Eusébio, Sócrates e "os perigos da internet"
Por Eduardo Louro
O que chamei de momento Eusébio de Sócrates, que ontem inundou as redes sociais, teve hoje resposta que, se não teve a mesma repercussão, não andou muito longe.
Perguntarão – e darão logo a resposta - alguns: onde é que está a surpresa?
- O que não falta a Sócrates é uma legião de especialistas prontos a correr em sua defesa!
Pois é. Mas não foi essa legião de adeptos a responder. Essa limitou-se a projectar, difundir e valorizar a resposta que veio de Domingos Amaral, insuspeito – diria eu - de Socratismo. E que sustenta a tese da maledicência das redes comerciais – que primeiro divulgam e só depois investigam – em factos que o próprio noticia sem investigar. Nem antes, nem depois!
Diz ele que naquele tempo havia aulas ao sábado de manhã e outras actividades escolares à tarde. É verdade: havia aulas de manhã e actividades da Mocidade Portuguesa à tarde. Mas isso no liceu, não exactamente na escola primária, para que remetem os então 8 anos de Sócrates. E diz que naquele tempo as aulas prolongavam-se até ao fim de Julho, e isso é que nem sequer é verdade: as férias grandes eram então mesmo grandes, e começavam no fim da primeira quinzena de Junho!
Não é de estranhar que as hostes Socráticas tenham chamado um figo a este texto de Domingos Amaral e se tenham apressado a propagá-lo pelas redes sociais. Estranho é que mais gente o tenha replicado esquecendo exactamente o que condenava, pondo toda a pressa na notícia de factos que não resistem ao mínimo contacto com a realidade. Estranho é que se alerte para os "os perigos da internet" entrando por eles dentro. E multiplicando-os!
Por mim, repito que um mentiroso é um mentiroso. Está-lhe na massa do sangue, como o escorpião...