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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

À Benfica!

Noite de gala na estreia da Luz na Champions, à Benfica. A lembrar as grandes noites europeias do passado glorioso, com mais de 62 mil nas bancadas, sempre em festa, e a empurrar a equipa sempre para mais. E mais!

Com uma exibição perfeita, das mais completas de que temos memória, o Benfica - este novo Benfica de Bruno Lage - reduziu esta equipa de estrelas do Atlético de Madrid (desconfio que, desta vez, ninguém terá a lata de dizer que é a mais fraca de há quantos anos quiserem) a um conjunto de jogadores vulgares que custaram muito, mas mesmo muito dinheiro.

O Benfica não foi apenas sempre melhor. Foi esmagador. Esmagador na exibição, e esmagador dos números. Sem precisar de ter muito mais bola (52% "apenas"), o Benfica fez 19 remates, contra apenas três da equipa de Simenone. Desses três, nenhum foi à baliza. Um deles não foi sequer remate, foi um cruzamento falhado que acabou com a bola na barra da baliza de Trubin, que não teve uma única defesa para fazer. Dos seus 19 o Benfica enquadrou 10 com a baliza de Oblack - do nosso velho Oblack, que  - dois com os ferros, três a rasar os postes e fez quatro golos. Oblack, que regressou à Luz - como o nosso velho Witsel - fez 6 defesas. Dessas, metade eram bolas de golo.

A equipa - com Bah, regressado de lesão, a ser o nome novo no onze inicial, que não a única novidade (Bruno Lage preferiu transferir Tomás Araújo para o lado de Otamendi, deixando António Silva no banco) - entrou confiante, personalizada e, percebeu-se desde cedo, com a lição bem estudada. Os jogadores todos no máximo da concentração mental na execução das tarefas que lhe estavam destinadas. Aursenes descaía para a direita (na verdade estava em todo o lado!), para dar o apoio a Bah que Di Maria não podia dar numa faixa onde subiam Reinildo, que jogou na equipa B do Benfica, e Samuel Lino (o jogador em maior evidência, que há dois anos Simeone veio buscar ao Gil Vicente, a provar, com ambos, que também sabe viver sem contratações milionárias) e para onde descaía Alvarez, a contratação (ao Manchester City) mais cara do último mercado.

Na esquerda, uma ala menos explorada pelos colchoneros, era Akturkoglu quem dava o equilíbrio com Carreras (que grande jogo!). 

Florentino fazia o que sempre faz, e bem. Kokçu (o homem do jogo para a UEFA) deu-lhe apoio e ainda teve tempo para ser maestro, dividindo a batuta com Di Maria. E Pavlidis, entre linhas, assegurava as ligações. Na frente de ataque fazia as diagonais curtas que abriam espaços na defesa contrária.

Bem cedo, numa dessas diagonais, Witsel interceptou-lhe o remate, para canto. No canto - dantes não davam em nada, agora dão em tudo - Oblack negou o golo ao grego, na primeira oportunidade de golo criada. Pouco depois, aos 13 minutos, Akturkoglu marcou o primeiro golo. Para o Benfica foi como se nada mudasse. A equipa espanhola reagiu ao golo, e terá então vivido alguns dos poucos momentos em que não esteve subjugada à arte e ao engenho da equipa de Bruno Lage.

Em cima do intervalo mais uma oportunidade de ouro para o Benfica marcar, numa grande jogada de ataque em que Di Maria isolou Pavlidis, que rematou cruzado à base do poste de Oblak. Batido.

Ao intervalo Simeone quase esgotava as substituições - ficou apenas com uma para fazer - para promover uma revolução no jogo. Só que era noite de Benfica, e não de revoluções. O segundo golo, num penálti (duplo, dois jogadores pisaram os dois pés de Pavlidis) que o árbitro não quis ver, mas que o VAR não podia deixar passar, convertido por Di Maria, acabou com a revolução intentada pelo Simeone.

A partir daí o Benfica refinou a exibição, e o Atlético ficou a ser sucessivamente atropelado. Um amigo meu, lagarto, enviou-me uma mensagem dizendo que "os espanhóis já não tinham tamanha humilhação desde Aljubarrota". Achei-a simpática, mas parecida com uns "olés" que se começavam a ouvir nas bancadas, que Bruno Lage mandou calar!

À entrada para o último quarto de hora, num canto - pois claro, agora é assim - Bah marcou o terceiro. Não matou o jogo porque há muito que estava morto. Mas foi o golpe de misericórdia na equipa de Simeone, então perdida em campo, sem crença, sem força e já sem vontade.

A Luz queria mais. E, empurrado pelos adeptos, o Benfica continuou na procura de mais golos. Alcançou apenas mais um, novamente de grande penalidade, por derrube de Giménez a Amdouni, aos 84 minutos, convertida por Kokçu. A noite de sonho acabava em goleada. Foram quatro, mas bem poderiam ter sido uns escandalosos sete ou oito!

Foi bom. Muito bom, mesmo. Mas foi só isso. Já ficou para trás. Ganhou-se apenas um jogo que vale três pontos nesta estranha Champions. Mas ver estes jogadores felizes a jogar à bola, libertos de medos e fantasmas, leva-nos a acreditar que é possível voltar a ter noites destas!

 

 

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