DEBATE FINAL
Por Eduardo Louro
Chegou enfim o ansiado debate. Promovido como um grande espectáculo este terá sido o campeão das audiências, tal era a expectativa.
Uma expectativa natural – estavam frente a frente os dois candidatos à chefia do próximo governo do país, um país mergulhado numa das mais graves crises de sempre – mas uma grande expectativa em torno das prestações de cada um: de um lado Sócrates, dado como imbatível neste tipo de frentes – um mito, mesmo – e do outro Passos Coelho, dado como o cordeiro às mãos do lobo, com uma trajectória duvidosa neste tipo de desempenhos - que incluía mesmo uma estrondosa derrota perante Paulo Portas – e com o estigma dos tiros no pé, que vinha arrastando particularmente desde o arranque da pré-campanha.
Pariu a montanha um rato?
Não, acho eu! Pareceu-me um bom debate: provavelmente o melhor debate e, ainda provavelmente, o pior moderado. Mas o moderador pouco conta para esta guerra! O que conta é que Passos Coelho, contra todas as expectativas – as atrás enunciadas e mais não sei quantas – ganhou o debate em toda a linha, com uma entrada de leão que o embalou para aquilo que o futebolês chamaria uma primeira parte de luxo!
E caiu o mito da invencibilidade de Sócrates no campeonato do debate político, com a tal primeira parte de rastos, nitidamente no tapete. Tentou reagir a partir do meio do debate recorrendo ao seu único argumento: a cassete. Só que a cassete, de tão gasta, já não funcionou!
Viu-se então um Sócrates desesperado, com uma cara que não escondia a derrota, e já claramente convencido que o seu tempo já passou.
Ah! Se não viu poderá vê-lo aqui...