Olhe que não, olhe que não...
Por Eduardo Louro
Com uma primeira parte miserável, mas com Oblak na baliza, e com Jesus a insistir nas mesmas aberrantes opções, com Enzo Perez preso à ala direita, quando no melhor plantel dos últimos 30 anos há carradas de alas, e é ele o único - dos que jogam - com condições para transportar jogo pelo meio e de chegar com a bola de uma área à outra, o Benfica lá ganhou em Setúbal o jogo que, antes da recepção ao Porto, não podia deixar de ganhar.
Melhor o resultado que a exibição, como diz o jargão. Muito melhor, porque se na primeira parte a exibição foi miserável na segunda foi pouco mais que isso. É verdade que foi melhor, mas foi pouco melhor. E durante pouco tempo, porque parece que também os jogadores não estão para se maçar muito.
Ao intervalo, o 11º mais caro treinador do mundo, lá corrigiu o erro que mais gosta de cometer e tirou o Fejsa para entrar o Sljmani para a ala, de lá trazendo o Enzo para a faixa central, onde realmente fazia falta, e as coisas lá tiveram a tal pequena melhoria. Lá surgiu o primeiro remate à baliza (51 minutos!), logo a seguir (aos 54) o primeiro golo (Rodrigo), e os melhores 10 minutos do jogo. Quando o segundo golo apareceu (Lima, de penalti – na primeira parte havia ficado outro por assinalar, bem como um jogador do Vitória por expulsar, por pisar o Gaitan, caído, nas costas) já esse melhor período se tinha esgotado!
Para o 11º treinador mais caro do mundo, que tem à sua disposição o 15º mais caro plantel do planeta, não se passou nada disto: o Benfica fez um grande jogo e a deprimente primeira parte faz parte do plano de jogo!
Olhe que não, olhe que não: o Benfica teve mais uma prestação decepcionante, ao nível dos jogos com o Arouca e com o Olhanense, se não mesmo pior. Não sei se o presidente está muito preocupado com isso, porque fala quando deve estar calado – e fala do que não deve, como se viu pelos jornais de ontem – e está calado quando deve falar. Mas nós estamos, e muito!