A marioneta
Não nutro qualquer simpatia, antes pelo contrário, pela personagem João Galamba. É coisa que já vem de longe, dos tempos malditos de Sócrates, de quem, a par do actual Presidente da Assembleia da República, e do eurodeputado Pedro Silva Pereira, foi um dos principais escudeiros e, para mim, todos para sempre cúmplices.
Desses tempos guardei uma imagem de arrogância, de manipulação, e de desfaçatez. Neste tempo actual sugere-me pena. Dó. Que não é lisonjeiro.
Sobreviveu à primeira imagem, não sobreviverá a esta segunda.
Foram as mesmas arrogância, manipulação, e desfaçatez que o enfiaram no buraco onde está metido. São no entanto outros traços de carácter que não lhe permitem de lá sair, acabando na triste e penosa figura de marioneta no jogo de sombras que Marcelo e Costa resolveram disputar.
Marcelo decidiu desde cedo iniciar o "jogo" a brincar com o cutelo da dissolução. A folhas tantas trocou a dissolução pela remodelação. E surge João Galamba, que Costa lhe dava de barato, mas que não lhe bastava. Era demais, Costa "não se ficou" e fez de Galamba ... marioneta. Aceitou, provavelmente por excesso de vaidade e escassez de dignidade e lucidez, e hoje dá pena. Mete dó!
Prestou-se a tudo. Até a ser exibido nas comemorações do 10 de Junho onde a marioneta se fez de bombo da festa.
Sairá inevitavelmente na inevitável remodelação que, em vez de solução para o problema da governação, e do país, é apenas mais uma parte do jogo em que Costa e Marcelo continuam entretidos. Sem honra nem glória. Nem sequer compaixão. Como "ramo morto" caído da árvore e desaparecido no meio dos despojos.