EURO 2012 (XXI) - É A ESPANHA!
Por Eduardo Louro
Já há dois dias que estávamos à espera do adversário para as meias-finais. Desconfiávamos que seria a Espanha, mas tivemos que esperar pela confirmação, hoje!
Desembaraçou-se facilmente da França, com dois golos do improvável Xabi Alonso: o primeiro – também improvável - de cabeça e o segundo de penalti. E também improvável, quando por lá estão Iniesta, Xavi ou Torres…
Tinha aqui dito há uns dias que estas duas selecções chegavam aqui com manchas no percurso do apuramento. E que se a mancha que a Espanha trazia seria muito difícil de limpar, a da França não. Isto porque a da Espanha vinha da arbitragem – e ainda amplificada pelas declarações de Paltini – enquanto a da França vinha do seu défice exibicional e do banho de bola que a eliminada Suécia lhe deu.
À França, para limpar essa mancha, bastava-lhe hoje uma boa exibição, independentemente do resultado. A Espanha não podia fazer nada …
A França acabou por não limpar nada. Pior: acrescentou ainda mais mancha à mancha!
A Espanha, de novo sem ponta de lança, como no primeiro jogo, com a Itália, dominou completamente o jogo. Mais acentuadamente na primeira parte mas nem por isso menos claramente na segunda. Sempre com o seu tiki taka a funcionar como uma cerzideira, fabricando linhas de passe e espaços que os franceses, sem antídoto, não conseguiam tapar.
Na primeira meia hora do jogo, e o golo de Xabi Alonso aconteceu aos 19 minutos, a França não saiu do seu meio campo. Só a partir dos 30 minutos a França começou a pisar, com alguma consistência, terrenos mais adiantados. Remates só de bola parada e, ainda assim, apenas dois - um à baliza!
Quer isto dizer que a Espanha fez uma grande exibição? Não! De maneira nenhuma, o que ainda penaliza mais a exibição dos franceses. Os espanhóis, depois de se encontrarem a ganhar, limitaram-se a ter a bola – 60% de posse de bola na primeira parte, como habitualmente – e a trocá-la, como só eles sabem, como naquelas brincadeiras da rabia, para trás e para os lados, sem criar oportunidades para marcar.
Era a confirmação do regresso da Espanha campeã do mundo na África do Sul. Da Espanha do um a zero - não era um elogio – que marca um golo e defende-o com unhas e dentes. Só que – e agora é que vem o elogio – da forma mais inteligente, competente e eficaz que há!
A segunda parte não foi mais do que isto, embora a França tenha tido mais bola - no final a posse de bola da Espanha era de apenas 55%, o que é muito pouco para os seus padrões – sem que qualquer das equipas criasse oportunidades para marcar e, à medida que o tempo passava, a darem sinais de contentes com o resultado. A Espanha, porque era a Espanha do um a zero, e a França porque acharia que perder por um é melhor que perder por mais.
O penalti que o árbitro assinalou no último minuto é que veio estragar isto tudo. Se foi o prémio imerecido para os espanhóis, foi o castigo merecido para os franceses!
E pronto, lá temos que nos haver com os nuestros hermanos. E com os desejos de Platini!