COISAS INTRAGÁVEIS IX
Por Eduardo Louro
Ouvir o comentário do editor de economia da RTP - Paulo Ferreira de seu nome – é de arrepiar. Acabei de o ouvir na Antena 1, pouco depois das 8 da manhã, e ainda estou de pêlos em pé!
Compreende-se – e é até desejável – que, particularmente na comunicação para o grande público, como é o caso do auditório da Antena 1 e da RTP, se utilize uma linguagem simples e aberta, longe dos palavrões do economês. Mas uma coisa é utilizar linguagem simples, que toda a gente perceba. Outra, como é o caso, é a completa ausência de rigor, a total subversão dos conceitos, a distorção da realidade e o atropelo à inteligência do público que o ouve.
Explicar, como hoje o fez, a propósito das taxas de juro negativas de que a Alemanha está a usufruir, que os credores lhe emprestam hoje 1000 para virem a receber 900 no final do período, sem sequer falar de inflação é, mais que simplificar, enganar. Acrescentar que é como as pessoas não quererem ter o dinheiro debaixo do colchão e estarem dispostas a pagar para o guardar num cofre seguro, é, mais que simplificar, distorcer
Uma falta de rigor inaceitável!