A partir de agora é a sério
Sabia-se que o Fulham, de Marco Silva, seria o adversário mais forte que o Benfica encontraria nesta pré-época. Uma equipa do meio da tabela da Premier League é sempre um adversário forte para qualquer equipa.
A primeira parte do jogo que acabou de terminar no Estádio do Algarve - cheio (tanto quanto foi permitido) de benfiquistas - deixou a ideia que a equipa londrina é mesmo mais forte que a do Benfica, que nos deixara eufóricos com aquela exibição e aqueles 5-0 perante o Feyenoord, no domingo passado. Tudo é relativo, como se sabe. Mesmo no futebol.
Por isso, na primeira parte, vimos um Fulham com uma defesa intransponível e com um contra-ataque demolidor. Marcou o golo num lance (que começa com uma falta não assinalada sobre o Bah) em que chegou à área de Trubin com quatro para dois, e teve ainda mais duas oportunidades em que poderia ter marcado. E um Benfica com bola, mas sem argumentos para contrariar o poderio do adversário. Sem conseguir sequer uma única ocasião de golo, um único remate digno desse nome.
O Benfica da segunda parte provou que o Fulham nem é assim tão forte, nem é sequer mais forte. Que a sua defesa é ultrapassável em movimento, e que o contra-ataque é anulado com a pressão certa e o posicionamento correctos.
Com os mesmos jogadores - as trocas de Tomás Araújo (que fizera uma boa primeira parte, os erros tinham vindo de Morato que, bem, Roger Schmidt manteve em campo) por António Silva, e de Beste por Carreras não mexeram no essencial, nem na estrutura, da equipa - foi outro Benfica que entrou para a segunda parte. Dominou o jogo, criou uma mão cheia de oportunidades para marcar, e apresentou belos nacos de futebol. Que só não foram mais constantes e prolongados pelas sucessivas interrupções do jogo. Juntando a pausa para hidratação às da inúmeras substituições, nunca houve 10 minutos seguidos de futebol.
Por isso, no fim, prevaleceu o golo que Iwobi marcou na primeira metade da primeira parte. Por isso e porque Prestianni - mais uma belíssima exibição - voltou a não ter uma pontinha de sorte (num dos remates a bola bateu num poste, foi bater no outro, e não quis entrar), porque o árbitro não viu um penálti sobre o Bah, Leno defendeu tudo (os remates de kokçu e Matim Neto eram de golo), e quando foi ultrapassado (por Aursenes) teve um companheiro de defesa a tirar a bola de entro da baliza.
No último jogo da pré-época, a primeira derrota. E o primeiro jogo sem marcar. Mas a confirmação que há ovos. Muitos, e bons, para fazer boas e variadas omeletes. De um chef não se pode falar de falta de dedo para a cozinha!