O embuste sem fronteiras
Por Eduardo Louro
O primeiro-ministro norueguês, o trabalhista Jens Stoltenberg, de novo candidato nas eleições de 9 de Setembro, foi notícia por se ter disfarçado de taxista, supostamente com a intenção de recolher as reacções dos passageiros à política e ao desempenho do seu governo.
O vídeo gravado na circunstância foi divulgado e suscitou as melhores reacções. Na Noruega mas também pelo mundo fora, sempre disponível para aplaudir a cultura cívica nórdica, a transparência e a ética que fazem da política na Europa do Norte, e em especial na Escandinávia, o modelo de salvação dos sistemas democráticos que agonizam no resto da Europa, e mesmo do mundo.
Soube-se pouco de pois que os passageiros eram figurantes, que foram seleccionados e pagos para executar o papel. Que foi um embuste e que, afinal, também por lá, a ética e a transparência já conheceram melhores dias. Que, por lá, ética e transparência, não fogem muito do que por cá se diz de riqueza e santidade: é sempre menos de metade!
O que não quer dizer que não haja, mesmo assim, muito a aprender com eles… Não será é em matéria de táxis!