SEM NOVIDADES
Por Eduardo Louro
Acabou por se não dar muito pela moção de censura. Nada de especialmente bombástico, nem sequer um soundbyte. O mesmo de sempre, sem nenhuma novidade…
Claro que emergiu Paulo Portas, mas isso não é novidade. Faz parte da sua queda para submarinos: submerge durante largos períodos, para de vez em quando regressar à superfície.
A maior novidade acabou por ser a data da carta de Seguro, a sossegar as entidades europeias. A tão apregoada carta, há tanto anunciada, afinal levou a data de hoje. Uma brincadeira, mais uma!
Mas, para que nem tudo ficasse na mesma, e já que o Tribunal Constitucional – quem sabe se para tapar com uma peneira os mais de três meses que leva para se pronunciar por qualquer coisa que, posta noutros termos (em fiscalização preventiva), teria de decidir em 20 dias – anunciara dar notícias das suas decisões sobre o orçamento depois da apresentação da moção de censura, ficamos agora a saber que o segredo será desvendado já na sexta-feira.
Ninguém percebe o que é que uma coisa tem a ver com a outra, nem por que razão o Tribunal Constitucional decidiu não comunicar a sua decisão antes da votação da moção de censura. O destino desta iniciativa parlamentar era conhecido, nenhum tipo de suspense havia para alimentar e não havia bancada parlamentar que fizesse depender o seu sentido de voto da constitucionalidade ou não das normas do orçamento que esperam pelo veredicto. Mas, mesmo se em tese houvesse, isso só tinha que passar ao lado do Tribunal Constitucional. Não podia ser de outra forma!
Mas enfim, se calhar estas trapalhadas todas existem para isso mesmo: para que alguma coisa fique desta moção de censura!