DO TAXI À LAMBRETA
Por Eduardo Louro
O CDS, este CDS/PP de Portas, tornou-se rapidamente no mais desprezível dos partidos. Representa hoje, como mais nenhum – o que com este PSD e este PS era francamente difícil – o pior do sistema partidário que seca o país e asfixia o regime.
É o que Portas vem fazendo. É o que Portas acabou de fazer, acabando por ser ele a passar a linha que não podia ser passada. É o que o seu estado-maior - incluindo pessoas que o país se habituara a respeitar, como por exemplo António Pires de Lima – está a fazer, com piruetas que nos enojam. Com a taxa sobre as pensões que só por cima do cadáver de Portas, mas que … nada. E nada se passa, que fica no papel, que é compromisso mas que não é para cumprir…
É o Nuno Melo, a estrela ascendente do partido, o valor seguro e credível. Que no fim da semana passada passeava a sua indignação pelas televisões sobre a possibilidade admitida pela Comissão Europeia dos depósitos superiores a 100 mil euros serem envolvidos nos resgates dos bancos. Quando, segundo contava o Expresso no último sábado, e como aqui é reproduzido, o tema anda há meses a ser discutido, com a proposta da Comissão Europeia sujeita a intensa negociação na comissão de assuntos económicos do Parlamento Europeu, de que o próprio é membro suplente. Onde têm sido apresentadas dezenas de propostas de modificação, incluindo do seu colega de partido, Diogo Feio, e das deputadas Elisa Ferreira e Marisa Matias, mas onde nunca a sua voz se fez ouvir. Nunca apresentou uma proposta, nunca participou na discussão. E no entanto veio para cá e encheu as televisões fazendo o show que fez!
Se este país ainda tiver algum juízo o CDS já nem ao táxi regressa. Basta-lhe a lambreta que o outro deixou de usar... Caiu na palhaçada, no descrédito total!