À espera de justiça
As vendas de créditos e de activos imobiliários, onde o Novo Banco apurava vultuosas menos valias que depois ia reclamar ao Estado português, eram suspeitas. Há muito que muita gente, incluindo nós aqui, vem falando disto.
E ainda bem. Não fosse isso e não teria havido investigação jornalística - e agora tiro o chapéu ao "Público" - e, não tivesse havido investigação jornalística, nada se passaria. Ou passava: passávamos todos por imbecis. Assim parace que já seguiu queixa para a Procuradoria Geral da República.
O "Público" investigou uma operação realizada em Outubro de 2018 e concluiu que o Novo Banco vendeu por 364 milhões de euros um vasto conjunto de mais de 13 mil imóveis que estava registado nas contas por 631 mihões. E vendeu a quem?
Não se sabe. Vendeu a umas sociedades em Lisboa, detidas por uma soiedade luxemburguesa, detida por um fundo de investidores anónimos sedeado na Ilhas Caimão. A quem o próprio Novo Banco financiou a operação.
António Ramalho, que aparece sempre com asas e todo vestidinho de branco, emprestou dinheiro a não se sabe quem, para comprar uma fortuna em património imobiliário que vendeu por metade do valor contabilístico (não é do valor de mercado). E a seguir, com toda a arrogância do mundo, veio-nos buscar ao bolso a outra metade.
Esperemos que lhe seja feita justiça.
A venda dos créditos é de investigação mais difícil. Mas o "chairman" do Novo Banco até veio directamente do comprador desses créditos...