QUAL É A PRESSA? OU O FEITIÇO CONTRA O FEITICEIRO!
Por Eduardo Louro
É sem dúvida o soundbyte da semana. Bem treinada e melhor encenada, foi a resposta ensaiada por António José Seguro perante as primeiras ofensivas dos seus adversários, pressionando a antecipação do congresso.
Não sei se Seguro merece a sorte que protege os audazes. Como há muito se sabe que audácia é coisa que lhe não sobra, sou levado a crer que não a merecerá. E, não tendo dessa sorte, provavelmente não terá doutra!
Sem sorte e sem engenho não há nada que lhe corra bem. Por mais ensaiado que seja, ou mesmo que se esforce um bocadinho. Numa semana em que o governo apostou forte, e em que foi praticamente demolidor, Seguro, sem engenho nem arte para desmontar a encenação governamental, e acossado – também por via disso – pelos seus adversários internos, refugiou-se no soundbyte. Pior forma de reagir a resultados - mais a mais resultados que o governo apregoava como feitos notáveis - que um soundbyte só um soundbyte muito teatralizado!
Para acabar de vez com a imagem e a capacidade de afirmação de António José Seguro, pior ainda que um soundbyte muito teatralizado, só um soundbyte muito teatralizado logo esvaziado. Quando logo a seguir, com toda a pressa, marcou de urgência a reunião da Comissão Política Nacional para debater a situação política interna esvaziou o seu muito teatralizado soundbyte. Pior: virou o feitiço contra o feiticeiro. E acabou de vez com a escassa margem de manobra política que lhe restava. Está agora encurralado!