A selecção nacional conquistou a primeira edição da nova Liga das Nações, ao vencer (1-0) a selecção holandesa, no Dragão. E deixou o país em festa, na véspera do seu dia nacional.
Tendo por referência o jogo com a Suíça, na última quarta-feira, que ditou o apuramento para a final de hoje, esta foi uma selecção diferente. Com um futebol melhor, bem melhor e bem mais próximo daquilo que é legítimo esperar deste extraordinário conjunto de jogadores.
Para o jogo de hoje o seleccionador Fernando Santos promoveu três alterações em relação à equipa inicial do jogo anterior. Para além mudança obrigatória, por força da lesão do Pepe, com a entrada de José Fonte - que já o substituira na altura em que o luso-brasileiro fora obrigado a sair - trocou ainda Rúben Neves por Danilo, e João Félix por Gonçalo Guedes.
Mas não é nessas alterações, e em particular nestas duas últimas, porque a primeira não decorreu de qualquer iniciativa de mudança do seleccionador, que se devem encontrar os motivos da melhoria. A grande alteraçao, e que, em boa verdade, justifica a enorme melhoria no futebol da equipa, foi colocar os jogadores nas suas posições naturais. Onde mais rendem.
À primeira vista, a entrada de Danilo - que, de resto, estava impedido por motivos desciplinares de alinhar no jogo anterior - parecia corresponder a uma ideia mais defensiva, uma espécie de mais do mesmo de Fernando Santos. E a de Gonçalo Guedes à penalização de João Félix, pelo seu fraco rendimento no jogo da meia-final, vítima precisamente dos evidentes equívocos posicionais do seleccionador nesse jogo.
E no entanto, à medida que a partida se ia desenrolando ficava a ideia que, naquele jogo, fazia falta o futebol de João Félix. Que, a jogar assim, o futebol do miúdo do Benfica acrescentava. Mas Gonçalo Guedes não só esteve bastante bem, e bem enquadrado no esquema mental de Fernando Santos como, ao marcar o golo único do jogo, acabou por ser o herói da final. E quando assim é... entramos naquela velha máxima: contra factos, não há argumentos!
Da mesma forma, exactamente da mesma forma, também a exibição de Danilo, e acima de tudo o resultado final, acabou a dar razão ao seleccionador.
Posto isto, a selecção acabou por fazer um bom jogo e justificar plenamente a vitória, ao contrário do que tinha acontecido na quarta-feira. Foi quase sempre melhor que a excelente selecção holandesa, que iniciou a partida a dar a sensação que iria mandar no jogo.
Foi sol de pouca dura, rapidamente a selecção nacional inverteu essa tendência, e acabou por fazer uma primeira parte em clara superioridade. Podia e devia ter saído para o intervalo em vantagem no marcador, mas assim não aconteceu.
No regresso dos balneários, e à imagem do início do jogo, voltamos a ver os holandeses por cima. Mesmo sem atingir a exuberância da primeira parte, a selecção nacional voltou a inverter essa tendência, e um quarto de hora depois do reinício chegava ao golo, o tal de Gonçalo Guedes, depois de mais uma bela jogada de Bernardo Silva, eleito o melhor jogador da competição.
Percebeu-se então que dificilmente este troféu sairia de Portugal. A equipa revelava grande solidez defensiva, e à Holanda começavam a faltar as forças, vindo ao de cima o peso do esforço da sua meia-final, com a Inglaterra, num jogo com prolongamento, e com menos um dia de descanso.
Com a selecção holandesa obrigada a adiantar-se para o forcing final, a entrada de Rafa (em substituição de Guedes) acabou por ser o xeque-mate final da selecção nacional.
E no fim fez-se a festa por este segundo triunfo europeu em três anos. Menos importante que o de 2016, mas desta vez numa final mais convicente. Há, agora, que o aproveitar para corrigir o arranque periclitante da fase de apuramento para o Europeu do próximo ano, e (e)levá-lo para patamares condizentes com a capacidade, e a responsabilidade, desta selecção.
A selecção nacional de futebol venceu a da Suíça e vai disputar a final da nova Taça das Nações, no próximo domingo. Mas continua a não limpar a imagem que vem trazendo dos jogos de apuramento para o Euro 2020, longe, muito longe da qualidade que se exige a este conjunto de jogadores fantásticos de que dispõe.
Fica a ideia que Fernando Santos é tão bom a falar do talento como a desperdiçá-lo. É verdadeiramente deprimente este futebolzeco deste seleccionador!
A selecção suíça, que a sorte (ou os interesses da UEFA?) colocou frente à selecção portuguesa nesta meia-final, e claramente a mais acessível das quatro finalistas, foi quase sempre melhor. Mesmo assim foi a equipa nacional a chegar ao golo, ia a primeira parte a meio, num livre de Cristiano Ronaldo. chegando ao intervalo na frente do marcador. Mas sem o justificar, a selecção Suíça dispôs de muitas mais oportunidades para marcar, com Seferovic em destaque.
Na segunda parte nada se alterou para melhor no futebol dos nossos craques, e os suíços continuaram melhor no jogo, chegando bem cedo ao empate, num penalti esquisito, que o árbitro assinalou depois de recorrer ao VAR, quando tinha precisamente assinalado outro, a favor de Portugal, na outra área.
A partir do golo do empate o jogo caiu ainda mais. A equipa helvética parecia satisfeita com o resultado, e procurou segurá-lo. À portuguesa continuava a faltar futebol para fazer melhor.
Estava o jogo nisto, com ambas as equipas à espera do prolongamento, numa espécie de pacto de não agressão, quando um grande passe de Rúben Neves encontrou o talento de Bernardo Silva que, de primeira, colocou a bola para o remate, também de primeira, de Cristiano Ronaldo, fazer o segundo. Estava-se em cima do minuto 90 e, logo a seguir, quando o adversário partia para o forcing final, uma perda de bola acabou no brilhante hattrick de CR7. E num 3-1 que não tem nada a ver com o que foi mais uma exibição pobre desta selecção que não se encontra com os seus talentos.
As selecções de futebol da Espanha e da Inglaterra defrontaram-se esta noite em Wembley no jogo de abertura do grupo 4 da nova Liga das Nações. Foi um belo jogo de futebol, com a selecção inglesa dentro daquilo que fez no Mundial, onde chegou às meias finais, acabando no quarto lugar. E a espanhola, ao invés, bem diferente do que então fizera que, como se sabe, não foi brilhante.
A Espanha, agora de Luís Henrique, teve mesmo pouco a ver com a que Lopetegui foi obrigado a entregar a Hierro. Ganhou baliza e perdeu previsbilidade, o que não é pouco. E alguns jogadores até parece que ganharam inteligência táctica, como especialmente Rodrigo e Thiago Alcântara mostraram exuberantemente.
À parte disso, o jogo prendeu-me pelo os laterais esquerdos das duas equipas, ambos a jogar na Premier League, despertaram nas minhas memórias.
Na Espanha, Marcos Alonso - filho e neto de velhas glórias do futebol espanhol das décadas de 80 e 70 -, a alinhar no Chelsea, por uma questão de esquecimento. E não foi apenas por ter feito esquecer Jordi Alba, o jogador do Barcelona que era o dono do lugar. Foi por mostrar que Luís Henrique não se esqueceu dele desde o tempo que treinou em Camp Nou. E para lembrar que não se esqueceu, esqueceu-se de o convocar ... O que serve para lembrar aos jogadores de futebol que não é boa ideia entrar em conflito com o treinador. Nunca se sabe quando ele volta a surgir numa curva qualquer da vida...
Na Inglaterra, Luke Show. Um dos mais promissores jogadores de futebol de sempre naquela posição. Nasceu para o futebol no Southampton, onde se estreou na equipa principal em 2012, aos 18 anos, para substituir Gareth Bale, outro produto da formação deste clube do sul de Inglaterra, de saída para o Tottenham (é verdade, Bale, o jogador que mais semelhanças tem com Cristiano Ronaldo, jogava a lateral esquerdo quando saiu para Londres). E logo mostrou que não ficava nada a dever ao seu antecessor.
A sorte não o ajudou, e cedo iniciou o seu Calvário de lesões. Nada que impedisse Alex Gerguson de o contratar para o Manchester United, em 2014, onde a sorte não mudou. Em Setembro de 2015, no início da sua segunda época, num jogo da Champions com o PSV, numa disputa de bola com o mexicano Hector Moreno, sofreu dupla fractura na perna. Seguiram-se mais de 2 anos de cirurgias e problemas, Confessou há dias, já regressado aos dias de felicidade, que durante esse período lhe chegou a ser dito que seria necessário amputarem-lhe a perna.
Resistiu a perna e resistiu ele. Na época passada começou a voltar a jogar, mas as coisas não saíam bem. Mas não desistiu, nem José Mourinho desistiu dele, e neste início de época começava a voltar ao nível de Southampton, fixando-se como indiscutível na equipa do United e chegando naturalmente à titularidade na selecção.
Estreou-se hoje, e estava a ser, a longa distância, o melhor jogador inglês. Foi dele a assistência para o golo inglês, o primeiro do jogo. No primeiro minuto da segunda parte, chocou com Carvajal e caiu inanimado. Saiu em maca, com respiração assistida, sem sentidos...
Na bancada, o rosto de Mourinho, que antes irradiava felicidade - ele que nem anda em maré de grandes momentos desses - fechou-se.
O resultado nem interessa muito. Mas ganhou a Espanha (2-1)...
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