A teoria do ciclo
Com a quarta vaga da pandemia já aí, dada por generalizadamente aceite, começamos a ouvir também falar de ciclos. Que as vagas surgem em ciclos. E que nestes, como é próprio dos ciclos que não sejam circulares, ora estamos num extremo, ora noutro. Ora temos os melhores números, ora os piores da Europa.
Quer isto dizer que a outrora tão apregoada teoria do "milagre português" está morta e enterrada. Agora vale a teoria dos ciclos. E que este ciclo começa no Reino Unido, segue para Portugal e, daqui, para o resto da Europa. Foi assim nas vagas anteriores, e foi assim agora, com a variante delta.
O que é extraordinário é o tempo que foi necessário para demonstrar esta teoria. Se tivesse sido demonstrada mais cedo não se teriam aberto as portas aos ingleses naquela semana das férias escolares, não se teria realizado cá a final da Champions, não teríamos festejado tão saloiamente a lista verde do Boris Johnson, e não teríamos entrado em depressão quando, depois de para cá ter mandado aquela gente toda, nos retirou dessa lista. E se calhar, mas um se calhar muito próximo do certo, não estávamos agora a passar pelo que estamos.
Mas pronto, também não se demonstrava uma tão importante teoria. E pior, nunca se perceberia por que raio é que, estando o ponto de partida ali nas Ilhas Britânicas, a etapa seguinte está aqui neste extremo ocidental do continente.