O EMPREGO DA PRIMA VERA
Por Eduardo Louro
São muitas as formas que um anúncio de recrutamento – oferta de emprego – pode assumir. Mais ou menos apelativo, mais fechado ou mais aberto nas condições de acesso, com mais ou menos exigências…
Há mesmo ofertas de emprego desenhadas à medida: os requisitos são tão fechados, tão ajustados, que se percebe de imediato que já há galo para aquele poleiro.
O que ainda se não tinha visto era uma oferta de emprego tão específica … tão específica … que já inclui o nome a pessoa a recrutar. Disto é que ainda se não tinha visto. Mas viu-se hoje e, pasme-se, publicado pelo IEFP!
Poderia fazer parte do perfil requerido. Por exemplo: licenciatura em educação de infância, 24 anos de idade, olhos azuis – que deve sempre dar mais jeito para os miúdos – cabelos louros, porque assim é que deve ser – olhos azuis/cabelos louros –, e de nome Vera – porque os miúdos já estão habituados ao nome – e apelido Pereira, que é para facilitar o processo de aprendizagem da botânica. Mas não. O anúncio exigia conhecimentos profissionais inerentes à profissão – nada mais claro nem menos lapalissiano – e nos outros conhecimentos requeridos é que surgia o nome: Vera Pereira!
Valham-nos os estímulos. E as medidas de estímulo…