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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Na melhor relva cai o melhor o futebol

Missão cumprida. Benfica goleia Famalicão e acaba o ano na liderança da I Liga  

Foto da Lusa

O jogo de hoje, na Luz, com o Famalicão - terceiro classificado - começou com a entrega dos prémios aos melhores jogadores da Liga de Outubro e Novembro: o melhor defesa, Rúben Dias; o melhor médio, Pizzi; e o melhor avançado, Vinícius. Os árbitros andam doidos, é colinho de mais!

Ah...não são os árbitros que fazem estas escolhas. São os treinadores da Liga...

Pois é. Que chatice!

Entregues os prémios aos melhores, a bola começou a rolar. E começou um grande jogo de futebol, entre duas equipas que sabem jogar à bola e interessadas em demonstrá-lo. Logo que o árbitro apitou para o início da partida o Famalicão não esteve com meias medidas e partiu para a área benfiquista.

Estava dado o mote. Depois começou o festival do Benfica, mesmo numa primeira parte bem dividida, e com algum equilíbrio durante algum tempo. Tempo que ia passando sem que o marcador se mexesse. Dizem as teorias do futebol que, quando assim acontece, a equipa favorita enerva-se, o adversário cresce em motivação e crença, e o jogo complica-se.

Pois, isso é a teoria. Na prática nunca se passou nada disso. Este jogo não era para essas teorias. Quando se joga bem as coisas fucionam de outra maneira, e apenas se espera que o golo chegue. Há-de chegar, se não foi agora, será a seguir.

E chegou, pelo pé direito de Vinícius, embrulhado numa grande jogada de futebol, ao minuto 39. O 1-0 ao intervalo era curto para o que se passara no novo e impecável relvado da Luz, responsável - na opinião incontestável de Bruno Lage - pelo regresso do (seu) futebol do (seu) Benfica. Mas nunca "um resultado perigoso".

Até porque a segunda parte abriu como a primeira. Só que, como desta vez a saída de bola naturalmente se inverteu, coube ao Benfica partir de imediato para a baliza do Famalicão. E ao segundo minuto, o segundo golo saía fulminante do pé esquerdo de Pizzi.

A qualidade do jogo mantinha-se alta, e ia ainda refinando-se cada vez mais. Dava gosto ver. O Famalicão, mesmo com mais dificuldades, continuava ligado ao jogo e apenas interessado em jogar. Não dava abébias, como vimos dar noutro jogo, não perdia bolas à saída da sua área, mas disputava o jogo e apenas o jogo. Um jogo com 14 faltas, sete para cada lado. Como se vê nos grandes campeonatos, e raramente se vê por cá.

Depois veio o terceiro, o bis de Pizzi, numa enorme execução, pouco depois da hora de jogo. Faltava ainda meia hora, e esperava-se nova goleada.

As oportunidades de golo sucediam-se, e o nível individual das exibições dos jogadores do Benfica atingia padrões de requinte. Todos, mas claro, com Pizzi superlativo.

Acabou por dar apenas para mais um golo, o primeiro do suplente Caio, já ao minuto 89. O suficiente para dar uma moldura ao resultado condizente com a excelência da exibição, em mais uma noite de festa na Luz.

 

Competência e valentia

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O Benfica passou com distinção este difícil desafio do Bessa, na abertura da jornada treze deste campeonato. Difícil porque são sempre grandes as dificuldades que o Boavista coloca aos adversários, e em especial ao Benfica, com um tipo de jogo sempre feito de muita agressividade e pouco futebol. E difícil ainda porque Jorge de Sousa assume normalmente o papel de mais um adversário. E hoje voltou a fazê-lo.

Logo de entrada o Benfica mostrou ao que vinha. Mostrou que estava ali para ser competente, jogar bem, e ser valente. Porque só com muita valentia foi possível enfrentar este Boavista que levou o jogo para a dimensão do combate, a bater como ninguém, e com faltas consecutivas que não só massacravam os jogadores do Benfica como lhes quebravam o ritmo de jogo.

Percebeu-se que equipa estava preparada para isto, para ser intensa, competente e valente. Entrou forte, e fez um golo logo no arranque do jogo. Invalidado, por fora de jogo. Um fora de jogo que no jogo corrido ninguém percebeu, mas que, no entanto, o auxiliar de Jorge de Sousa não teve nem dificuldade nem dúvida em assinalar. Depois, o VAR deu-lhe razão com uma linha que dava off side por uns inacreditáveis 50 centímetros.

Nada que abalasse a equipa, que continuou a fazer o seu futebol atractivo, sério e competente. E a dominar completamente o jogo, sempre sob forte apoio da massa adepta e indiferente às peripécias do jogo. Ao amarelo a Cervi, por ter levado um toque dentro da área adversária e caído. Ou ao amarelo a um defesa do Boavista que carregou por trás o Chiquinho, completamente isolado à entrada da área e só com Bracali pela frente. 

Mesmo que a qualidade de jogo fosse grande, como era, as oportunidades de golo não abundavam. Daí a importância da competência também na finalização, e isso, como se vai vendo, é atributo do Carlos Vinícius. Que aos 34 minutos não falhou, e fez o primeiro golo da partida. Foi um alívio!

Um alívio que a equipa sentiu, levando-a crer que o mais difícil estava feito, que em vez de mandar no jogo podia controlá-lo. E relaxar um bocadinho... Correu mal, e o Boavista chegou ao empate na primeira vez que chegou à baliza do Odysseas, já em cima do intervalo.

Ao contrário do Boavista, que nunca mais chegava para o reatamento, o Benfica mostrou pressa em arrancar para a segunda parte. E logo que os jogadores axadrezados resolveram aparecer foi para cima deles, no mesmo ritmo que tinha mantido na primeira parte, até ao golo. E o segundo, por Cervi, apareceu meia dúzia de minutos depois. 

Avisado que tinha ficado, o Benfica continuou sem tirar o pé. Forte reacção à perda da bola, versatilidade, intensidade, dinâmica... Nada faltava. E o terceiro, bis de Vinícius, não demorou mais que 10 minutos. E nem aí a equipa abrandou. 

O quarto golo, por Gabriel, que acabaria por chegar já nos minutos finais, serviu apenas para deixar um colorido no pacard ajustado à categórica exibição do Benfica. À campeão!

Belo regresso ao quentinho

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Havia uma certa expectativa à volta deste jogo de hoje na Luz, de relva nova. Também por isso, pela nova relva, mas por ser o regresso ao campeonato, três semanas depois, por suceder ao jogo da Champions - mito, ou não, estes jogos têm fama de ser complicados -, com menos de 72 horas de recuperação; porque o Marítimo vinha de treinador novo, com três semanas (quase uma pré-época) para preparar o jogo e, the last, not the least, porque o jogo era arbitrado pelo Fábio Veríssimo. Palavras para quê?

Creio que nem nas melhores expectativas caberia um jogo de tanta qualidade. Na primeira parte assistimos a um belo jogo de futebol. A segunda só não foi igual, ou até melhor, porque cedo - aos quinze minutos - Fábio Veríssimo pôs o Gabriel na rua e o Benfica ficou a jogar com dez. E naturalmente não poderia ser a mesma coisa.

Deve dizer-se que o Marítimo tem muito a ver com a qualidade que o jogo teve. Pela própria qualidade que lhe emprestou mas, acima de tudo, porque surgiu na Luz para jogar futebol. Querendo apenas jogar futebol, como que desafiou o Benfica a fazer o mesmo. E o Benfica aceitou o repto!

E o que se viu foi bonito de ver. O Marítimo entrou a jogar à bola - já com o dedo de José Gomes bem à vista - e não quis perder tempo. E o Benfica respondeu de imediato. Logo no primeiro minuto duas oportunidades, uma para cada lado. A dar o mote. E aos 8 minutos, na segunda oportunidade, o Benfica marcou, pelo goleador Pizzi.

Pareceu que o jogo foi de imediato para intervalo. Mas não foi - aconteceu apenas que o VAR demorou quase 5 minutos a confirmar o golo. No reinício parecia que não seria possível retomar o ritmo que o jogo trazia, mas depressa tudo voltou ao normal.

Aos trinta minutos o Benfica já ganhava por 3-0, com mais dois golos de Vinícius e, ao intervalo, para que o resultado espelhasse o que se tinha passado, teria de ter no placard qualquer coisa como 6-1.

A segunda parte iniciou-se no mesmo ritmo, e com apenas 10 minutos jogados já Vinícius tinha feito o hat-trick, deixando na Luz a certeza que aquilo não ficaria aquém dos 6-0 das duas últimas épocas.

Só que a expulsão de Gabriel mudou os dados do jogo. Mas não acabou com a exibição do Benfica. Mesmo com dez a equipa jogou bem, nunca permitiu qualquer superioridade ao adversário, e criou mais três ou quatro claras oportunidades de golo. De tal modo que, no fim, o melhor que aconteceu ao Marítimo foi mesmo o resultado. 

Foi o regresso ao campeonato, ao quentinho cá de casa - na Europa, o frio é muito -, é certo. Mas foi um regresso uns bons furos acima daquilo que vinha acontecendo, mesmo que aqui e ali com sinais de retoma nalguns dos últimos jogos. 

A dúvida que agora fica para esclarecer é se esta exibição resulta do desafio proposto pelo adversário, ou da decisiva retoma exibicional da equipa. Se, com adversários mais fechados, com marcações cerradas, e que levem o jogo para o confronto físico, não voltam as dificuldades.

Nada no entanto apaga o que se viu hoje. Uma bela exibição colectiva, com todos os jogadores em grande nível, mesmo que Taarabt, e inevitavelmente Vinícius, tenham estado ainda um pouco acima. Domingos Piedade teria gostado. Pena que a expulsão de Gabriel tivesse impedido mais um resultado memorável. E que tenha impedido a integração de RDT com a equipa completa e naquele ritmo. Marcaria certamente, não haveria como não o fazer! 

Recaída em plena convalescença

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Era grande a expectativa para este jogo nos Açores, em que o Santa Clara decidiu homenagear as vítimas do recente temporal com os nomes das ilhas do arquipélago nas camisolas, na vez dos dos jogadores. São apenas 9 ilhas, mas a diáspora e a resistência insular fizeram o resto.

A grande expectativa estava precisamente em perceber os efeitos do temporal de Lyon na convalescença do Benfica, que as melhoras evidenciadas nos dois últimos jogos prometiam segura. E o que se pode dizer é que dos Açores não vieram boas notícias: a convaslença está bem mais atrasada do havia sido prometido nos dois último jogos na Luz, com o Portimonense e com o Rio Ave. O temporal de Lyon provocou recaída!

O Benfica nem entrou muito mal no jogo, os primeiros minutos até mostraram a equipa querer pegar e mandar no jogo. Sem uma qualidade por aí além, é certo, mas a transmitir alguma confiança, Não deu para muito, mas ainda deu para uma grande oportunidade de golo, num remate de Seferovic ao poste, numa jogada que seria anulada por fora de jogo muito duvidoso do avançado encarnado, mas vestido com aquela camisola cinzenta muito pouco bonita. 

Só que, no minuto seguinte, no fim do prmeiro quarto de hora, na primeira vez que saiu e chegou à baliza de Odysseas, o Santa Clara marcou. E a partir o Benfica acabou. Os jogadores voltaram a parecer agarrados por estacas ao relvado - também em muito mau estado - e as linhas de passe desapareceram. E em vez de passes seguros, os jogadores, e principalmente Gabriel - o mestre da arte - passaram a recorrer ao passe comprido, de maior risco e invariavelmente falhado, e a equipa afundou-se. 

O Santa Clara estava no jogo como peixe na água. Corria mais, chegava primeiro à bola, ia já queimando tempo e, sempre que podia, saía rápido para o contra-ataque, e acabou por criar uma nova oportunidade para marcar. O Benfica acabaria por fazer o primeiro remate à baliza já no mesmo no fim dos quatro minutos de compensação da primeira parte. É certo que deveria ter feito outro, aos 38 minutos, quando o árbitro Soares Dias não quis assinalar um penalti sobre Cervi. Mas isso, como se diz, faz parte do jogo. E de Soares Dias...

Mas o que realmente ficava para trás era uma primeira parte muito fraquinha, e uma última meia hora muito má. Do pior que se tem visto, e tem-se visto muita coisa má.

Para a segunda parte entrou Carlos Vinícius, para o lugar do trinco Fiorentino, também ele muito mal no jogo. Pensou-se então que, com mais presnça na área, donde Chiquinho esteve sempre muito afastado, as coisas pudessem melhorar. 

Só que os primeiros cinco minutos não ajudavam nada nessa ideia. E a equipa açoreana acabou por fazer nessa entrada para a segunda parte tanto quanto tinha feito em toda a primeira: outras duas oportunidades para marcar. Acabaria no entanto aí, e só voltaria a repetir a graça já mesmo no fim, ao minuto 92.

Ao sexto minuto, finalmente a primeira oportundidade para o Benfica, com uma defesa por instinto e com muita sorte do guarda-redes da equipa açoreana, num remate de Rúben Dias, na sequência de um canto. Desta vez nem as bolas paradas resultavam, mas logo a seguir, na primeira jogada construída com qualidade, com assistência de Pizzi, Carlos Vinícius marcou o golo do empate.

Seguiram-se então uma dúzia de minutos de melhoria, com o Benfica a pressionar e a encostar o adversário à sua baliza, nunca lhe permitindo sair lá de trás. Esgotado esse período, o jogo voltou ao mesmo, com o Santa Clara nas suas sete quintas. Não incomodava, mas também não se sentia incomodado.

Estávamos nisto quando, já perto dos 80 minutos, depois de uma recuperação de bola, Seferovic assistiu Pizzi para, bem desmarcado, aparecer na cara do guarda-redes a fazer o segundo. E a garantir uma vitória com tanto de importante como de feliz. A lembrar Moreira de Cónegos, e Tondela.

Pode até ser com vitórias destas que se ganhem campeonatos. Mas com muitos jogos destes, não é fácil ganhá-los!

As chaves apareceram

(Foto de A Bola)

Há uns tipos que passam uma vida a apitar jogos com o único objectivo de infernizarem a vida ao Benfica. Sempre que lhes surja a oportunidade de apitar um jogo do Benfica o foco fica logo fixado. Carlos Xistra, o árbitro do jogo hoje, desta décima jornada que fecha o primeiro terço do campeonato, é um deles. Fábio Veríssimo é outro. E Tiago Martins outro ainda. Como era há vinte e há trinta anos Jorge Coroado.

Poderão estar a pensar que me estou a esquecer de Pedro Proença. Não estou, esse era de outro calibre. Era mais cirúrgico, sem muito alarido atingia no sítio certo à hora certa. Não fazia a vida do Benfica num inferno, como estes. Mandava-o para o inferno directamente.

Acharão estranho que num jogo que marca o regresso do Benfica desaparecido, com uma grande exibição, do melhor que se tem visto, tenha começado a falar do árbitro. Pois é... só que Carlos Xistra fez tudo para que esse regresso não acontecesse.

Logo no primeiro minuto disse ao que vinha, anulando uma jogada de golo ao assinalar jogo perigoso num lance em que o Vinícius simpelsmente picou a bola sobre o adversário. Logo a seguir um defesa do Rio Ave, no chão, cortou com a mão uma bola do Cervi, e Xistra nada. Nada? Não, mostrou o amarelo ao jogador do Benfica, que  apenas levantou o braço a assinalar a mão do adversário. Logo a seguir não assinalou uma falta claríssima de um defesa vilacondense sobre o Chiquinho, deixando que daí surgisse um contra-ataque perigoso para a baliza do Odysseas. E imediatamente depois não viu, nem quis ir ver as imagens, depois de alertado pelo VAR, um penalti sobre o André Almeida. O que é verdadeiramente singular: se o VAR interveio é porque considerou lance de penalti. O VAR não teria intervindo para lhe dizer que tinha dúvidas se aquilo não seria penalti, porque não é isso que está definido. Ora, mesmo com o colega a garantir-lhe que havia penalti, Xistra não quis ir ver as imagens, e ignorou o penalti.

Aconteceu que do canto com que Xistra mandou seguir o jogo surgiu o golo, numa grande cabeçada do Rúben Dias. Mais um, numa nova especialidade que se saúda. O relógio marcava 32 minutos. Mais que a resistência do Rio Ave, quebrou-se aí a resistência de Carlos Xistra!

E o Benfica estava finalmente lançado para uma grande exibição.

Para trás ficava um terço do jogo, sempre com aqueles condicionalismos. Na primeira metade desse período, no primeiro quarto de hora, estava aquilo a que Quinito chamava um jogo entretido, em que o Rio Ave esteve até ligeiramente por cima, pelo menos com mais bola. Jogava-se benzinho, de parte a parte. Sem colocar intensidade no jogo o Benfica permitia ao Rio Ave jogar o que sabe, e como gosta.

Parece que rapidamente o Benfica percebeu isso, e à entrada do segundo quarto de hora, com maior intensidade e maior pressão sobre a saída e a circulação do Rio Ave - o Filipe Augusto, que mexia todos os cordelinhos da equipa, deixou de gozar da liberdade dos primeiros 15 minutos - tomou definitiva e incontestavelmente conta do jogo. E foi construindo uma exibição de grande categoria, que atingiria momentos de grande fulgor durante toda a segunda parte.

O segundo golo chegou logo no início da segunda parte, numa grande jogada de futebol, concluída de forma soberba por Pizzi (na imagem). Mas poderia ter chegado ainda antes. Como o terceiro poderia ter chegado por tantas vezes e acabou por nunca acontecer, deixando no marcador uma expressão muito limitada do que foi esta exibição do Benfica.

Há três dias, com o Portimonense, o Benfica tínha-nos deixado um sabor adocicado na boca. Hoje é um doce forte que nos enche toda boca. Com todos os jogadores a confirmarem a subida de forma, os que na quarta-feira tinham marcado a diferença voltaram a mostrar que fazem mesmo a diferença. Chiquinho e Grimaldo (esperemos que a lesão não seja nada, porque seria demasiado azar) estão num grande momento. Pizzi regressou ao seu nível. Florentino já lá está, no ponto. A defesa está tranquíla e perfeita. E Cervi está a fazer a ressurreição que faz a imagem de marca de Bruno Lage. Estava fora dos planos, como no passado estavam Taarabt e Samaris. E está a ser importante, como importantes tinham sido aqueles na última época.

"Perdemos as chaves de casa, andamos ali aos gritos à procura das chaves, e de repente as chaves apareceram" - disse Bruno Lage na conferência de imprensa. É isto, até o treinador do Benfica regressou!

Regressos

Benfica goleia Portimonense e aproveita deslize do FC Porto para assumir a liderança isolada

 

Não sei se é o regresso do Benfica desaparecido mas, à nona jornada, nesta modernice dos jogos da Liga a meio da semana, é o regresso às boas exibições e às goleadas. Depois de dois meses periclitantes, o Benfica venceu e convenceu!

Com as bancadas pela primeira vez abaixo dos 50 mil - mesmo assim com uma boa assistência, para um jogo a meio da semana e com uma meteorologia pouco convidativa - a Luz voltou a vibrar com boas jogadas de futebol, quatro golos e ... regresso ao topo da classificação. Isolado, sem companhia. Com o melhor ataque e a melhor defesa!

A primeira parte não foi brilhante. Mas também não foi, nem nada que se parecesse, tão pobre como nas últimas participações. O Portimonense não facilitou, com uma linha de cinco defesas, e outra de quatro logo à frente. E os espaços não abundaram, antes pelo contrário. E pertenceu-lhe até a primeira oportunidade do jogo, logo no arranque, negada pelo Odysseas, bem a fechar o ângulo.

O Benfica assentou então o seu jogo numa grande segurança defensiva, complementada por uma boa e segura circulação de bola. É certo que não criou situações de golo, especialmente porque os cruzamentos nunca saíam a preceito. Só que, se não há situações de bola corrida, aproveitam-se as de bola parada, como já tinha sucedido em Tondela. 

Voltou a acontecer logo aos 17 minutos, num canto de Chiquinho, como mandam os cânones, com desvio na pequena área para o segundo poste para a entrada de rompante, e em grande estilo, de André Almeida. E a repetir-se logo no arranque da segunda parte. Desta vez o remate do André levou a bola à barra. Que rapidamente foi recuperada, para Grimaldo cruzar e Rúben Dias aparecer à frente da baliza a estrear-se também a marcar no campeonato.

A partir daí, sim. A exibição do Benfica soltou-se definitivamente e voltou a haver períodos de autêntico regalo para os olhos. Deu para mais dois golos, já de bola corrida, ambos de Vinícius. E para mais três feitos, que acabaram por ficar por fazer nos pés de Chiquinho e Gedson, e na cabeça de Jota.

A equipa joga bem qando os jogadores jogam bem. Não pode ser de outra forma, e todos os jogadores do Benfica estiveram em bom nível. Incluindo Gedson, que na primeira parte tinha sido claramente o elo mais fraco. Mas Chiquinho, titular pela primeira vez e logo no regresso de grave lesão, Vinícius, Gabriel e Grimaldo brilharam a grande altura. 

Que seja para continuar, é o que se deseja. Mesmo que as mexidas na equipa tenham de continuar. Hoje entraram cinco jogadores novos relativamente ao jogo de domingo. Entre eles, Samaris. Também mais um regresso a saudar.

O excelente ambiente no seio da equipa, bem patente na forma como os golos foram celebrados, e muito especialmente na forma como Seferovic festejou os do Vinícius, poderá nem ser um regresso. Com a raridade dos golos não dava para perceber. Hoje deu. E saúda-se também!

E pronto. O Famalicão entregou a liderança

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À oitava jornada o Famalicão perdeu a liderança do campeonato, que surpreendentemente segurou até a este fim do mês de Outubro. Ficou a sensação que estava a pesar-lhe demasiado. 

Mas a forma como a entregou desmente que fosse assim tão pesada. As coisas pesadas nunca são entregues em bandeja. E esta liderança foi entregue em bandeja de prata... 

O Famalicão não ofereceu apenas um golo. Nem dois. Ofereceu todos os três golos da vitória do Porto. O primeiro no tempo de compensação da primeira parte, o segundo à entrada do último quarto de  hora e o terceiro à beira dos 90. Os dois primeiros com passes a isolar os adversários, e o terceiro, como num espectáculo de malabarismo, mais difícil ainda: com o guarda-redes, depois de muitas insistências, a esperar até ficar rodeado de adversários para, depois, sair a driblá-los todos.

Isto não quer dizer nada. Quer apenas dizer que foi mesmo assim. E que às vezes as coisas correm mal. O que poderá tornar-se difícil de perceber é a insistência no que corre mal... 

Que saudades das transições...

 

O treinador do Tondela tinha prometido jogar fechado lá atrás, confirmou essa intenção apresentando a equipa num cinco-quatro-um, pelo que o início do jogo não desiludiu essas expectativas.

Logo que o habilidoso Hugo Miguel deu o apito inicial o Tondela encostou-se à sua baliza e o Benfica não saiu de cima da área contrária. Boa circulação de bola, mas invariavelmente com o jogo a afunilar para a zona central, superpovoada por defesas tondelenses. E quando a bola chegava às alas, pouca presença dentro da área (Taarabt é apenas mais uma experiência falhada para o papel de segunda avançado), um monopólio dos defesas do Tondela. De sufoco, só o facto de a bola não passar da linha do meio campo para a metade do relvado à frente da baliza de Odysseas. Na verdade, situações de perigo para a baliza de Cláudio Ramos, nem em cheiro.

Por volta dos 10 minutos, e por duas vezes consecutivas, a bola passou para o lado de lá e surgiram as duas única ocasiões de golo. Que o guarda-redes do Benfica anulou, na primeira reduzindo o espaço e defendendo com a bola com um pé e, na segunda, com uma grande defesa para canto.

Até ao golo do Benfica, aos 19 minutos, por Ferro, na sequência de um canto, que por sua vez aconteceu na sequência do primeiro remate  a sério (Pizzi), o jogo manteve a mesma toada, com o Benfica a circular a bola, e o Tondela a todo lá atrás. Esperava-se que a partir daí se alterassem por completo as permissas do jogo, e que o adversário abrisse definitivamente o seu jogo. A verdade é que, mesmo que na resposta oTondela tivesse criado a sua terceira - e última - oportunidade de golo, o jogo não mudou de imediato. Foi mudando aos poucos...

 À medida que foi mudando, que o adversário mais subia, o jogo  ia ficando mais de feição para o Benfica. Mas não para este, para o outro, desaparecido há quase três meses, que fazia das transições o trunfo maior do seu futebol.

Este Benfica não consegue sair rápido para o ataque, os jogadores que têm a bola têm sempre mais uma volta a dar, e os que a não têm parece que estão presos por estacas.

A segunda parte foi exactamente isto, essa incapacidade de aproveitar o que um jogo mais repartido dava. E daí um espectáculo pobrezinho, na maior parte do tempo um jogo sem balizas. Da parte do Benfica, apenas dois remates, ambos de Chiquinho - um regresso que se saúda - que entrou já na segunda metade da segunda parte, para o lugar do apagado Taarabt. Do Tondela, nem um!

Mais um jogo que não abafa as saudades do Benfica desaparecido, e que vale pelo resultado. A 13ª vitória consecutiva fora de casa. Para o campeonato interno, obviamente!

À porta da recuperação?

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Continua desaparecido, o Benfica de Bruno Lage. Mesmo que hoje, e terminado este ciclo de quatro jogos com adversários da geografia dominante do campeonato - o Minho, com cinco equipas do distrito de Braga, e sete num raio de 30 quilómetros, é a capital da Liga 2019-20 - tenha estado na Luz, diante do Vitória Futebol Clube (também merece ser assim designado), um Benfica um bocadinho melhor que o dos últimos três jogos.

Começou a perceber-se essa ligeira melhoria logo que foi dado o pontapé de saída: mais querer, mais pressão e menos passes errados. Mas só isso, até porque a primeira grande oportunidade foi incrivelmente desperdiçada por Seferovic, mas em fora de jogo. E o primeiro remate - do Benfica e do jogo - surgiu já a primeira parte ia a meio. Finalizações e vislumbre de oportunidades de golo, só mesmo nos minutos finais da primeira parte.

O adversário não facilitava, é certo. Defendia - só defendia - com uma linha de seis à frente do guarda-redes, e logo com outra de quatro dois metros à frente. Nem sequer pressionava para além dessa linha de trinta metros à frente da sua baliza. Nada que, pelas suas palavras, tivesse surpreendido Bruno Lage, que afirmou estar a contar com isso.

E começa por aí o drama deste jogo de hoje. E desta fase que o campeão nacional atravessa. Contra um adversário fechadíssimo lá atrás, e a pensar em apenas defender a sua baliza, a equipa do Benfica, mesmo que prevenida disso, como o seu treinador declarou, escalou Gedson para jogar na frente, ao lado de Seferovic. Quando, no banco, estavam 37 milhões de euros de pontas de lança, contratados esta época...

Não admira por isso que, mesmo jogando um pouquinho melhor que nos últimos jogos, o Benfica tenha chegado ao intervalo com poucas situações de golo criadas, com poucas finalizações e apenas três remates à baliza. 

A segunda parte iniciou-se com Gabriel, no lugar de Fejsa. Na frente, tudo na mesma, e foram até os sadinos, que na primeira não tinham saído do seu meio campo, a fazer os dois primeiros remates à baliza. E criaram até uma oportunidade para marcar, anulada por um excelente corte de Rúben Dias.

Estava já a esgotar-se o primeiro quarto de hora quando Bruno Lage fez entrar o segundo ponta de lança, Carlos Vinícius, em substituição de Pizzi, o mais desaparecido dos mais influentes jogadores do Benfica. Que precisou de menos de cinco minutos para fazer o que ninguém conseguia fazer - o golo. Que acabaria por ser salvador, e dar os três pontos.

A partir daí, e com o jogo dominado e controlado, esperava-se que o Benfica pudesse salvar a exibição e, senão regressar às goleadas perdidas, pelo menos consolidar a vitória. E a festa estaria de volta à Luz, com quase 60 mil nas bancadas, se o árbitro Tiago Martins - que, com Fábio Veríssimo, faz a dupla dos mais fracos e descarados árbitros dos últimos anos - não tivesse refinado a sua evidente acção persecutória. Porque, claro, do VAR já estamos mais que conversados. Estão sobre pressão, como disse o outro...

Para trás tinham ficado um penalti por assinalar sobre Rafa, um cartão vermelho por mostrar a um jogador vitoriano, numa entrada sobre o mesmo Rafa, mais uma escandalosa série de dualidade de critérios, sempre em prejuízo dos mesmos, foras de jogo mal assinalados e até lançamentos laterais trocados. Dava cabo da cabeça dos jogadores encarnados, e á primeira reacção contemplava-os com o cartão amarelo. Foram três, assim. A expulsão de Taarabt, aos 80 minutos, foi apenas "a cereja no topo do bolo". Que acabou com o que se esperava fosse o reaparecimento do Benfica. 

É certo que uma equipa como a do Benfica não pode, mesmo com dez, contra este Vitória, perder o controlo do jogo. Tem, mesmo assim, que ser superior.  Mas tem de também de admitir-se que, mais que a inferioridade numérica, tenha sido a adversidade da arbitragem a pesar sobre os jogadores.

Se é da adversidade que vem a força, pode até ser que esta encomenda tenha vindo por bem, e esteja por aí a chave da porta da recuperação.

Remontada de última hora

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Fotografia: LUSA

O Benfica voltou à competição interna, e voltou à equipa A para o nosso campenato. Mas nem por isso mais inspirado!

Mesmo assim, com pouca inspiração, e nem sempre com muita transpiração, ganhou este jogo em Moreira de Cónegos, com uma remontada no marcador nos últimos cinco minutos. E talvez não o tenha merecido ganhar, mesmo que todas as varíáveis estastísticas que medem o jogo lhe tenham sido todas favoráveis: 60% de posse de bola, o dobro dos ataques, e mais do que isso nos remates, e mais oportunidades de golo. 

Mas não foi a equipa que melhor jogou, as estatísticas nem sempre dizem toda a verdade do jogo.

O Moreirense entrou mehor no jogo, pressionante sobre a bola e os adversários, e ocupando todos os espaços do campo que, como se sabe, naquele campo são menos que noutros. E praticamente dominou o jogo no primeiro quarto de hora. Esse período acabaria no entanto com a única oportunidade golo a pertencer ao Benfica, desperdiçada por Pizzi, precisamente aos 15 minutos. 

Seguiram-se 20 a 25 minutos em que o Benfica se superiorizou claramente no jogo, chegando a ter períodos de verdadeira asfixia. E quando se pensava que estava encontrada a fórmula para mandar no jogo e construir a vitória, viu-se que não. O Moreirense recompôs-se e voltou a encontrar a sua zona de conforto no jogo, donde não voltaria a sair até ao final da primeira parte.

Como nos últimos jogos as segundas partes têm sido invariavelmente melhores que as primeiras, esperava-se um Benfica melhor para depois do intervalo. Só que a equipa entrou como que apostada em dar uma prenda ao Moreirense. De tal forma que o golo dos minhotos, logo dois minutos depois do reinício, não apanhou ninguém de surpresa. É que naquele reinício os jogadores do Benfica não conseguiram sair da frente da sua baliza - cada vez que iam a sair, perdiam a bola.

Com o golo sofrido, e com aquela incapacidade de sair com a bola, o futebol do Benfica perdeu-se, e esqueceu-se de todas as ideias que lhe têm sido habituais. Apenas Rafa pegava no jogo e, com Taarabt, na equipa. Nada mais funcionava, e Bruno Lage parecia sem capacidade de reacção.

Apenas aos 66 minutos tirou Fejsa, que já nada acrescenta à equipa, para estrear o regressado Gedson, já que Samaris, sabe-se lá porquê, está desaparecido. E só dez minutos depois, Pizzi, a quem nada saía bem, para entrar Caio.

Querendo ficar-se apenas por dois, e não podendo ir além de três, os que sairam tinham de ser aqueles. E, pelos que estavam no banco, os que entraram dificilmente poderiam ser outros. Ou seja, substituições bem feitas, mesmo que não tenham resultado, como nada no Benfica estava a resultar. 

Poderia ter entrado Jota, que sempre tem mais minutos de jogo que qualquer dos outros. Mas esse ficou para o fim, estando já junto à linha lateral, para entrar, quando em plena fase de desespero, mais com o coração do que com a cabeça, mesmo que tenha sido de cabeça, o Benfica chegou ao empate, por Rafa - quem mais? - ao minuto 85. Rafa ... de cabeça!

E se Jota estava para entrar para procurar o empate, encontrou, três minutos depois de ter entrado, o golo da vitória num cruzamento perfeito para a cabeça de Seferovic, que fez explodir a onda vermelha em Moreira de Cónegos.

 Seferovic voltou aos golos, fez saltar a festa e, ao contrário da última vez, festejou como deve ser. Agora falta Raul De Tomás ... completamente engolido por uma espiral depressiva. Começou por não marcar, mas jogar. Passou a não marcar, nem jogar. E já vai em não marcar, não jogar ... e a atrapalhar.

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