração, nesta precisa altura, está tudo o que é preciso. É qualquer coisa de fantástica. É Mourinho!
A poucos dias das eleições, o governo renovou o fracassado mandato do governador do Banco de Portugal. Fracasso acentuado na missão falhada de vender o Novo Banco. Fracasso pessoal, agora confirmado pelo próprio, ao endossar a missão a um terceiro, confessando e assumindo a sua incapacidade.
Nas vésperas da tomada de posse de um novo governo, de um governo que - sabe-se - não durará mais que uma semana, duas no máximo, é escolhido para a missão um secretário de Estado do governo em funções. Polémico, metido em trapalhadas até ao pescoço, ele próprio responsável por decisões teimosas de última hora da governação, muitas delas já anunciadas por revertíveis pelo eventual próximo futuro governo.
Podia perceber-se a ideia de Carlos Costa (ou de um último favor ao governo - tudo se paga): Sérgio Monteiro (ven)deu tudo o que havia para vender. Percebe-se a admiração de alguém que não conseguiu vender a única coisa que tinha para vender. Não se percebe é que nem o tenha deixado sair do governo.
Bancos aceitam... desde que? Mas o que é isto? Onde é que chegamos?
E se os bancos não aceitarem? Como é que vai ser?
As coisas chegaram a um ponto que já ninguém tem vergonha. Já nem se preocupam em disfarçar... Já não lhes basta serem resgatados com o dinheiro dos contribuintes, já não lhes chega serem os únicos agentes económicos com o direito - eventualmente divino - a serem salvos pelos cidadãos, já não se satisafazem com o estatuto único de negócio onde só ganham, quando dá para o torto perdem os outros, como está por demais provado... Não, não lhes basta tudo isso. Eles têm ainda, por direito certamente divino, o poder de aceitar ou rejeitar governos eleitos democraticamente por todos nós!
Quando André Ventura diz que Portugal precisa de três Salazares fá-lo por provocação, de que se alimenta. Para nunca sair do topo da agenda mediática, que é o seu suplemento vitamínico.
Mas também por conhecer o seu público. Ele sabe que é isso que os seus seguidores querem ouvir. Sabe que a sua plateia não sabe, nem quer saber, quem foi Salazar. Ele próprio não sabe, nem quer saber: quem evoca três Salazares para acabar com a corrupção não pode saber o que foi Salazar, nem a História nem, se calhar, o que é corrupção. Sabe que os seus seguidores querem ouvir coisas assim, que indignam uns, mas que são aplaudidas por muitos outros. E sabe que assim introduz na agenda mediática os temas que quer pôr o país a discutir. Que assim o país discute o que ele manda discutir. Que é assim que se normaliza o que nunca seria normal, e que se deslocam os limites na sua direcção.
Quando espalha pelo país que "isto não é o Bangladesh" André Ventura dá mais um passo na provocação, numa espécie de tentativa de apurar a dose. Ele sabe - um saber de experiência feito - que a cada escalada, a cada incremento de provocação, os limites cedem. E ele sabe que (e como) cresce a cada cedência.
Cabe neste caso ao Ministério Público não ceder em mais um limite. Mas também isso coube em diversas ocasiões ao Tribunal Constitucional...
Alvo de críticas de todo o lado, interna e externamente - especialmente aí,arrasado pela imprensa internacional, que chega até a recuperar a imagem da Península Ibérica das ditaduras de Salazer e Franco -, isolado e renegado até pelos mais fiéis seguidores, Cavaco vem dizer que não se arrepende "de uma única linha do que disse".
Não deixa ninguém surpreendido. Toda a gente sabe que não se arrepende de coisa nenhuma, que nunca se engana e raramente tem dúvidas, como é próprio dos homens providenciais que sempre quis fazer crer que era.
Não que anarrativatenha alguma novidade, é velha de mais e é acarado sujeito. Estamos todoscarecasde saber que, sempre escondido atrás dointeresse nacional, não dá um único passo sem saber se é bom ou mau para o seuumbigo. Estamos todos fartinhos de saber que o político no activo que mais tempo de vida política leva, que há trinta e tal anos não faz outra coisa que não carreira política, não é político. Mas está acima deles, e abomina-os. Sabemos todos muito bem que ainda está para nascer alguém mais sério, mesmo que do seulastrotenham saído muitos dos intérpretes dos maiores crimes de colarinho branco que o país conheceu. Todos - repito, todos - impunes!
Apenas porque quer fazer de nós testemunhas forçadas da sua narrativa. Já não se limita a repeti-la até á exaustão, vai mais longe. Já passou a fase da mentira que por tão repetida passa a verdade. Depois de tão repetida, a sua narrativa já não é apenas verdadeira, é indesmentível, sobejamente confirmada, e amplamente testemunhada. "Como sabem". Como sabemos...
Algumas curiosidades - outras poderão ainda ser retiradas do quadro acima - sobre os resultados eleitorais do Benfica:
1) A diferente capacidade eleitoral entre os sócios do Benfica, que muitos enviesadamente acusam de falsear a democracia (a regra 1 pessoa = 1 voto, sendo fundamental em democracia, não é imperativa para todas as realidades, em especial nas do associativismo, com especificidades muito próprias), não produziu alterações significativas nos resultados;
2) Os dois candidatos mais votados - com mais votos - são também os com mais votantes. Apenas a diferença entre ambos seria encurtada (de um pouco mais de 11 pontos percentuais para um pouco menos de 7). Apenas o terceiro e o quarto lugares seriam trocados: João Diogo Manteigas (JDM) e Luís Filipe Vieira (LFV) teriam invertido as posições, com JDM em terceiro, à frente de LFV;
3) A ideia de que os sócios com mais votos serão os mais conservadores - entendendo a votação em Rui Costa (RC) e LFV como conservadora, e as restantes como de mudança - é contrariada nos resultados da Lista B, de Martim Mayer (MM). É certo que o universo dos seus votantes é muito reduzido (apenas 1480, o que não deixa de ser uma surpresa), mas cada votante valia em média 25 votos, bem à frente dos 22,6 dos votantes em RC;
4) Não deixará de ser curioso que os votantes em LFV sejam apenas os quarto mais valiosos em votos. Que tenham menos votos que os de MM, os de RC e até que os dos 148 sócios que votaram em Cristóvão Carvalho. Sem querer abusar da especulação, seria capaz de arriscar que LFV não andou apenas a inscrever sócios para criar a lista para o Conselho Fiscal;
5) Curioso é, também que a lista de RC para a AG tenha tido mais votantes que a da Direcção. João Costa teve mais gente a votar nele que RC, mas menos votos. E ainda assim maior percentagem, em votos e em votantes;
6) Dos candidatos ao Conselho Fiscal, Bagão Félix, nas listas de JNL, foi quem reuniu mais votantes. Mas não mais votos.
Sem dúvida, Luaty. Nada será o mesmo daqui para a frente... A vitória aconteceu também na tua decisão: os heróis mortos servem de exemplo, pela memória; os heróis vivos são o exemplo. Os heróis vivos, mais que exemplo, são líderes naturais das causas. Que não se perdem. E tu és um herói, por mais anti-herói que sejas!
"A vitória já aconteceu"...Como escreve na carta onde anuncia o fim da greve de fome, dirigida aos companheiros de prisão: " Tive a oportunidade de me aperceber do que nos espera lá fora e queria partilhar convosco o que vi: Vi pessoas da nossa sociedade, que lutaram pelo nosso país e viveram o que estamos a viver, a saírem da sombra e a comprometerem-se em nossa defesa, para que a História não se repita. Vi pessoas de várias partes do mundo, organizações de cariz civil, personalidades, desconhecidos com experiências de luta na primeira pessoa que, sozinhos ou em grupo, se aglomeram no pedido da nossa libertação. Já o sentíamos antes, mas não com esta dimensão”.
O "golpe de estado" que ontem (o)correu no país do Twitter, a lembrar a mítica transmissão radiofónica de Orson Wells da "Guerra dos Mundos", é bem capaz de, pelo excesso próprio deste tempo mediático e das redes sociais, ter acabado no efeito contrário, eventualmente diamentralmente oposto, ao pretendido.
É que provavelmente cirunscreve o "golpe de estado" de Cavaco a um simplesfait diverse remete-o para o caixote doslikese doslol.
Provavelmente fica muito do espectáculo e muito pouco do que lhe deu origem. Da substância. Do que no Daily Telegraph se ecreveu: “pela primeira vez, desde a criação da união monetária europeia, um Estado-membro tomou a iniciativa explícita de proibir os partidos eurocépticos”. Que um italiano qualquer aproveitou paralinkar, ironizando que a União Europeia declarara a suspensão da democracia em Portugal, obrigando os portugueses a continuar a votar até que o resultado fosse o pretendido.
O jogo da nona jornada, com o Arouca, fechava na Luz um dia cheio de Benfica.
Poderia esperar-se uma noite quente, com o fervor que arrastou mais de 85 mil benfiquistas - 85.422, mais precisamente, e novo recorde mundial - para as secções de voto, a transferir-se para as bancadas da Luz. Mas não foi bem assim, e nem o mais expressivo resultado da época conseguiu que os mais de 60 mil nas bancadas exorbitassem em festa. Sinal dos tempos!
Depois do descalabro de Newcastle José Mourinho apresentou uma única novidade no onze. Obrigatória, de resto, pela lesão de Dedic. Sem que Aursenes naquele lugar fosse novidade, como novidade também não seria que não houvesse da formação algum lateral direito, chame-se Leandro ou outra coisa qualquer, a novidade foi Prestiani, acabado de chegar do mundial de sub-20.
A reacção ao anúncio do seu nome pela instalação sonora deu logo para perceber que Prestiani iria mexer com a bancada. E mexeu mesmo. Mexeu sempre que mexeu com o jogo, sempre que o agitou, e mexeu na altura em que saiu, aos 64 minutos, substituído por Schjelderup, no momento alto da noite da Luz.
O jogo foi de domínio e controlo claro do Benfica. Em parte por méritos próprios, em parte por manifesta incapacidade do Arouca. Teve cinco golos, três de penálti, o que, se não é inédito em jogos do Benfica, andará perto por lá. Dois - os dois primeiros, e também os dois primeiros golos, convertidos por Pavlidis - arrancados a ferro pelo VAR já que, pelo o nosso conhecido Hélder Carvalho, não haveria nenhum deles. O terceiro, já na compensação, como já não aquecia nem arrefecia, já não lhe custou nada ser ele próprio a assinalá-lo. Nos dois restantes, o terceiro veio de um canto, no período de compensação da primeira parte, pela cabeça de Otamendi que, desta vez, ao contrário do jogo da época passada, apenas derrubou a bola para dentro da baliza. E só o quarto, logo no início da segunda parte, em lance de bola corrida.
Mas não galvanizou as bancadas, que viram neste jogo mais razões para se conformarem que para se entusiasmarem. O que hoje se viu na Luz é provavelmente o melhor que futebol de Mourinho tem para nos dar. Na perspectiva resultadista é excelente. Ficamos todos contentes com goleadas de 5-0.
Mas quando na Luz, numa noite dos 5-0, e ao adversário que na época passada nos roubou o campeonato, o que mais nos faz vibrar é a ovação ao Prestiani, percebe-se que os benfiquistas estão conformados. Não lhe peçam é que se entusiasmem!