A (não) notícia da reeleição de Erdogan
Recep Erdogan foi reeleito presidente da Turquia, com 52% dos votos na segunda volta das eleições, e está agora a caminho de ultrapassar 25 anos de poder, entre a chefia do governo, de 2003 a 2014, e a presidência da República, a partir daí e, agora, por mais cinco anos.
A notícia não é, no entanto, a reeleição deste autocrata, que controla o poder com mão de ferro. Notícia é ter sido obrigado a disputar uma segunda volta, ter perdido claramente nas duas principais cidades, a capital Ankara e a histórica Istambul, e ter acabado com uma vitória de expressão mínima em eleições que não são nem livres, nem justas.
Que não são livres demonstra-o a pressão sobre observadores internacionais da OSCE que, sob ameaça, tiveram de abandonar as assembleias de voto que observavam. Que não são justas prova-o uma entrevista de duas horas a Erdogan, na própria véspera das eleições, transmitida em simultâneo na generalidade (em oito dos principais) dos canais de televisão turcos, sem um minuto de antena, sequer, ao seu adversário, Kiliçdaroglu, que as sondagens davam como favorito.
Entretanto, Marcelo já o felicitou pela vitória...