Ridículo?
Por Eduardo Louro
Provavelmente o Benfica está afastado da Champions e a caminho da pouco prestigiada, mas nem por isso menos desgastante, Liga Europa. São reduzidíssimas as probabilidades de ser de outra forma: não há milagres, que era o que se pediria para que um resultado positivo na Luz frente ao PSG convergisse com um resultado negativo dos gregos do Olympiakos, em Atenas, frente ao Anderlecht, a mais fraca equipa do grupo, onde irreversivelmente ocupa o último lugar da classificação.
É lamentável que assim seja, porque o Benfica tem muito mais qualidade que a equipa grega e tinha a obrigação e a responsabilidade de se classificar num dos dois primeiros lugares do grupo que, como cabeça de série, encabeçava. Mas também porque, afinal, esta sorte acabou por ser ditada no melhor jogo que fez, não só na competição, mas em toda a época. Não fora essa derrota de Atenas – com tanto de injusta quanto de injustificável – e o apuramento estaria hoje garantido.
Hoje, depois da vitória em Bruxelas – a primeira do Benfica, mas também a primeira de uma equipa portuguesa – num jogo que nada teve a ver com o de Atenas, a confirmar que o nível de desempenho da equipa, se fosse traduzido para um gráfico, mais pareceria um electrocardiograma de alguém com graves problemas cardíacos. Em que se voltou a salvar o resultado por obra e graça - de Rodrigo, que entrara 3 minutos antes, pensaria o leitor se não estivesse rotundamente enganado – de … Jorge Jesus. Sim – explicou ele no final do jogo – foi naquele momento em estava para entrar o Ivan Cavaleiro que, num golpe de génio, só possível por inspiração divina, decidiu que não iria defender o empate que lhe garantia a presença na Liga Europa mas, antes, ganhar o jogo que lhe permitiria não levar de imediato com a porta da Champions na cara…
Um visionário, um homem de rasgo... A inteligência, a humildade, a coragem e o arrojo em forma de treinador.
Ridículo? Não. É assim mesmo!