NEGÓCIOS DO DIABO
Por Eduardo Louro
Teixeira dos Santos, o ministro das finanças, ficará na História como o ministro da banca rota, ficará para sempre ligado à imagem do desgoverno, dos PEC`s - uns atrás dos outros sem que nada resolvam –, dos erros trágicos nas contas públicas que não param de corrigir défices em alta - 2008, 2009 e 2010 - e da falta de credibilidade do país. Quando olharmos para este que é um dos períodos mais negros da História de Portugal veremos sempre dois rostos: José Sócrates e Fernando Teixeira dos Santos!
Este é o resultado da capitulação do Teixeira dos Santos perante a estratégia suicida de Sócrates. Teixeira dos Santos, por razões que a razão desconhece, depressa deixou de ser um técnico respeitado e altamente prestigiado e de inquestionável competência, para se transformar num capacho político. No capacho de Sócrates! Depressa deixou de ser o ministro que carregava o governo às costas, que lhe dava substancia e credibilidade, para passar a ser um irresponsável e desacreditado funcionário de Sócrates. Quem o conhecia nem queria acreditar!
Ficou agora fora das listas do PS. Mas pior que ficar de fora é a forma como ficou: sozinho e abandonado como qualquer descartável. Como um cão abandonado pelo próprio dono, um dono a quem se havia dedicado com toda a fidelidade!
Adivinhara aqui este desfecho no próprio dia do debate parlamentar do PEC, quando ficou só, e já abandonado, a representar o governo no parlamento, enquanto Francisco Assis era aplaudido de pé e em êxtase. Mas também já o adivinhara quando o PS criou a doutrina – a primeira das muitas que se têm sucedido para intoxicar a opinião pública – de que o problema do PEC não passara de um erro de comunicação. Quando António Costa o exibiu – a lembrar o actual momento pascal – como o pior e o mais inábil mensageiro político do hemisfério norte. Disse eu então que Teixeira dos Santos merecia aquela sua condição de cordeiro pascal pronto para o sacrifício. Reafirmo-o agora, quando se sabe que o último e decisivo pontapé de Sócrates aconteceu precisamente quando o ministro das finanças, que há muito sabia que já devia ter pedido ajuda externa, teve que mandar uma resposta por escrito para o Jornal de Negócios a anunciá-la!
Teixeira dos Santos vendeu a alma ao diabo (nunca a expressão terá feito tanto sentido, Sócrates é mesmo o diabo)! Só o diabo nos quer comprar a alma, mais ninguém ousa fazer uma proposta dessas… A alma não é para ser vendida! E são negócios do diabo os negócios com o diabo...