Chafurdices
Por Eduardo Louro
Um treinador à dimensão do Benfica não estaria nesta altura, por castigo, afastado do banco. Porque não se teria nunca envolvido em cenas como aquelas de Guimarães, não estaria agora, bem ou mal, justa ou injustamente, sub ou sobre penalizado, impedido de orientar a equipa a partir do banco.
Poderia até passar por este mesmo impedimento – ninguém estará livre de contingências desse tipo - por uma outra razão qualquer, certamente menos prosaica. Mas, treinador à imagem do Benfica, teria certamente a sua equipa técnica preparada para a circunstância. Teria seguramente delegado responsabilidades nos companheiros de percurso de tantos anos, em cujas capacidades e competências confiaria cegamente e, chegado ao jogo, remeter-se-ia à mais circunspecta descrição num canto qualquer do estádio – Mourinho chegou até a ficar no hotel - onde as próprias câmaras de televisão tivessem dificuldade em chegar. Não seria apanhado de telefone no ouvido, a intranquilizar quem precisava de estar calmo, tranquilo e concentrado no jogo. Nem sequer em trânsito para outro lado que não inequivocamente uma casa de banho!
Não pode passar pela cabeça de ninguém que Jorge Jesus se tenha deslocado ao balneário durante o intervalo. Mas, sendo quem é, bastou a muito boa imprensa vê-lo em movimento para chafurdar nessas águas turvas e sujas …