BRINCAR COM COISAS SÉRIAS
Por Eduardo Louro
É absolutamente inaceitável que alguém, quem quer que seja, faça uma chamada falsa para o 112. Faz parte dos princípios básicos e da mais elementar educação cívica. Tanto que, depois de inúmeras campanhas de sensibilização, passou a ter enquadramento criminal.
É chocante que seja uma jovem deputada – e se aqui o género é irrelevante o mesmo não se poderá dizer da idade – a fazê-lo. É vergonhoso que o tenha feito em plena sessão na Assembleia da República para, conforme revelou com a maior das canduras e uma inocência infantil, testar a qualidade do depoimento em curso do responsável do INEM. É escabrosa a forma como, no clímax de uma atitude irresponsável, a deputada Joana Barata Lopes apresenta a sua conclusão: o tempo de atendimento não fora de 9 segundos, como sustentava o responsável do INEM, mas de 14, como ela própria acabara de constatar. É ridículo que o PSD venha, depois de perceber o disparate da sua jovem deputada, dizer que “não se tratou de uma chamada falsa mas de um teste circunscrito”. Seja lá isso o que for.
Mas isto é repugnante! Haja decoro!