A MEIO
Por Eduardo Louro
O Benfica entrou no jogo com a atitude que compete a uma equipa que está a discutir o campeonato palmo a palmo. Em alta voltagem. Sem tréguas, porque não há sequer tempo para isso!
Aos cinco minutos, na segunda ou terceira oportunidade que construiu, marcou. A partir daí acabou-se!
Não que a equipa não tenha construído mais oportunidades de golo. Construiu. Mas apenas duas, nos restantes 40 minutos!
A equipa baixou o ritmo e a acabou por perder a intensidade, que não mais encontrou. Mesmo quando, no início da segunda parte, parecia ter condições para voltar a encontrá-lo, com dois golos nos primeiros dez minutos.
Não sei se isto tem alguma coisa a ver com a comunicação. Admito que sim e não posso deixar de notar que na primeira página de um jornal desportivo vinha uma frase atribuída a Jorge Jesus: “temos que ganhar nem que seja por meio a zero”!
Assim sendo, aos cinco minutos a equipa já ganhava pelo dobro. A obrigação estava mais que cumprida e podiam relaxar!
Não é assim. Há que aproveitar os jogos e os que eles têm para dar. E este de hoje tinha muito para dar, não se podia desperdiçar tudo aquilo que aquela entrada prometeu. E permitia! Porque - sabe-se – há intermitências que deixam de o ser: quando se quer retomar as coisas no ponto em que se deixaram nem sempre elas lá estão!
Num campeonato como este, em que tudo se pode decidir por pormenores – bom, e golos em futebol não são simples pormenores – a equipa não pode relaxar. Os jogadores não podem pensar nas selecções, simplesmente não podem pensar em mais nada do que naquilo que realmente importa. E a comunicação tem que se focar nisso!
Ao Benfica não basta ganhar por meio a zero. O Benfica tem que ganhar, tem que marcar golos, tem que não os sofrer e tem que produzir boas exibições. Porque é isso que mantém a corrente ligada aos adeptos. Que alimenta a confiança e auto estima da equipa!
Uma nota para o André Gomes: não é claramente o substituto de Matic. Não é um trinco. Não se percebe por que razão foi ele a substituir o sérvio e não o André Almeida, claramente com mais vocação para a função.
E outra para o Aimar. Não! É melhor ficar calado… Ficar-me a meio!