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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

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Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

100º Tour de France VIII

Por Eduardo Louro

 

 

Terminou em Paris a centésima edição do Tour, com a etapa da consagração a ser ganha – após discutidíssimo sprint, por meia roda – pelo alemão Marcel Kittel, que atingiu a quarta vitória em etapas e se tornou no mais ganhador da competição, seguido de Froome, com três, e de Rui Costa e Cavendish, com duas. Este, vencedor em Paris nos últimos quatro anos e até aqui incontestável rei dos sprints, ficou desta vez em terceiro, e entregou decididamente o trono ao alemão. Outro alemão – Greipel – fez segundo num sprint que juntou os três melhores especialistas da actualidade, qualquer deles ainda uns furos acima do eslovaco Peter Sagan.

A classificação final tinha ficado arrumada na véspera, nas últimas montanhas – desta vez houve alta montanha mesmo até ao último dia, quase até Paris. Em mais uma etapa de grande espectáculo que faria, como aqui se previra, Alberto Contador saltar para fora do pódio, caindo de segundo para quarto na classificação geral. O miúdo colombiano, Quintana, ganhou a etapa – a terceira para a Movistar, depois das duas de Rui Costa – à frente de Joaquim Rodriguez e de Froome, que pela segunda vez se viu batido por estes dois. Se bem que, agora, tenha ficado a ideia de um Froome entre o solidário e o magnânimo, a deixar no ar que entendia que aqueles dois, os únicos que realmente puderam competir com ele, tinham o direito de discutir a vitória naquela última etapa.

Se em Paris os três primeiros lugares foram para os três melhores sprinters, em Annecy Semnoz, na contagem de montanha de categoria especial, no final da mais pequena mas também das mais duras etapas em linha, os três primeiros foram os três melhores trepadores. Com Nairo Quintana a ascender ao segundo lugar da geral, a confirmar naturalmente a sua camisola branca e a conquistar, in extremis, o primeiro lugar do prémio da montanha, que o pobre Pierre Rolland tanto perseguiu.

Mas, nesta edição, com a pontuação a dobrar sempre que a meta coincidia com o final de etapa, o prémio da montanha era realmente para grandes trepadores, e não para sprinters de metas de montanha de segunda, terceira e quarta categorias.

Christopher Froome foi, como se previra, o grande vencedor. Incontestável, o melhor em qualquer terreno, sempre muito bem auxiliado por Richie Port. Eventualmente, se a Sky mantiver o que parece ser uma rotação de liderança, grande favorito para o próximo ano.

Nairo Quintana foi a grande revelação deste Tour. Com 23 anos, chegar ali e fazer tudo o que fez, é fabuloso. Só o alemão Ulrich, em 1996 - que na altura faria esgotar os adjectivos – fez parecido, faltando-lhe contudo o título da montanha!

Joaquim Rodriguez confirmou na última semana o estatuto que trazia, e que fazia com que aqui tivesse sido considerado um dos candidatos ao triunfo final. O traçado da competição era à sua medida, e foi justo que chegasse ao terceiro lugar e ao pódio no último dia, batendo, também ele, Alberto Contador.

Que nada fez para justificar melhor que o quarto lugar, que o seu colega de equipa, o checo Krueziger, bem mais fez por merecer. Subiram ambos ao pódio, tal como o Sérgio Paulinho (nunca saiu da penumbra, apesar do bom contra-relógio de montanha), em Paris porque a sua equipa, a Saxo Thinkov, ganhou colectivamente. Mas tudo indica que o Alberto Contador dificilmente voltará ao que já foi.

Valverde fez o seu melhor Tour de sempre, ficando a ideia, que a simples aritmética confirma, que teria alcançado um lugar no pódio não fosse aquela avaria na maldita etapa treze. Que acabaria por não penalizar tanto a equipa porque, não fosse esse incidente, e nem Quintana – que bem pode agradecer por ter sido o único a escapar ao sacrifício colectivo imposto, nessa ocasião, pela direcção da equipa - nem Rui Costa teriam brilhado como brilharam.

Quando no início aqui apontei os favoritos –  Froome, à frente de todos e, depois, Contador e Rodriguez,- referi ainda Cadel Evans. A grande, a maior decepção, que continua uma sombra do vencedor de há apenas dois anos. Também ele já era!

De Rui Costa já quase tudo foi dito. Irá provavelmente deixar a Movistar para assumir uma posição de primeira figura numa outra equipa de topo. O que fez neste Tour sustenta-lhe a ambição!

Para o ano há mais…

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