A política a aquecer. Como o tempo...*
Com o fim das férias, e a subida da temperatura, a actividade política explodiu. De um dia para o outro, de repente, e sem a ponte que as rentrées sempre abrem, o país deu por si rodeado de entrevistas e debates por todos os lados. Sim, que já não se fazem reentrés como antigamente, e até o mítico Pontal do PSD, onde confluía a fina flor do partido devidamente bronzeada, acabou de vez. Vai valendo o Chão da Lagoa, mas isso fica lá na Madeira, e foi sempre uma espécie de festa particular do Alberto João …
Claro que as eleições estão aí à porta, a um mês de distância. E para nós, um mês, em eleições, é muito pouco tempo. É muito curto, é já aqui. Nada que se pareça com os ingleses, que ainda não sabem se vão ter eleições para a semana…
Se os ingleses não precisam de grande preparação, e muito menos de grande conversa para ir votar, nós nem com grande conversa lá vamos. Talvez seja por isso, para nos mobilizar, que a campanha, ou a pré-campanha, nos entra em casa já todos os dias. Os telejornais já não despregam dos líderes partidários, atrás deles por todo o lado e, no resto, se não há debate a dois, há entrevista a um.
Nem sei se tanta coisa, assim de repente, não acabará por ser demais… Talvez não. Pelo menos para o pessoal mais ligado à oposição, que andava desesperado com o desaparecimento da sua gente. Pelo menos agora pode vê-la todos os dias… Ali, no duro. Ombro a ombro com os demais, a disputar cada minuto de luz e câmara, a cantar e a saltar. E sempre, sempre com alguma coisa na ponta da língua para dizer… Mesmo que, frequentemente e sem tempo para as pensar, acabem por sair umas coisas disparatadas e sem grande sentido. Já as começamos a ouvir!
Como há quem pense que o importante é que se fale de si, nem que seja para dizer mal, na política pensa-se que o importante é falar. Nunca estar calado, falar sempre. Nem que seja a dizer asneiras…
* A minha crónica de hoje na Cister FM