CONSEQUÊNCIAS
Por Eduardo Louro
Ontem o Presidente da República disse-nos que promulgou o orçamento mas que não concorda com o que lá está. E explicou que è recessivo, que aprofunda a crise e é até inconstitucional… Do piorio, já se vê!
Mas também explicou que teve de o promulgar para evitar consequências muito negativas no plano externo. Que o país precisava de ter um orçamento para entrar ontem em vigor, mesmo que seja declarado inconstitucional, mesmo que agrave a desgraça em que já caímos e mesmo que de cumprimento impossível…
Percebemos assim que Cavaco trocou consequências muito negativas no plano externo por consequências muito negativas no plano interno. E que, contra consequências muito negativas, o mais alto magistrado da nação limitou-se a passar a batata ao Tribunal Constitucional, fazendo o que até o Provedor da Justiça, ou os deputados podem fazer.
Também Paulo Portas já advertiu que não cai noutra. Que para o ano não aprovará semelhante coisa! Como Cavaco, Portas aprovou este orçamento mas também não concorda com ele.
Estas são as duas pessoas que seguram o orçamento. E o governo!
Já se percebeu quem o vai deixar cair…