A segunda equipa que melhor joga
"A segunda melhor equipa a jogar futebol em Portugal" continua com dificuldades. Ganhou, voltou a ganhar, e até não sofreu golos, o que é uma raridade. E por isso continua a ser segunda melhor nesse ranking de qualidade desse jogo jogado de que não percebemos nada.
Dizer que esta deslocação a Barcelos representava mais uma tarefa difícil para esta equipa do Benfica não é sequer um lugar comum. Difíceis têm sido todos os jogos, onde quer que se disputem, e contra qualquer adversário. Todos os adversários sabem que o segundo melhor futebol nacional é aquilo, e sabem como contrariá-lo. O Gil Vicente não era diferente, mais a mais com um treinador que até já tinha jogado com o Benfica, ainda que no tempo em tudo era um pouco novidade.
A primeira parte foi, pois, mais do mesmo. Aquele futebol repetitivo, feito de passes - falhados, muitas vezes - para o lado e para trás, sempre a afunilar, e a esbarrar nas defesas adversárias, sempre a parecer que têm mais jogadores em campo. Com os jogadores do Benfica a regredirem, em vez de progredirem, à medida que o tempo passa, como por exemplo Darwin. Que já não tem nada a ver com aquele jogador excitante que há dois meses rompia, corria, assistia e marcava. Hoje não tomou uma decisão acertada - finalizava quando era para assistir, e assistia quando era para finaliza. Sempre mal, fosse a assistir, fosse a finalizar. E assim se esfumaram as (poucas) oportunidades de golo criadas, sem que causasse grande surpresa que a mais clara situação de golo tenha pertencido ao Gil Vicente.
Só não fica assim contada a história da primeira parte porque, mesmo em cima do minuto 45, aconteceu a expulsão de um dos defesas da equipa de Barcelos, num segundo amarelo que chegou com uns minutos atrasado. Uns minutos e um penalti atrasado.
Cedo na segunda parte se percebeu que nem a superioridade numérica ajudava grande coisa. E foi o Gil Vicente a criar as mais iminentes ocasiões de golo. Aos pares, quer dizer, na ressaca de cada uma surgiu uma nova.
Depois do primeiro par (grande defesa de Vlachodimos, e remate à barra, no canto), logo a seguir, o Benfica marcou. O remate de cabeça de Everton ia para o guarda redes, mas um defesa gilista imitou o avançado benfiquista e replicou o remate. De cima para baixo, colocando a bola definitivamente fora da rota do seu guarda-redes. Estava-se no fim do primeiro quarto de hora, e no melhor período do Gil, que logo a seguir teve novo par de oportunidades para marcar, mas foi o Benfica a voltar a chegar ao golo, pela segunda vez em seis minutos. Este todo de Everton, depois de uma boa jogada, com a bola a chegar à linha final, como tinha sucedido no primeiro golo, e como raramente sucedeu no jogo.
E aí sim. O Gil ficou derrotado, a superioridade numérica ficou então a notar-se, e o Benfica pôde finalmente controlar e dominar o jogo. Então sim, com aquele futebol de passe para trás e para o lado a fazer algum sentido.
Não vão lá muito bem as equipas do melhor futebol em Portugal. A melhor, ontem, só com uma grande ajuda da arbitragem ganhou o seu jogo. À terceira melhor bastava-lhe uma, mas teve duas.
Isto vai bonito, vai...