Que país é este?
Por Eduardo Louro
Os preparativos para o novo ano estão em ritmo acelerado. É normal, já só faltam dois dias…
A nova taxa de IVA está prontinha… o novo Código Contributivo já espreita por trás da cortina... os cortes de salários estão mais que preparados! Os aumentos de portagens, transportes, água, electricidade, telefones e sei lá mais o quê … estão aí! Já ao virar de sábado para domingo!
Faltavam as novas taxas moderadoras do Serviço Nacional de Saúde. Porque já só faltam dois dias o governo acabou de publicar as respectivas portarias: uma vergonha, conforme nos conta o Rui Rocha no Delito de Opinião!
Pois bem, enquanto isso o big brother da SIBS – não sei se já tinham percebido que o cartão multibanco é uma espécie de câmara oculta que, mesmo sem nos mandar sorrir, nos expõe por completo borrifando-se para a nossa intimidade – diz que neste Natal se gastaram mais não sei quantos milhões. Os stands de automóveis estão em rotura de stocks, as agências de viagens não têm mãos a medir para pôr esta malta a passar o ano por esse mundo fora – com os mais exóticos destinos já esgotados –, o Algarve está cheio (de portugueses, porque os outros pensam em poupar uns cêntimos) para a passagem de ano e até os saldos são um êxito que espanta os próprios relações públicas das grandes marcas.
Quem é que pode entender este país?
Assim já se entende que Sócrates possa fazer tudo o que faz e continuar a ter lata para se dizer o grande defensor do estado social. E vamos percebendo que ele possa, rapidamente e com a maior desfaçatez, despir o fato de coveiro (do estado social) para vestir o camuflado de tropa de elite que defende o estado esquizofrénico do país.
Um fraco rei faz fraca a forte gente: dizia-nos Camões! Há muito que não somos forte gente, tantos têm sido os fracos reis, mas … caramba! Se isto não é esquizofrenia o que será?