A segunda vaga. E a terceira...*
Estamos em plena segunda vaga da pandemia, a tal que só surgiria na passagem do Outono para o Inverno, mas que se antecipou, e chegou na passagem do Verão para o Outono.
Está a revelar-se mais agressiva que a inicial, ao contrário do que durante algum tempo foi afirmado. Por todo o lado, e também por cá, os números de infectados e de óbitos crescem a ritmo acelerado. Impressionam os 100 mil novos caos diários nos Estado Unidos, os vinte mil de Espanha, ou os 30 mil de Itália, de França ou do Reino Unido, e no entanto os nossos cinco a seis mil casos diários são, proporcionalmente à população, bem mais graves. Muitas vezes mesmo o dobro.
Já se fala numa terceira vaga para a Primavera. E sabe-se que a vacina, mesmo que se confirmem as notícias desta semana que anunciam a validação de uma das cerca de trinta vacinas em desenvolvimento, capaz de entrar já em produção, não será solução efectiva para a pandemia antes do final do próximo ano. Há, primeiro, insuficiências da produção, de crescimento gradual, depois, de distribuição e, finalmente, de criação de imunidade.
Estamos pois ainda longe de ter a solução para a pandemia e para todos os males que arrasta. Mas não estamos já naquele contexto de incerteza, em que nada sabíamos sobre nada do que nos estaria para acontecer. Estaremos pela primeira vez desde o início da pandemia perante um cenário de alguma previsibilidade.
E isso faz toda a diferença. E tem de ser aproveitado para as respostas que, individual e colectivamente, temos que encontrar. Seja nos sacrifícios para resistir, seja na preparação da retoma.
* A minha crónica de hoje na CIster FM