Mundial da África do Sul #7: Arbitragem - Dia Negro ou Dia Zero?
Por Eduardo Louro
As arbitragens até nem vinham mal de todo. O pano não era do melhor – não se podendo, por isso, dizer que no melhor pano cai a nódoa – mas lá iam levando a água ao moinho. Até ontem!
Começou no Argentina – México: quando, surpreendentemente, o México dominava o jogo e se impunha à agora super favorita equipa alvi-celeste do agora grande seleccionador Maradona, a arbitragem de uma equipa italiana, liderada por um tipo com um certo ar de vaidoso, valida um golo argentino obtido a partir de um dos mais escandalosos foras de jogo de que há memória. A partir daí, e com mais um erro grosseiro, desta vez de um defesa mexicano, a Argentina ganharia (3-1) e garantiria o acesso aos quartos de final, onde irá encontrar o seu parceiro de sorte.
Precisamente a Alemanha que, no segundo jogo do dia – provavelmente o melhor jogo da prova até agora – beneficia do que será o mais escandaloso erro de arbitragem num campeonato do mundo. Desta vez é uma equipa de arbitragem uruguaia que invalida um golo da Inglaterra quando toda a gente viu a bola bem dentro da baliza. O golo que consumaria uma recuperação notável da equipa inglesa de 0-2 para 2-2, numa altura fundamental do jogo. A Alemanha acabaria por, numa estratégia de contra-ataque que, assim, pôde sempre manter, ganhar o jogo (4-1) e chegar aos quartos de final.
Vêm-nos há memória os erros em anteriores campeonatos do mundo. Lembramo-nos do Mundial de Inglaterra de 1966, onde a Alemanha perdeu a final precisamente para a mesma Inglaterra com um golo que não o teria sido. Mas desse ainda hoje ninguém tem certezas. Com dois erros tão escandalosos como os de ontem é que não há memória…
Veremos até que ponto este mundial não ficará marcado pela questão da arbitragem. A França já aqui chegara através do benefício de um outro erro grosseiro. Pagou com uma participação lastimável, como vimos. Agora, com os dois beneficiados a defrontarem-se entre si, apenas um deles irá pagar! O outro chegará sempre a um dos melhores quatro lugares.
Meios auxiliares de decisão para as equipas de arbitragem por recurso às novas tecnologias disponíveis? Claro que sim, a decisão do recorrer a essas tecnologias não pode sequer ser questionada! Guardem-se as questões apenas para o quando e o como!