Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

A CRISE POLÍTICA I

Por Eduardo Louro

 

Foi você que pediu uma crise política?

Esta pergunta, lembrando um eficaz slogan publicitário – tão eficaz que, como se demonstra, não se esquece – é adequada ao actual momento político.  

Foi o primeiro-ministro que desencadeou esta crise política, afirma o PSD sem sombra de dúvida! Não – respondem o governo e o PS – o PSD é o responsável pela crise política!

Ninguém quer acusar a sua paternidade. Se já tínhamos em Portugal uma culpa solteira, agora temos uma crise política filha de pais incógnitos.

A verdade é que o primeiro-ministro tem imensa dificuldade em negá-la. Nem são necessários testes de paternidade. E nem sequer lhe será fácil invocar um qualquer acidente - ao contrário do PSD, que estava a usar todos os métodos de planeamento familiar - porque esta não é uma paternidade acidental. Parece mesmo muito bem planeada, como se tem visto: não é possível adiar mais a intervenção (ainda mais) directa do FFEE e do FMI - o mês de Abril (e o de Junho) é dramático, com sérios riscos de não haver quem nos empreste dinheiro para responder às dívidas que então se vencem – pelo que, para quem apostara tudo nesse cavalo, não restava outra alternativa que provocar uma rotura que lhe permitisse pôr-se ao fresco e tentar deixar para trás a solteirona mais famosa do país. A pensar num volto já´, sem a companhia da tal solteirona!

Para atingir esse desiderato Sócrates e a sua rapaziada – de que Luís Amado faz hoje mais uma tentativa de descolagem (começa já a cheirar à estória do Pedro e do lobo, e acredito que já ninguém acredita nessas sucessivas mas inconsequentes descolagens) – têm-se encarregado de dramatizar a cena.

Uma crise política, mais a mais nas actuais circunstâncias do país, não é, evidentemente, a melhor coisa que nos possa suceder. Mas também não me parece que os portugueses estejam assim tão preocupados com isso. Quer dizer, os lancinantes gritos chegados da boca de cena, venham eles da garganta de Teixeira dos Santos, gritados a partir de Bruxelas, da de António Costa – surpreendentemente com o papel principal nesta dramatização, como aqui temos visto – ou da de Jorge Lacão, não atingem o coração dos portugueses!

E isto quer simplesmente dizer que estamos todos tão fartinhos de Sócrates que mais nada nos importa que vermo-nos livres dele, sejam quais forem as consequências. Que já estamos por tudo e que, venha o que vier, nada será pior que manter este governo!

Desconfio que a resposta à pergunta inicial seria mesmo um imenso e uníssono siiiiiiimmmmm!

Acompanhe-nos

Pesquisar

 

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D

Mais sobre mim

foto do autor

Google Analytics