COISAS INTRAGÁVEIS XIII
Por Eduardo Louro
No domingo não houve apenas eleições na Grécia. Também houve em França. Como há um mês e pouco atrás… Então, em França votou-se para as presidenciais, para eleger Hollande e, na Grécia, para nada!
Há alguma coisa em comum entre estas duas eleições de domingo? Há, ambas são marcadas por sistemas eleitorais bizarros!
Se na Grécia o sistema dá um bónus de 50 deputados ao partido vencedor – na circunstância o partido da Nova Democracia elegeu 79 deputados e recebeu 50 de bonificação, o que significa que apenas 60% dos seus deputados são eleitos – em França, um partido com 30% dos votos elege mais de 50% dos deputados e outro, com 13%, elege um ou dois. Em França um pequeno partido cresce, cresce e, por mais que cresça, nunca consegue eleger um deputado!
São sistemas eleitorais vocacionados para promover a estabilidade política?
Serão. Mas também para evitar a mudança!
Não é que a democracia esteja em causa. Desde se conheçam as regras, e elas sejam iguais para todos, a formalidade democrática estará assegurada. Mas que estas formas de representação minam a democracia representativa, minam!
É votar para que tudo sempre fique na mesma. Ou perto disso!