CARÊNCIAS AFECTIVAS
Por Eduardo Louro
Num texto para a revista do Expresso, sobre “Os 100 mais influentes” a publicar no próximo fim-de-semana, o ministro alemão Schaubler não poupa elogios a Vítor Gaspar. Que fez o diagnóstico correcto, que tomou as decisões certas, que deu “a contribuição decisiva para as políticas que colocam Portugal firmemente no caminho da recuperação”. Que, perante a contestação e a pressão sobre o governo para mudar de rumo, imperturbável, manteve o rumo permitindo a Portugal “um registo imaculado na aplicação das reformas” levadas a cabo pelo governo e pela troika.
Hoje voltou a haver regresso aos mercados. Parte 2! Correu bem… diz ele. Que os mercados acreditam nisto. Quer dizer: nele.
Foi uma operação a 10 anos. Sindicada e com o BCE a pôr a mão por baixo. Um sucesso, que Gaspar pretende que seja estrondoso. Mas que não é!
Schaubler gosta mesmo de Gaspar. Já o sabíamos. Agora, Gaspar quer dizer-nos que também os mercados gostam muito dele.
Sabe que, para nós, isso não vale nada. Mas também sabe que precisa disso em conselho de ministros, onde dá agora conta de carências afectivas...