A catástrofe da oportunidade de Trump
Trump tornou-se no primeiro ex-presidente americano a ser formalmente acusado de práticas criminosas. Está acusado de 34 crimes. Outros, muito provavelmente mais graves, e alguns ocorridos no exercício do mandato presidencial, estarão para sempre fora da alçada da Justiça.
Ontem apresentou-se em Nova Iorque, no tribunal criminal de Manhattan, num acontecimento mediático de primeira grandeza que se previa espectacular (algemas, impressões digitais e fotografias), mas que se ficou pela "prudente" sobriedade, transformando o que seria uma exposição humilhante, mas eventualmente explosiva, numa acção mediática à exacta dimensão dos seus interesses.
Não poderia desejar melhor. Declarou-se inocente de todas as acusações, e resumiu tudo a uma «perseguição política e caça às bruxas, para o impedirem de voltar à Casa Branca». O julgamento não acontecerá antes do final de 2024, ou mesmo de 2025. Depois das eleições de Novembro de 2024, e muito depois da nomeação do Partido Republicano, lá para o fim deste ano.
O "timing" é o ideal, e o mote para a campanha não poderia melhor.
Mas seria sempre difícil que esta acusação, que à luz dos padrões da normalidade seria sempre uma catástrofe para qualquer candidato, não fosse, para Trump, uma renovada e prometedora oportunidade!