CRAVO, FERRADURA E BRINQUEDOS
Por Eduardo Louro
Ao mesmo tempo que dá uns tiros na coligação o governo segura-a com o melhor dos cimentos: o boyismo!
À tempestade do Relatório do FMI, com ministros e deputados do CDS a ameaçar partir a loiça toda, segue-se a bonança de mais um conselho de administração nas mãos de um dos seus boys.
Fica-se sem saber se é o governo a dar uma no cravo e outra na ferradura ou se apenas a estratégia clássica do mais pequeno, que berra para lhe darem o brinquedo.
Manuel Queiró é o novo presidente da CP. Boa pessoa, certamente. Capaz, eventualmente. Aos 60 anos – ou à beira disso -, não se lhe conhece currículo para tamanha tarefa. Não se lhe conhece o exercício de funções executivas onde quer que fosse nem qualquer experiência ou especiais aptidões em transportes, ferroviários ou outros. Mas entrega-se-lhe a responsabilidade maior pela gestão da maior das empresas do sector que mais dores de cabeça dá ao país!
Continuamos a brincar: é o que é. E depois diz-se que o Estado é mau gestor. Tem que começar a dizer-se é que mau accionista… Não sabe escolher os seus gestores!