Já aí está. Imperdível!
Por Eduardo Louro
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Por Eduardo Louro
Por Eduardo Louro
Por Eduardo Louro
Foi este o título que o Timóteo deu ao livro (uma edição do Conselho Regional do Norte da Câmara dos Solicitadores) que ontem, enquanto no Mosteiro decorria a apresentação de Padeira de Aljubarrota, mulher de armas e heroína de Portugal, o novo romance da Maria João Lopo de Carvalho – um dia em grande para a literatura, em Alcobaça - apresentou ao fim da tarde no Parque do Monges. Uma apresentação que reuniu centenas de amigos – o que para o Timóteo é a coisa mais fácil deste mundo – e que teve a particularidade e a inovação – inovar é outra das coisas difíceis que para o Timóteo é fácil – de, em vez de vender o livro, trocá-lo por outro. Isso mesmo, cada um trouxe a obra do Timóteo e em troca deixou lá um livro que levou de casa, que seguiu direitinho para as prateleiras das estantes da Biblioteca do Conselho Regional do Norte da Câmara dos Solicitadores, justamente chamada de Biblioteca Timóteo de Matos.
Um livro que divide em três partes, justificadas com o humor que a doença vai ainda refinando cada vez mais: uma compilação de crónicas e textos publicados no âmbito da sua actividade profissional – solicitador, como quem não sabe já adivinhou – a que, por absoluta falta de interesse, teve de acrescentar uma parte biográfica para que interessasse pelo menos à família. Para alargar um pouco mais o interesse do livro, para chegar um pouco além do restrito ciclo familiar, precisou de juntar-lhe as bicicletas…
O livro apresenta-se efectivamente assim dividido, mas não é, evidentemente, pelas razões que o seu sentido de humor único evocou. Até porque, para além de inesgotável interesse, está muito bem escrito, prestigiando a pátria de Pessoa e de todos nós. É porque está assim organizado, é porque a sua vida foi assim organizada, e é porque o Timóteo é um homem da cidadania, da família, da tertúlia e dos amigos, que gosta da vida e de quem a vida gosta, um profissional de referência, activo e empenhado, e um homem do ciclismo. Por isso lá estavam muitos e amigos de todos os quadrantes: "só Voltas a Portugal estão cá 9", gracejou olhando para Marco Chagas, Alves Barbosa e Joaquim Gomes...
Por Eduardo Louro
Hoje o governo está por cá. Chegou há pouco – a conta gotas – e foi recebido pelo Presidente da Câmara (aqui não há dúvidas: é da Câmara). Lá dentro, porque cá fora foi recebido por bastante mais gente - se bem que poucos, apesar de tudo – que, em vez das boas vindas, logo à chegada lhe lembrava que “está na hora, está na hora de ir embora”!
Confesso que não estive lá, nem sequer na esplanada do Capador, aquele sítio onde sempre poderia estar sem que lá se estivesse. Só sei que desde de manhã cedo que quase não se podia circular cá para as bandas do mosteiro. Polícia, já muita polícia por todo o lado, e todo o estacionamento impedido, obrigando-nos a alterar aquelas rotinas sagradas do fim-de-semana, e do sábado em especial. Aquelas pequenas coisas que pensávamos que o governo nunca nos tiraria…
Afinal este governo tem sempre mais qualquer coisa para nos tirar. Hoje fez-me abdicar de mais um luxo. Este pequeno luxo de estacionar o carro – pagando evidentemente – ali ao lado do mosteiro, ir comprar os jornais e começar a lê-los ali na esplanada, na companhia da bica e de quem quer que vá passando, metendo conversa e acabando por se sentar também, porque cabe sempre mais um.
E no entanto o governo veio cá – ou veio para cá – para nos dizer justamente o contrário. Que já não nos vai tirar mais nada, que a partir de agora é para voltar a dar. Ou, talvez mais bem dito - porque também veio para cá para dizer que passaria a comunicar de outra forma - para dizer que vai voltar a dar. Assim possa, para tanto o ajude o engenho e a arte que têm andado perdidos.
É verdade, o governo vem dizer-nos que há um antes e um depois de Alcobaça. Antes, era o governo da austeridade, do aumento de impostos, da recessão e de desemprego. Depois, é o governo do crescimento económico, do investimento e da redução dos impostos. O que se passou, o que provocou esta viragem, não sabemos. Sabemos é que vai ser assim, basta o governo dizê-lo…
Antes, era o governo das trapalhadas, cada um dizia o que lhe apetecia, uma coisa num dia e o seu contrário no seguinte, uma coisa por um ministro e seu contrário por outro. Em que mesmo as boas intenções nunca passavam disso, sistematicamente atraiçoadas pelo discurso, pela comunicação. Falava-se em falta de coordenação, mas não era nada disso: simplesmente a comunicação falhava! Porque Relvas… lembram-se?
Pois, mas agora há Poiares Maduro, e a música é outra. Também não começou lá muito bem, reconheça-se, mas … está a tempo da viragem. E vai então passar a falar com os jornalistas não uma vez por semana. Não duas vezes por semana, mas todos os dias. Isso: todos os dias o ministro Maduro - ainda que demasiado verde – vai estar com os jornalistas, para que não mais a comunicação traia a enorme capacidade de desempenho do governo!
Depois de Alcobaça, portanto, o governo não vai apenas fazer bem o que antes fez mal. Vai ainda comunicar bem o que antes fazia mal… Antes de Alcobaça, o governo queria que as eleições se lixassem. Depois, claro que não!
Alcobaça já não é, portanto, só a cidade bonitinha, calma e pacata, que aqui há uma décadas parou no tempo. Já não é só a terra do Alcoa e do Baça, de Pedro e de Inês, e dos seus amores. Do mosteiro. Onde quem passa não passa sem cá voltar, como um dia Belo Marques se lembrou de fazer cantar. Alcobaça é, a partir de hoje, um marco histórico!
Pena que o seja logo deste governo. Merecia mais sorte, a minha terra!
Por Eduardo Louro
Desde o princípio do mundo que o pecado é o mais saboroso dos desafios!
Em Alcobaça, pecar não é pecado.
Convidado: Luís Fialho de Almeida
Aproveitando a sugestão aqui abaixo deixada, visitei a XIII Mostra de Doces e Licores Conventuais no Mosteiro de Alcobaça, evento que mobiliza todos os sentidos, para deleite de um ambiente monástico que mistura o virtuosismo do celestial com a sensualidade do profano. Que nos convida ao pecado e ao devaneio pelas barrigas de freira, maminhas de noviça, papos de anjo, toucinho-do-céu, beijinhos de freira, pecados de anjo, pecados de freira, divina gula…. E tantas e tantas mais tentações!
Os conventos nunca estiveram isentos destes e outros pecados, sendo consentidos alguns prazeres que notificaram mestres da arte da gastronomia e da doçaria. Entreguemo-nos pois ao pecado da gula sem que o peso da culpa que nos leve, sem mais, aos infernos.
Terminamos a visita saindo dos claustros do mosteiro pela porta que dá acesso à sala dos reis, e desta à nave da igreja de Santa Maria, onde nos deixamos elevar com as linhas arquitectónicas do gótico e as ressonâncias dos cânticos litúrgicos. Assim, apaziguamos o sentido de culpa, redimimos os pecadilhos cometidos ali ao lado e saímos com a promessa de moderação… Até daqui a um ano, até à próxima mostra de doces conventuais, mantendo a esperança que as sanções da troika e a mediocridade da governação nos não retirem por inteiro o acesso ao prazer de viver.
Por Eduardo Louro
O doce gosto do pecado, bem à vista de Pedro e Inês...
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